segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

GRANDE HERESIA

UM ABISMO CHAMA OUTRO ABISMO, E UM PEQUENO DESVIO DOUTRINÁRIO GERA UMA GRANDE HERESIA



Em cálculos de engenharia, a precisão é imprescindível, pois se abrirmos um desvio de 1 mm no início, chegará a um buraco do tamanho do Universo no infinito! Certamente em nossas próprias casas, em pequenas reformas e "puxadinhos", já erguemos paredes sem grande precisão de esquadro, e vimos o quanto estão fora de alinhamento quando assentamos as pedras de cerâmica.

Agora imaginem, por exemplo, uma estrada de ferro em construção, cujos engenheiros cometem um minúsculo erro de cálculo, fazendo com que a cada metro ocorra um afastamento para fora de 1 mm entre os trilhos, perdendo a exatidão da bitola. A cada 100 km de estrada, os trilhos se afastam 100 metros um do outro! Dependendo do tamanho final da obra, é só fazer um cálculo simples para se chegar ao tamanho final do "aleijão".

Em estradas de ferro diicilmente ocorrem tais erros, pois a BITOLA é constantemente usada e verificada a distância entre os trilhos, sem falar que a olho nu o desvio seria facilmente observado e rapidamente corrigido. Mas não podemos afirmar o mesmo em relação a estradas, avenidas e ruas.

Na cidade aonde eu moro, João Pessoa, sua principal artéria, a av. Epitácio Pessoa, que vai do litoral ao centro da cidade, foi vítima de um erro destes. De acordo com o historiador Arion Farias, o plano do então presidente (Governador) João Pessoa era construir a Avenida Epitácio Pessoa, começando pelo então inexistente Busto de Tamandaré (hoje situado na orla da Praia de Tambaú, ponto de referência e de encontro: "a gente se encontra no Busto de Tamandaré", dizem alguns) e acabando no Centro, onde começa a atual Avenida Dom Pedro II, na Praça João Pessoa (que, na época, era chamada de Praça Comendador Felizardo), a chamada "Praça dos Três Poderes", aonde ficam as três sedes estaduais dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Segundo o historiador, “A estrada começou da praia para o Centro, mas um erro do topógrafo em DOIS GRAUS acabou desviando (o trajeto). Em vez de andar para a esquerda, andou para a direita, e fez com que a Epitácio Pessoa viesse a morrer na Praça da Independência. Isso está no relatório de Ítalo Jofre (então secretário municipal da pasta relativa a obras), na página 17, na linha 6, documento que hoje está no Espaço Cultural”, observou o historiador Arion Farias. Depois disso, o governador José Américo calçou a via e seu sucessor, Flávio Ribeiro Coutinho – parente de Renato Ribeiro Coutinho –, asfaltou” - Fonte: http://migre.me/n9VZC

Vocês já tiveram nas mãos um transferidor, a régua em forma de semilua que mede os graus dos ângulos? Certamente o usaram nas aulas de cálculo e trigonometria. Dois graus são uma medida mínima! Mas para quem conhece a cidade de João Pessoa e o tamanho da av. Epitácio Pessoa, sabe a diferença entre terminar na Praça da Independência e na Praça João Pessoa! E tudo começou com ínfimos dois graus de desvio!

As Escrituras são nossa bitola pessoal, e coletiva para a Igreja! São elas que evitam que nos afastemos para a direita ou para a esquerda (Js 1:7), obedecendo a advertência divina. Dois graus de afastamento pode fazer com que, ao chegarmos ao fim da estrada, percebamos quão longe estamos da porta do céu!!

O relativismo é o erro do topógrafo! Erro bastante comum, e muitas vezes proposital, de pastores, líderes e pregadores, que em nome do pragmatismo e dos resultados abrem mão da ortodoxia doutrinária. Tudo vale desde que os resultados jutifiquem! Um exemplo disso é o relativismo em relação à ordenação presbitero-pastoral. O abandono da observância aos requisitos mínimos claramente dispostos na Escritura (1 Tm 3 e Tt 1) gerou uma geração de pastores desqualificados, tudo em nome da "pregação do Evangelho" e do "ganhar almas". Não importava se o candidato não satisfazia às exigências mínimas da Escritura; o importante é que ganha almas, é carismático, toca, canta e prega, e a Igreja está precisando de um pastor ordenado (ungido) à sua frente, para conduzi-la!

Como um abismo chama outro abismo (Sl 42:7), o passo seguinte foi a ordenação feminina, praticada com aparência de piedade, mas uma franca desobediência às Escrituras. Já que os homens não se disponibilizam ao Ministério, vamos abrir para as mulheres! Seria o equivalente a, já que Samuel não vem, que Saul conduza o sacrifício (1 Sm 13:8-14)!

Hoje, já vemos a ordenação de homossexuais. E o importante, dizem eles, é que almas estão sendo ganhas, milagres estão sendo feitos, pelas mãos destes(as) pastores(as) homossexuais... E não sabemos aonde vai parar. Mas tudo começa com um desvio mínimo e imperceptível de 1 mm!!

Somos chamados à OBEDIÊNCIA, custe o que custar!! Não vivemos o "vale tudo" em nome de almas. Se o objetivo de Cristo fosse simplesmente ganhar almas, Ele teria descido da cruz e convertido todos os judeus de sua época, já que foi desafiado a isso: “desça da cruz, e creremos!” (Mt 27:42), mas Seu objetivo era obedecer aos planos do Pai e conduzir Sua Igreja a obediência similar! Saul não estava autorizado ou habilitado a oferecer sacrifícios, mesmo diante da demora ou ausência absoluta de Samuel , e o mesmo se aplica à nossa geração desobediente. Não importa os argumentos usados, por mais aparência de piedade que tenham! Nenhuma alma ganha, nem milhares delas, justificam a desobediência.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NÃO HÁ LUGAR - PAULO CILAS



A primeira do hino de autoria de E. Grace Updegraff diz assim:

                       Não teve um palácio no mundo o Senhor,
                        Nem honras lhe deram de Rei Salvador;
                       Mas a manjedoura só pode encontrar;
                       Porque não havia mais outro lugar.

Bem, essa  primeira estrofe  contradiz o que por muito tempo pensava ou fui levado a pensar. Sempre tive a ideia que Jose e Maria, pronta a dar a luz a Jesus, eram rejeitados nos lugares em que chegavam. Ninguém queria hospedá-los e ponto. Simples assim: Jesus nasce numa manjedoura porque foi rejeitado pelos donos das estalagens, os hotéis de hoje. Não me lembro quando, mas sei que um dia tudo se clareou. Não havia rejeição, o que não havia era lugar. São coisas bem distintas, mas igualmente perturbadoras. Ainda hoje, a maioria não rejeita a Jesus, mas também não dá lugar a Ele. E o pior é que se enganam, pois não sendo “culpados” de rejeição, se acomodam sem se importar de não ter a presença do Cristo.
Jesus é chamado de “O Verbo” e sabemos que verbo é a palavra em ação, logo, receber a Jesus é receber a ação de Deus. É uma palavra viva que nos levanta quando caídos, nos perdoa quando em pecado, nos consola quando aflitos, nos dá esperança quando todas as expectativas se vão. E principalmente nos projeta para a vida quando sem Ele o que nos espera é só a morte. Não receber a Jesus é ficar sem todas essas ações do Verbo Vivo.
Lamentavelmente é que até mesmo a igreja tem deixado Jesus do lado de fora de seus "muros e suas paredes", como é o caso da Igreja de Laodicéia. Nem fria nem quente, que se acha rica e abastada, autossuficiente em si mesma. Mas não consegue enxergar a sua própria miséria. 
Principalmente nos dias de hoje enxergamos muitas igrejas que pensam (ou não pensam)que  se tornaram maior que seu Senhor, e em nome de novos ritos e revelações desprezam a simplicidade do Senhor da Igreja.
De uns anos para cá, muitos aboliram a comemoração do natal, em nome de uma "espiritualidade radical", abandonando a alegria em torno de uma mesa, como Jesus faria. Ou de um presente a uma criança carente. Sem contar a oportunidade de falar a muitos que nasceu o Redentor. Apegam-se a datas (sabemos que Jesus não nasceu nessa data,25 dezembro), mas para nós não importa. O que importa é que Ele nasceu, o Verbo se fez carne e purifica aquilo que tínhamos por impuro . 
Se o "mundo" está ocupado demais para dar lugar a  Ele, que Ele tenha lugar nas igrejas. Jesus está  à porta dessas Igrejas, batendo, esperando que alguém a abra e Ele possa cear com eles. E o mundo ganhará mais uma chance de conhecê-lo e também recebê-lo.
O hino citado acima diz assim em seu  coro:
                             “ Não há lugar pra Cristo em Tua vida ou lar?
                              Terás então que ouvir dizer: No céu não tens lugar”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A transitoriedade do homem - Paulo Cilas

                                     

No salmo 90 Moisés afirma no versículo 07,08,09 que: “somos consumidos pela Tua ira e pelo Teu furor conturbados, os nossos pecados estão sob a luz do Teu rosto e os nossos dias se passam na Tua ira, acabam-se os nossos anos  como um breve pensamento”.
No primeiro momento parece ser uma leitura pessimista e a revelação de um Deus mau, mas se olharmos para o espirito com que Moisés escreve ele apenas esta declarando o que nós ainda hoje sentimos e sabemos, isto é, a nossa vida aqui é breve e boa parte dela, talvez a maior, é vivida sob tribulações, preocupações, tensões, ansiedades, etc... Antes de prosseguirmos com tal raciocínio, é bom comentar que como o mesmo espírito  Davi afirma no Salmo 51.5 “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”. Continuando então, não é o Deus irado que é evidenciado por Moisés e muito menos por Davi e, sim, o homem imperfeito que vê os resultados de sua imperfeição sem que Deus o livre disso.
Uma das mensagens mais falsas pregadas nos dias de hoje (atuais) é a que afirma que o Deus pessoal está à nossa disposição para impedir que vivamos maus momentos. Moisés desmente tal mensagem. Não quero com isso me lançar ou lançar ninguém no abismo depressivo ou de pessimismo puro, pois nesse mesmo Salmo também está escrito: “Seja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus e confirme sobre nós as obras de nossas mãos”. 
Então com equilíbrios e sobriedade compreendamos que  talvez a grande mensagem esteja no verso 12: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios”. Logo, ao mesmo tempo que somos confrontados com a nossa dura realidade, também nos é apresentado o motivo de nossa esperança. 
Quem compreende as dores e as alegrias da vida, acaba por se tornar sábio. O que só quer alegria torna-se tolo, alienado. Da mesma forma o que só vê desgraça se torna sombrio, mal-humorado e pessimista.
Eis uma boa época para lermos o Salmo 90; ler e entender! 
Que você entenda o por quê das dores da vida (argumento muito usado pelos ateus para negarem a Deus) e também compreender o quanto precisamos confiar num Deus que é de eternidade a eternidade. Pois a nossa existência está toda diante dEle.

Boa leitura do Salmo 90

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Divagações - Paulo Cilas


O Evangelho não começou com a reforma. Convivo bem com calvinistas - minhas últimas leituras são deles principalmente - mas não entendo de jeito nenhum como se arvoram   detentores absolutos da revelação. Poucos são os textos que dão margem à predestinação. Muitos são os que dão ao homem a liberdade de decisão. E, se calvino pode propor uma interpretação, outros também podem. Inclusive eu, comedor igualmente de feijão, embora de feijão inferior ao dele rss.
Para mim, como diz Russel Shedd, quem crer cegamente na predestinação em algum momento encontrará dificuldades racionais e espirituais. O mesmo vale para os que acreditam que esteja tudo "em aberto".
Quando me perguntam sobre o tema logo proponho ironicamente um dilema: Quando Jesus falou que não sabia o momento do seu retorno Ele:
a) Estava mentindo.
b) Sofreu amnésia
c) Não sabia mesmo. Até porque dependeria Dele mesmo como homem ( escolha) o ser fiel até a morte.

A luta inglória pela perfeição. Somos vasos de barro mas vira e mexe estamos falando em sermos perfeitos aqui na terra. Fardo sobre fardo. Afirmo e reafirmo que a Igreja melhor não é a que não erra e sim a que se arrepende. Nosso testemunho maior não é o da inerrância. Nosso testemunho maior é o quebrantamento.
O jogador Kaká se divorcia e muitas críticas surgem sobre "o testemunho  Cristão". Mas de quem foi a ideia de vender a imagem de certinho que casa virgem como propaganda do evangelho? Desde quando nossa fé está firmada em nossas virtudes? A resposta é: Desde quando a igreja passou a se fiar na ideia de que somos impolutos e temos que ser os melhores. Contudo nós estamos no Corpo não por sermos melhores e sim por nos enxergarmos doentes. Lembrando que sermos irrepreensíveis não é somente não errar, mas essencialmente, penso eu, admitir o quanto miseráveis somos.
Ps. Acredito que Kaká continue sendo de Cristo com todos os méritos de ... Cristo!

Mais do mesmo. Agora é o MDA. Mais um modelo de crescimento com as mesmas bases dos demais, entretanto apresentado como algo novo vindo Do Trono. Não discuto sinceridades, mas percebo que muitos abraçam "o novo discipulado"para enchimento de suas igrejas e não do Reino. Ou seja, quero fazer discípulo desde que seja para minha comunidade. Quem se interessar:
http://admidia.blogspot.com.br/2014/08/um-engano-chamado-mda-o-que-esta-por.html

Por quê políticos "evangélicos" esquecem rapidamente os princípios básicos da ética administrativa? E olha que nem cito a Cristã.

Por quê continuamos a coar mosquitos e a engolir camelos?

Por quê têm tantas igrejas a metros umas das outras e o por quê de tantas divisões em nome de Deus?

Oh, por quê Jesus ainda me ama? Eu não posso explicar.



sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Considerações sobre o momento político - Paulo Cilas

:

Vi gente boa cristã defendendo  a reeleição da presidenTE em nome dos historicamente desprezados pela sociedade. Lembrei de Lv. 19.15: "Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo". Fechou-se os olhos para práticas injustas e manipuladoras, principalmente as que pervertem princípios caros à luz das escrituras, em nome dos pobres. Crentes em Cristo estão flertando com ideologias que querem impor seus princípios a despeito da liberdade alheia - vide a psicóloga que foi ofendida e ameaçada por proferir sua fé em sua rede social particular; não foi em seu consultório.
Por outro lado, vi gente boa cristã fazendo coro com pessoas que nunca lutaram pelo bem da socieda-de como um todo, pois estavam em sua bolha classe A, na afirmação de que vão embora do Brasil ignorando a palavra de Cristo: "O mundo jaz no maligno" e "o príncipe desse mundo é satanás"!
No passado  houve"traições" dentro das igrejas. Irmãos a favor do regime militar "entregavam" seus pares com quem partilhavam o pão e o vinho da comunhão, os bancos e os púlpitos, somente por eles - a maioria pelo menos- serem contra um regime tão duro. E vale também lembrar que muitas pessoas ditas de esquerda seguiam uma doutrina igualmente dura, como da extinta(?) URSS,  o que fatalmente culminaria numa outra forma de ditadura. E assim, no meio desses conflitos políticos passados e presentes, e outra vez se ignora a palavra de Jesus: "Meu reino não é desse mundo!"
Vi como é difícil manter uma posição ética quando se tem a oportunidade de influenciar pessoas. Se fico quieto sou omisso. Se me pronuncio estou usando minha função para convencer. Na dúvida, quer dizer: não tenho dúvida; púlpito de igreja é para pregar A Palavra de Deus e ponto. Nas conversas avulsas exponho minha opinião como qualquer cidadão.
E por falar em posição vi que alguns "agentes cristãos" deixaram longe a prudência da serpente e conseguiram resultado totalmente contrário ao que vociferavam em seus programas ou declaravam em "oração declaratória". Alias, parece haver um certo fetiche evangelical pelo domínio desse mundo.
Por fim, vejo que posso manter a esperança. Deus subjugou Nabucodonosor, usou até a malvada Assíria. E, mesmo Balaão querendo falar contrário ao povo não conseguia nada além do que pronunciar bençãos. Se assim agir Deus, ouvindo nossas orações, Amém!! Se não, continuamos mesmo com ventos contrários  sabendo que nossa pátria mesmo é a Celestial
 

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Crianças - Paulo Cilas


Jesus faz duas menções importantes sobre crianças : “deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus” e “aquele que não se fizer como criança não herdará o reino dos céus”. Sobre a primeira, naquele momento Jesus simplesmente dizia aos seus discípulos que eles não deveriam impedir as crianças de se achegarem a Ele. Isto é, deixe o caminho livre, eu tenho tempo pra elas, elas não me incomodam. Deste ponto também podemos fazer a  aplicação de que não devemos impedir de outras maneiras que  elas de conheçam Jesus. Por exemplo: sonegando a elas o ensinamento do evangelho, a importância de comunhão e do partir do pão, conviver com crianças diferentes, enfim, o envolvimento pleno no amor de Deus. 

Mas para mim fica claro que a palavra que mais chama atenção e parece que não ligamos muito para ela é a segunda. Ao dizer que não se não nos fizermos como crianças não herdaremos o reino;  deveríamos recebê-la com algo muito grave. Grave no sentido de merecer nossas preocupações e esforços para mudar nosso comportamento de "adultos" . Então, a pergunta é: temos nos tornado como crianças ou somos adultos demais e nos levamos a sério demais?

Vivi na Igreja e o que menos vi entre os adultos foi “coração infantil”, dificuldades de convivência, perdão, excesso de malicias, contendas e disputas - estou incluído nisso . Tornamo-nos carrancudos, feridos, magoados, donos da verdade, dominadores,etc. 

Sabemos que as crianças já trazem traços do pecado: manhosas, chantagistas e mais coisas, contudo  são transparentes em suas 'inclinações". Não têm vergonha de chorar e normalmente não guardam mágoas; o coleguinha que o feriu num momento no outro já está na brincadeira. Já nós, demoramos séculos para pelo menos “dar uma olhadinha para o coleguinha”.

Como adultos nos tornamos muitas coisas: pais, profissionais, crentes ou não, mas será que nos tornamos como criança?  Pais, profissionais, pessoas responsáveis , crentes, descrentes, pobres, ricos, bem sucedidos ou nem tanto... não entrarão por causa disso Nos Céus. Mas crianças, sim!

 

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A GRAÇA QUE NOS EMPAREDA - POR PAULO CILAS




REPOSTAGEM



Conta Philip Yancey que chegando a uma reunião de escritores cristãos um assunto já estava em debate: Qual a maior contribuição prática do Cristianismo ao mundo? Bem informalmente os debatedores constatavam que benfeitorias sociais, educacionais, médicas e outras emocionais e espirituais também eram realizadas por muitas outras religiões no mundo. Ao responder, Yancey foi direto: A Graça!
De fato, todas as religiões apresentam algum tipo de salvação sempre baseada no auto-sacrifício, reencarnação, mérito e purgatório, etc.
Mas triste mesmo é a constatação de que a Graça não é compreendida e por isso mesmo não é vivida; e o pior, ela não é aceita no meio dos que dizem seguir seu Autor. Em alguns casos ela soa como uma ameaça à boa fé. 
Mas, por que? Porque a Graça não consegue ser entendida em sua plenitude?
Penso que, no confronto com a Lei, ela é muito mais contundente. Na Graça não basta não matar pois ela me revela o quanto sou mau em odiar. Ela me coloca em pé de igualdade com um assassino. E que é isto? Ah! Isto é injusto, ora. Então, ainda que meio sem querer, eu a renego.
E o mérito? Vivemos a era da concorrência, da mídia. Propagandas de escolas afirmam que nelas só estudam as melhores cabeças ou os que querem ter um futuro brilhante. E, no mercado, os melhores são logo escolhidos e usados. Na igreja humana quanto maior e luxuoso o prédio, ou quanto mais "visões e unções" e o maior número de seguidores tem-se estabelecida a melhor," a mais mais" dentre todas.
Entretanto, a Graça joga tudo isto por terra. Nela estávamos todos encerrados debaixo da desobediência. Todos éramos, sem ela, miseráveis, pobres , cegos e nus. E sem ela permanecemos assim. Méritos, justiça própria, aparências, obras... Nada disso subsiste. Nada pode ser apresentado diante de Deus como coisa de valor. Pois tudo estava condenado.
Alguns, para não dizer muitos, alegam que quando se prega muito sobre Graça há uma corrida desenfreada para o pecado. O entendimento é que a pessoa se torna mais pecadora a partir da Graça. Muitas vezes, isto não é dito de forma clara, mas está camuflado no "modus operandi" eclesiástico. Mas vejam só! "Pela Graça" é a única maneira possível do homem ser salvo.
"O homem não é pecador porque peca. Ele peca por ser pecador".
Estou então emparedado pela Graça. Sendo o único instrumento de salvação sua eficácia só se dá em meio a uma confissão genuína. Não aceita aparência, mas me expõe como verdadeiramente sou, quebrando minha altivez . Devo fazer o melhor sem esperar recompensa, pois se o fizer nem "servo inútil" serei. Torno-me só inútil.
Então, viver pelas várias leis criando novas fórmulas e regras disfarçadas de coisas de Deus é mais cômodo. A Graça constrange muito!

terça-feira, 30 de setembro de 2014

‘O pastor Silas Malafaia terá influência no governo Marina?’- Sérgio Pavarini




bezerramarina


Em meio ao tiroteio político nas redes sociais, militantes dos partidos alvejam sem piedade (e, muitas vezes, sem noção) outros candidatos. A situação se agrava quando jornalistas  acrescentam em suas receitas ingredientes como a desinformação e o preconceito, desandando a massa. Infelizmente, com trocadilho.
A pergunta que duas colegas fizeram nesta semana a um assessor de Marina Silva ilustra a série de equívocos no tratamento dispensado ao rebanho durante a campanha eleitoral. Segundo o chavão insanamente repetido, “os evangélicos podem decidir as eleições”. #zzzz
Apesar de o texto (excelente) do Ricardo Alexandre na CartaCapital ter mais de 103 mil likes, muitos jornalistas parecem não ter apre(e)ndido as lições e continuam tratando os crentes como um bloco ignaro monolítico. Embora seja meio constrangedor, é hora de fazer novamente uma confissão pública: somos desunidos e, pior, marcados por (in)diferenças.
Apressados na hora da pesquisa, alguns veem no Google que Malafaia é da Assembleia de Deus, a maior igreja pentecostal brasileira. Quase isso.  Malafaia é figura controvertida e contestada dentro da própria denominação. Basta pesquisar vídeos no Youtube para vê-lo surtado (como sempre) porque seus produtos eram boicotados na rede de lojas da denominação.
Com a morte do sogro em 2010, Malafaia assumiu a igreja Assembleia de Deus da Penha (RJ) emarotamente trocou o nome para “Vitória em Cristo”, o mesmo de seu programa de TV. Em números, a Convenção das Assembleias de Deus tem mais de 12 milhões de membros. Malafaia, 25 mil. O nome é o mesmo, porém o sobrenome e o grupo são beeem diferentes. Fácil entender os decibéis de seus tuitaços.
Dizer que Marina e Silas são assembleianos (e, por maldade eleitoreira inferência, muito parecidos) equivale a afirmar que Marisa Monte e Valesca Popozuda são cantoras. Campanhas pré- eleições sempre confirmam o provérbio iídiche que “uma meia-verdade é uma mentira inteira”.
Para reforçar um pouco mais a questão das divisões, quem conseguiria promover um prosaico aperto de mão entre Edir Macedo e o cunhado R.R. Soares? Vídeos da Universal mostram ~demônios~ dizendo que gostam da Mundial, igreja liderada por Valdemiro Santiago, outro desafeto máster de Macedo. Interpretações bíblicas nos separam e brigas denominacionais criam inimizades que só devem ser resolvidas na vida eterna. Qualquer que seja o destino das partes envolvidas.
charge: Internet
charge: Internet
Uma ilustração recorrente diz que “A igreja é como a arca de Noé, cheia de animais esquisitos” (de perto ninguém é normal, né, Caetano). Essa “fauna” reúne gente como Anivaldo Padilha, perseguido por sua luta pela democracia durante o regime militar, atletas como Kaká, David Luiz e Victor Belfort e celebridades como Heloísa Perissé, Claudia Leitte e Marlene Mattos.  Para confirmar a diversidade, não podemos nos esquecer de gente como Gretchen, Monique Evans e Kid Bengala (Kid Varão?) que (para desespero de alguns) em diferentes momentos testemunharam sobre sua relação com igrejas evangélicas. É ou Noé?
Em exames de sangue, uma amostra é suficiente para fazer a análise. O mesmo não acontece com o rebanho. Por favor, não tipifiquem os pastores usando os 5 que aparecem na lista da Forbes. Não tentem rotular os políticos cristãos tendo como parâmetro o histrionismo jeca de Marco Feliciano (até hoje chamado de “Marcos” por jornalistas distraídos).
Como acredito que política e religião se discutem (apenas o meu desmatado Palmeiras é assunto proibido), selecionei alguns trechos de uma matéria mega interessante publicada na Impacto. A revista circula há 15 anos e a última edição tem o duo às vezes desafinado “política e evangélicos” como tema.
Por aquele tipo de acaso que no dialeto brega-cristão é chamado de “jesuscidência”, quem assina a matéria também é o Ricardo Alexandre. Ele entrevistou meu amigo Carlos Alberto Bezerra Jr (deputado estadual pelo PSDB-SP) e Marina Silva, colunista do Pavablog, entre outros predicadosde responsa. A entrevista aconteceu antes do acidente que vitimou Eduardo Campos.
O site da revista traz um trecho maior e, claro, os detalhes para adquirir (ou assinar) a publicação. #recomendo
ed79A liberdade, por exemplo, é um valor cristão. As sociedades que foram “salgadas” pelo evangelho normalmente experimentam mais liberdade. O respeito aos que pensam e vivem de forma diferente da nossa é uma realidade muito presente no Evangelho e isso de forma até revolucionária. O cristão que envereda pelo caminho da política precisa ter isso em mente. (Marina Silva)

Minha fé vale mais do que qualquer posição política, mas o que vejo nas bancadas religiosas não me parece reflexo dos princípios bíblicos. A contribuição evangélica na política precisa exceder o campo moral e a defesa de privilégios para impérios eclesiásticos. (Carlos Alberto Bezerra Jr)
 
Meu entendimento sobre a política como um serviço de natureza republicana e meus princípios pessoais, orientados pela fé que professo, me ensinam que devo procurar, nas ações políticas, o benefício de todas as pessoas, independentemente de suas diferenças políticas, socioculturais e religiosas. (Marina)
 
Sonho com o dia em que os cristãos do país farão “marchas para Jesus” pelas mulheres vítimas de violência, pela erradicação da miséria, da exploração sexual de crianças e do trabalho escravo. (Bezerra)
 
Ao longo de minha vida pública, tenho tido o cuidado de não fazer de púlpitos palanques e nem falar em palanques como se fossem púlpitos, por mais que essa mistura possa parecer pragmaticamente vantajosa em termos eleitorais. (Marina)
 
Onde sobra discurso, falta ação – não foi à toa que Jesus chamou de “guias cegos” aqueles que coavam mosquitos e engoliam camelos. Precisamos nos importar com temas morais. Mas é preciso ir além. Às vezes, parece que a única maneira de fazer com que certas bancadas evangélicas se importem com a corrupção, por exemplo, é tornando-a atentado ao pudor. (Bezerra)
 
Política é serviço. A visão republicana da política é servir ao bem comum. E a Bíblia orienta para que façamos isso com integridade, pois o sal evita a degradação, e com justiça, que é respeitar e defender direitos de todos. É defender o que traz luz para as trevas da injustiça. Às vezes, “ser sal e luz” significa nos posicionar em defesa dos interesses dos pobres, dos que não têm voz como os índios ou os negros, os que perambulam pelas ruas sem moradia. Às vezes, significa defender a integridade dos biomas, os “jardins” citados em Gênesis 2.15. Às vezes, é lutar por uma ideia mais do que por coisas práticas. (Marina)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pregar o Evangelho - Paulo Cilas

 

 Embora não pareça nunca foi tão difícil pregar o Evangelho. A começar pela falta de disponibilidade e disposição, desembaraço e acesso as pessoas , essas sempre ocupadas ou entretidas com tantas coisas que lhes chamam a atenção. Sabemos que muitos de nós não têm facilidade para lidar com isso. Entretanto, essas coisas não são ainda as mais difíceis. Há outras que ocupam este patamar de dificuldade. 
- Primeira dificuldade é o coração do homem. A inclinação do homem para o pecado em suas mais variadas formas acabam por fechar, tapar-lhe os ouvidos e a endurecer o seu coração. 
- Outra dificuldade é fugir da tentação de pregar “um evangelho” que atenda as necessidades particulares das pessoas. Isso está bem pontuado nesta era. Passamos  a oferecer soluções de tudo e para tudo. E, como sabemos,  não é esse o propósito primordial da pregação do Evangelho, e,  sim, a salvação do homem, a Vida Eterna. Assim sendo, muitas  promessas não serão cumpridas  gerando frustração, derrota e distanciamento daqueles que aprenderam "a buscar em primeiro lugar as demais coisas e, depois, O Reino de Deus". Isto é, se forem atendidas sempre em suas ditas necessidades.  
- Mas, talvez a maior das dificuldades seja a nossa própria: acreditar naquilo que o ap. Paulo já determinava: "Não me envergonho do Evangelho de Cristo pois é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê". Sim, a verdade é que só pregar o Evangelho- vencidas as dificuldades acima citadas -  já não nos é suficiente. No afã de termos argumento  para tudo  acabamos por descrer na mensagem simples. É claro que Jesus falou sobre consolação, alivio para os aflitos e cansados. É também claro em toda Bíblia que devemos dar assistência aos que necessitam. É claro também que devemos estar prontos para explicar a razão de nossa fé, mas tudo isso é consequência natural de uma mensagem que regenera, justifica e conduz o homem à eternidade. Enfim, tudo está restrito e condicionado à pregação e aceitação desse Evangelho. 
Vivemos num mundo em que as palavras pomposas têm tomado lugar, alcançado aura de verdade absoluta e mística. Isso  em todas os segmentos: científico, comercial, religioso, etc. Mas  Jesus determinou que as suas palavras não iriam passar jamais. Ou seja, elas não precisam ser otimizadas, proativas e reativas e, sobre tudo, mercantilizadas e usadas  como marketing de projetos pessoais ou personalistas.
Este é o Evangelho: Boas novas de salvação! E as Boas Novas, graças a Deus,  são as mesmas desde que Jesus subiu à cruz e declarou que tudo estava consumado.
"Aquele que crê será salvo e aquele que não crê já está condenado".

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Ovo da serpente - Rafael Dantas


Crescimento do ateísmo no Brasil tem raízes dentro da própria Igreja cristã.

    Ovo da serpente
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O esfriamento da fé cristã começa a se tornar uma realidade visível no maior país católico do mundo, e onde a Igreja Evangélica tem experimentado crescimento exponencial. Os brasileiros ateus, agnósticos e sem religião já somam quase 15 milhões, segundo dados do último recenseamento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – números que já se equiparam ao de habitantes do Rio de Janeiro, o terceiro estado mais populoso do país. Numa nação de religiosidade evidente, no qual o Catolicismo ainda é hegemônico e quase todas as pessoas repetem, mesmo sem sentir, bordões como "graças a Deus" ou "se Deus quiser", percentual tão elevado – e crescente – chega a assustar, ainda mais diante do crescimento econômico que, embora arrefecido em 2012, foi a regra brasileira ao longo da última década. Isso porque, conforme se observa no Primeiro Mundo, quanto mais rica uma sociedade, maior é sua tendência ao secularismo.
Veja-se, por exemplo, países ricos como a Suécia e a Dinamarca, que já têm, respectivamente, 64% e 48% de suas populações ateias. Se nenhum movimento interromper o esfriamento da fé, nas próximas quatro décadas, nações como Canadá, Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca terão a maioria de sua população longe de Deus, segundo dados da American Physical Society, organização especializada em estudos científicos e que aferiu a rejeição à figura de Deus entre aqueles povos. Outro estudo, este do Fórum Pew – que estuda as ligações entre religião e vida pública –, aferiu que os indivíduos sem filiação religiosa já constituem o terceiro maior grupo do mundo na esfera religiosa (ou antirreligiosa, no caso), com 1,1 bilhão de pessoas, atrás apenas do Cristianismo e do Islamismo. Mesmo que,estatisticamente, os ateus, agnósticos e pessoas sem religião não representem ameaça imediata à religiosidade do Brasil de todos os credos – eles são apenas 8% da população nacional –, é preciso reconhecer que os chamados seculares pertencem a segmentos influentes da sociedade. Eles têm acesso à mídia e à academia, além de pertencer aos setores mais favorecidos economicamente, os chamados formadores de opinião.
Mas isso não é tudo. O ateísmo é alimentado, sobretudo, pela modernidade e pelo descrédito em relação às instituições religiosas. Embora Deus jamais vá morrer, ao contrário do que preconizou Nietzsche no século 19, poucas vezes, ao longo da história humana, ele foi tão questionado e combatido – sobretudo, por causa do comportamento daqueles que se pretendem seus representantes na Terra. Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que, para 64% dos brasileiros, existe corrupção nas igrejas evangélicas. Em relação à Igreja Católica, o índice é um pouco menor – 53% –, mas, ainda assim, elevado. A inusitada renúncia do papa Bento XVI, cujo pontificado foi severamente questionado por escândalos morais e financeiros envolvendo a alta cúpula da Igreja de Roma, aumentou ainda mais essa percepção. "Não há uma única razão para esse movimento de afastamento de Deus", aponta o professor Maruilson Souza, PhD em Educação Teológica e major do Exército de Salvação, igreja da qual é supervisor para o Nordeste. "Vivemos um tempo de muitas mudanças. Os valores são questionados e um desses é a crença em Deus. Atualmente, há uma tendência de se desvalorizar tudo aquilo em que tradicionalmente se acreditava."
A bem da verdade, no Brasil, não se pode falar sequer em um movimento ateísta, já que, diferentemente do que acontece na Europa, os ateus brasileiros não fazem tanto barulho. No Reino Unido e na Espanha, até outdoors e cartazes impressos em ônibus com dizeres como "Deus não existe" são vistos pelas ruas, e a cultura secular impregna os mais variados setores. Ícones do ateísmo moderno, como o biólogo e escritor britânico Richard Dawkins, transformam seus livros, como Deus, um delírio, em best-sellers de projeção mundial. Por outro lado, políticas secularistas em países como a França, onde existem leis impedindo a exibição de símbolos religiosos em espaços públicos, jogam a questão para o centro dos debates. O que existe por aqui são alguns grupos, como a Atea – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos – e iniciativas isoladas. "Tem havido uma mudança de mentalidade: até um tempo atrás, ateísmo era tido como algo complicado, coisa que só filósofos ficavam discutindo. Com livros mais populares, ficou mais fácil para as pessoas saberem o que é o ateísmo", diz o funcionário público Alexandre Pereira, criador e mantenedor do site Ateus do Brasil. Além de artigos e reflexões do próprio autor, ali o internauta tem espaço para expor seus pontos de vista e saber mais sobre o ateísmo no Brasil e no mundo. "O que acontece é que a religião está longe de ser aquele guia de moral que prega ser. As pessoas são boas ou más independentemente de religião", aponta. "A vida é melhor quando não existe aquele medo de ir para o inferno se você fizer algo ruim ou coisa assim."

"DESCRÉDITO"
O professor Luiz Macedo, 26 anos, ateu declarado, afirma que já sofreu inclusive manifestações preconceituosas: "Uma vez, recusaram-se a me atender num estabelecimento comercial porque eu sou ateu. O gerente da loja, que me conhecia, era evangélico". No seu dia a dia, contudo, ele afirma não se incomodar com as tentativas de evangelização, mas reclama dos excessos e do fato de que esses mesmos crentes que querem ganhar seu coração para Jesus não se dispõem a escutá-lo quando fala de suas convicções. "Gosto de desmistificar a fé, a religiosidade popular, do mesmo jeito que as pessoas que professam uma crença falam dela. Mas poucos estão disponíveis para ouvir", declara.
Uma característica que tem marcado o crescimento dos sem religião no Brasil é que a decisão de deixar a ideia de Deus de lado acontece cada vez mais cedo. A idade média das pessoas que se enquadram na categoria é a mesma de Macedo, 26 anos – justamente, o período normalmente vivido na universidade, onde os enfrentamentos à fé e a relativização de valores se acentuam. É na juventude que se concentra o maior índice de abandono da fé. Estudo do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicos (Ibase) aponta que, no Brasil, 14% dos jovens declararam não ter religião, contra 7% dos adultos. "Isso é resultado da crítica que esses jovens fazem ao chegar à idade adulta, quando não veem na prática o mesmo que ouviram nas pregações e estudos bíblicos", destaca o pastor Abraão Júnior, de origem batista. "Os jovens não querem se identificar com um movimento, qualquer que seja, que não lhes passe crédito. E esse descrédito tem a ver com a instituição religiosa e com os pais. Assim, os vínculos com a fé são facilmente quebrados ao se ingressar na universidade".
O auxiliar administrativo José Ramos, de 27 anos, fez esse percurso. Criado sob princípios cristãos, ele hoje repudia a fé. "Tive várias decepções na igreja e depois passei por um processo intelectual. Venho de uma família de forte tradição religiosa, mas hoje, a religião, para mim, é uma grande cegueira". Embora garanta defender a liberdade religiosa, ele agora sente a necessidade de levar outras pessoas a abandonarem a fé. Com a mesma satisfação com que muitos crentes comemoram o crescimento da Igreja Evangélica no país, Ramos, que mora em Vitória (ES), também vibra com o maior número de pessoas que confessam não crer em Deus. "Defendo que os ateus tenham direito a expressar seu pensamento. O mundo ainda será ateu."
Estudos da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) apontam que, de fato, é no ambiente acadêmico, onde há maior exposição dos alunos a ideias e teorias que questionam a existência de Deus – não apenas a imagem judaico-cristã cristalizada no imaginário popular, mas a própria ortodoxia de quem segue a Bíblia –, que o ateísmo ganha força. Além disso, muito da resistência desse meio para com os cristãos consiste no fato do secularismo atual apresentar o Deus do Cristianismo apenas como uma opção entre outros tantos caminhos de experiências religiosas ou místicas, apresentadas como igualmente válidas. E, nesse cenário de pluralismo e relativismo, a exclusividade solicitada pela fé cristã acaba sendo confundida com intolerância.
O caminho para alcançar o coração dos universitários que estão longe de Deus, na opinião do secretário geral da ABUB, Reinaldo Percinoto, passa pelo estabelecimento de relacionamentos, que dificilmente são conquistados através do formato tradicional de atuação das igrejas. "Em primeiro lugar, precisamos ouvir as pessoas que se acham fora da comunidade cristã. E, também, trabalharmos criativamente para buscar pontos de contato que ajudem aqueles que estão ao nosso redor a construírem pontes entre a sua situação real e a mensagem do Evangelho. Claro que esses espaços são o estágio inicial, o ponto de partida, para ajudar as pessoas a se aproximarem do Reino de Deus, não o porto final", diz. Percinoto cita que esses espaços de oportunidade podem estar na própria cultura, através da música, do cinema e da literatura, por exemplo.

TRADIÇÃO ILEGÍTIMA
"Quando as pessoas descobrem que algumas verdades da Igreja, de fato, não são bem como aprenderam, há uma decepção que acaba afogando a fé", sintetiza o funcionário público Henrique Carneiro, 32 anos, membro da Primeira Igreja Batista em Dois Unidos, no Recife (PE). Aluno do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco, ele acredita que ainda existe certo atrito entre os cristãos e os ateus, mas que há uma acomodação por ambas as partes. "Defendo que devamos respeitar a visão das pessoas sem religião, pois só assim poderemos conseguir influenciá-los de alguma maneira. É necessária uma aproximação, sem que haja uma imposição de verdades. Mas quem se dispõe a pregar aos intelectuais tem que conhecer não apenas de religião, mas de mundo", observa. "O movimento evangélico, no Brasil, cresceu muito, mas desaprendeu a pensar. Por isso, não consegue dialogar com as novas demandas, como o avanço do secularismo", concorda o professor Maruilson.
Para o pastor e professor de teologia Rubens Muzio, a superficialidade do Cristianismo praticado no país pode ser apontado como uma das principais alavancas do avanço do secularismo. "A tradição cristã do Brasil não tem raízes legítimas: ela começou com a colonização do país e com uma relação espúria entre Estado e Igreja", aponta. "Ser cristão, em última análise, era adotar a cultura portuguesa. Do ponto de vista de muitos ateus e agnósticos, essa atitude religiosa dominadora continua sendo uma afronta às outras visões de mundo da atualidade". Na opinião do teólogo, a maioria dos brasileiros não vivencia essa tradição no dia a dia – ao contrário: nos dias de hoje, continua Muzio, existe um pluralismo religioso intenso e violento. "Assim, quaisquer tentativas de se afirmar que há um único caminho para a eternidade serão vistas como desrespeito absoluto a toda autonomia e liberdade característica da vivência pós-moderna."
Já o pastor André Mello, da Igreja Presbiteriana da Trindade, em Florianópolis (SC), identifica que o crescimento dos ateus e agnósticos é um "fruto amargo" da fermentação de uma parte do movimento neopentecostal. "O modelo da teologia de negócios, da igreja-empresa ou da megaigreja gera, irremediavelmente, um rebanho de pessoas machucadas, apunhaladas e esfoladas em sua fé", sustenta. Estas pessoas, continua o religioso, fazem um movimento difícil, que é o abandono da religiosidade tradicional. "Esse movimento é acompanhado de grandes custos emocionais. Daí, quando se decepcionam, simplesmente não querem mais saber de igreja". Desta forma, um dos principais motores do crescimento do ateísmo e do agnosticismo em terras brasileiras está justamente dentro das comunidades cristãs.
Mello está preocupado com a escalada das coisas no Brasil. "A crise de diálogo e de comunicação das igrejas com esta geração é a mesma crise da classe política com a sociedade. As igrejas copiam o que há de melhor e pior na sociedade. No entanto, elas deveriam ser, apenas, diferentes". Para ele, o que já aconteceu lá fora pode repetir-se aqui. "De repente, alguém descobre que a frase 'Deus seja louvado' deve ser retirada das cédulas do real", diz ele, lembrando uma inciativa do Ministério Público que visa a secularizar o dinheiro brasileiro. "Outras pessoas desejam que os crucifixos sejam retirados das repartições públicas e instituições bancárias. Alguns até questionam o uso de recursos públicos na restauração e recuperação de templos católicos antigos". O problema, ele diz, está mais nos erros dos grupos religiosos, que abrem espaço para a fermentação de sentimentos que levam a um sentimento antirreligioso. "O problema dessas pessoas não é com a religião organizada; o que as move é o ressentimento emocional contra o abuso religioso. Se os próprios pastores e igrejas não reagirem contra os excessos, outros reagirão."
O pior cenário, diz o ministro presbiteriano, seria uma soma da crise do Catolicismo romano europeu com a crise do evangelicalismo norte-americano. "Daí, teríamos um Brasil pós-religioso", comenta. "Sinceramente, não creio que é este o nosso caso. É mais fácil, no Brasil, o indivíduo optar por um novo caminho religioso do que por um ateísmo militante.     "Mestre em missiologia e professor do Seminário de Educação Cristã (SEC), Diego Almeida lembra que o crescente grupo dos sem religião – sejam eles ateus, agnósticos, seculares ou decepcionados com a fé – não pode deixar de ser alvo dos esforços da Igreja. "Todo o mundo, hoje, é alvo de missões. Nosso país parece estar seguindo uma triste trilha já percorrida por europeus e norte-americanos, cujos povos têm se tornado cada vez mais secularizados". O missiólogo aponta que, mesmo de forma silenciosa, há um movimento em busca dessas pessoas decepcionadas com a religião ou não convencidas pelo Evangelho que lhes é pregado. "A Igreja não pode ficar parada frente ao crescimento desses grupos, que compreendem desde os que têm negado Deus aos que se afastam do convívio espiritual, que deveria ser saudável e terapêutico", alerta. (Colaborou nesta matéria: Carlos Fernandes)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Falsos Apóstolos já Atacavam Igrejas no Novo Testamento - Augustus Nicodemus



Examinemos agora o caso daqueles a quem o apóstolo Paulo chama de “superapóstolos” e “falsos apóstolos”, na sua segunda carta aos coríntios (2Co 11.5; 11.13 e 12.11). Trata-se de obreiros que apareceram na igreja de Corinto, ostentando o título de apóstolos, apresentando credenciais que supostamente provavam esta reivindicação, querendo diminuir Paulo como apóstolo e assumir a liderança da igreja.
Paulo os chama de “super apóstolos,”  (2Co 11.5; 12.11), provavelmente como uma ironia. [1] Os tais se apresentavam com reivindicações extravagantes e se colocando acima de Paulo e talvez dos doze. Paulo os considera “falsos apóstolos” (2Co 11.13), não somente porque a mensagem deles representava um desvio do ensino apostólico original, mas também porque eram imitadores, tentando se passar por apóstolos de Cristo. [2]
Robertson e Plummer afirmam que “não poderia ter havido falsos apóstolos (2Co 11.13), a menos que o número de Apóstolos [sic] fosse indefinido”. [3] O que eles querem dizer é que se reconhecia a existência de apóstolos além de Paulo e dos doze, e que não havia limite para o número de apóstolos naquela época. De acordo com esta interpretação, os “falsos apóstolos” eram falsos não porque estavam usurpando um título que era somente dos doze ou de Paulo, pois havia muitos outros apóstolos além deles. Eles eram falsos somente porque pregavam um falso evangelho. Assim, de acordo com esta linha de interpretação, a existência de falsos apóstolos no período apostólico é uma prova de que havia muitos apóstolos em atividade naquela época e que consequentemente não existe nenhuma razão pela qual se deva negar a existência deles em nossos dias.
Todavia, uma análise mais atenta aos textos de 2Coríntios que se referem aos falsos apóstolos, parece sugerir que Paulo os considera “falsos” não somente por serem falsos mestres, mas também por serem usurpadores do título. Eles se apresentavam como apóstolos similares aos doze e a Paulo, e não como enviados de alguma igreja para cumprir uma missão. Eles queriam poder, autoridade, reconhecimento e, especialmente, ganhar dinheiro. Suas credenciais envolviam sonhos, visões, revelações, milagres, ascendência judaica e outras coisas destinadas a impressionar os crédulos coríntios. É verdade que haviam outros apóstolos além de Paulo e dos doze, conforme já mostramos anteriormente, mas estes que apareceram em Corinto não eram do nível de Silas, Timóteo, Barnabé ou Epafrodito – não, eles eram “superapóstolos”, como os doze e acima de Paulo. Eles eram falsos porque o grupo de “apóstolos de Jesus Cristo” ao qual eles queriam pertencer – os doze e Paulo – era limitado. [4]
Examinemos mais de perto as evidências. Quase que certamente esses obreiros eram judeus, supostamente convertidos ao Cristianismo, pregadores itinerantes, que se vangloriavam de sua ascendência judaica e de serem ministros de Jesus Cristo. [5] Eles haviam entrado na igreja de Corinto e estavam fazendo graves acusações contra Paulo, o que levou o apóstolo a ter de escrever esta carta depois de haver visitado a cidade para tratar do assunto.
Paulo diz que eles “mercadejavam a Palavra de Deus”, uma alusão às exigências financeiras que estavam fazendo (2Co 2.17). Eles se apresentavam com “cartas de recomendação,” provavelmente da igreja de Jerusalém, com o intuito de imporem a sua autoridade sobre a igreja (2Co 3.1-3). [6] Ao apresentar-se como “ministro de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito” (2Co 3.6) e ao fazer o contraste entre o Evangelho e o Judaísmo (2Co 3.6-18), Paulo deixa transparecer que eles pregavam as glórias da antiga aliança baseada na lei de Moisés como superior ao Evangelho de Paulo. [7] Ao fazer isto, eles astutamente “adulteravam” a Palavra de Deus (2Co 4.2) e pregavam a si mesmos e não a Cristo (2Co 4.5). Paulo os critica por se “gloriarem na aparência”, o que pode ser uma referência ao fato de que se gloriavam de ser judeus legítimos, talvez de Jerusalém, ao contrário de Paulo que era da Dispersão (2Co 5.12). Eles haviam sugerido que Paulo havia enlouquecido (2Co 5.13). Criticavam-no por proceder como o mundo (2Co 10.2) e de ser covarde, pois escrevia cartas fortes e graves quando estava distante, mas quando estava presente, sua apresentação pessoal era “fraca” e sua palavra “desprezível” (2Co 10.9-10; cf. 11.6). Eles insinuavam que Paulo queria aproveitar-se financeiramente deles, ao inventar uma coleta para os pobres de Jerusalém (2Co 8.14-18). [8] Eles apresentavam-se como verdadeiros israelitas (2Co 11.22) e “ministros de Cristo” (2Co 11.23), talvez operadores de milagres (2Co 12.12), que tinham visões e revelações do Senhor (2Co 12.1). Apresentavam-se como no mesmo nível de Paulo, ou mesmo como superiores a ele, por terem maiores e melhores credenciais (2Co 11.12). A igreja de Corinto, ou um grupo dentro dela, estava aceitando a presença e o discurso deles, com suas críticas a Paulo, que certamente tinham o objetivo de minar a sua liderança e autoridade e, finalmente, assenhorear-se da comunidade (2Co 11.1-4).
A resposta de Paulo a tudo isto vem de várias maneiras. Primeira, ele responde às reivindicações destes “apóstolos” apresentando, constrangido, as suas próprias credenciais apostólicas, aceitando, num primeiro momento, que estas credenciais definem um apóstolo de Cristo: ele também é judeu (2Co 11.22), faz sinais e prodígios (2Co 12.12), tem visões e revelações do Senhor (2Co 12.1-4).
Mas, paralelamente, Paulo apresenta as credenciais de um verdadeiro apóstolo que estes “apóstolos” não tinham, e que o faziam um verdadeiro “ministro de Cristo,” em contraste com eles, que eram ministros de Satanás: eles traziam cartas de recomendação, mas a recomendação de Paulo eram os próprios coríntios, convertidos pela sua pregação (2Co 3.1-4). Eles se vangloriavam de seus predicados e credenciais, mas Paulo se gloriava de seus sofrimentos (2Co 6.4-10), de um espinho na carne (2Co 12.7-10) e de ter tido de fugir uma vez de uma cidade descido num cesto, pelo muro, para não ser morto pelos judeus (2Co 11.32-33).
Terceiro, Paulo os denuncia como “falsos apóstolos,” “obreiros fraudulentos,” que na verdade eram ministro de Satanás travestidos de ministros de Cristo, seguindo a estratégia do diabo de se passar por Deus (2Co 11.13-15). Ele apela aos coríntios para não se porem em “jugo desigual com os incrédulos,” no que parece ser uma referência a estes falsos apóstolos (2Co 6.14-18).
Fica evidente, então, de nossa análise, que estes obreiros fraudulentos haviam arrogado a si mesmos o título de apóstolos de Jesus Cristo, numa tentativa de se imporem autoritativamente sobre as igrejas, numa espécie de imitação dos doze, com o fim de dominarem sobre elas. Eles eram apóstolos falsos, não somente porque o grupo de apóstolos ao qual eles reivindicavam pertencer estava já fechado, mas também porque não possuíam as credenciais essenciais de um verdadeiro apóstolo. Além disso, estavam adulterando a Palavra de Deus no intento de auferir ganhos financeiros das igrejas.
Nossa conclusão está de acordo com o fato de que apareceram muitos, quando os doze e Paulo ainda viviam, reivindicando um status similar. Encontramos um exemplo disto no livro de Apocalipse, na carta à igreja de Éfeso: “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos” (Ap 2.2). À semelhança do que havia acontecido em Corinto, homens maus apareceram na igreja de Éfeso dizendo-se apóstolos. Ao contrário do que havia acontecido na igreja de Corinto, os crentes de Éfeso puseram estes apóstolos à prova – certamente examinando as suas reivindicações, suas credenciais e sua mensagem – e concluíram que eles eram impostores, no que foram aprovados pelo Senhor. Aqui cabem as palavras de Spence-Jones: “Chamar um homem de sucessor dos apóstolos, o qual não tem o caráter apostólico – nobreza, lealdade a Cristo e total autoabnegação – é uma farsa malévola”. [9]
O status de apóstolo era cobiçado desde cedo na história da igreja cristã, não como um indicativo de alguém que estava envolvido na obra missionária, mas pelo poder, autoridade e respeito que este status comandava. E é exatamente neste sentido que ele vem sendo apropriado e usado por muitos hoje que se apresentam como apóstolos de Jesus Cristo.
Notas:
1. Cf. “tais apóstolos”, ARA; “superapóstolos”, NVI; “superapóstolos” NTLH. A ARC, todavia, traduziu como sendo uma referência não irônica,“aos mais excelentes apóstolos”, o que altera substancialmente a interpretação da passagem, sugerindo que estes apóstolos “mais excelentes” eram os doze com quem Paulo estava se comparando.
2. Alguns estudiosos sugerem que Paulo estava se referindo ironicamente aos doze apóstolos de Jesus Cristo, sediados em Jerusalém. Contudo, diante dos relatos do livro de Atos e de Gálatas capítulo dois, da concordância e harmonia entre Paulo e os doze, esta sugestão não se sustenta. Veja os argumentos contra a ideia de que os “superapóstolos” eram os doze em Kirk, “Apostleship since Rengstorf,” 253.
3.  Robertson, Corinthians, 279.
4.  “Apóstolos de Jesus Cristo” é uma designação quase que exclusiva dos doze e Paulo no Novo Testamento, cf. a argumentação na seção “Apóstolos de Jesus Cristo”.
5.  Cf. Carson, New Bible Commentary, na Introdução.
6.  Isto não quer dizer que os apóstolos de Jerusalém estariam de acordo com a atividade sectária e mercenária deles, em Corinto.
7. Para uma posição contrária, veja Clark, “Apostleship,” 359-360 e Carson, New Bible Commentary, Introdução. Mesmo admitindo que os oponentes de Paulo eram judeus cristãos, Carson não acredita que eram judaizantes, como aqueles que infestaram as igrejas da Galácia. Contudo, o contraste entre as duas alianças no capítulo 3 só faria sentido no contexto de uma mensagem judaizante dos oponentes de Paulo.
8. Esta é, provavelmente, a razão pela qual Paulo toma várias precauções para evitar acusações de apropriação indébita das ofertas que ele haveria de levar a Jerusalém, cf. 2Co 8—9.
9. Spence-Jones, Galatians, 140.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

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