segunda-feira, 15 de junho de 2020

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é atribuível a coisas como casas caras ou que a crise econômica deixou as pessoas sem recursos e por isso recorrem à violência. Outros dirão que a direita incentiva esse comportamento.
Outros ainda dirão que o clima crispado entre brancos e negros encoraja este tipo de comportamento. Todos esses fatores contribuem para o problema, sem dúvida. Mas nenhum desses fatores dá uma explicação coerente.
A América do Norte está se secularizando. A esquerda, em particular, tem se esforçado para tirar Deus da praça pública e da vida pessoal. Mas isso não significa que a religião tenha ido embora. Os humanos estão ligados pela crença, e são criaturas sociais com necessidade de comunidade.
Por causa disso, a religião nunca morrerá, mas novas religiões vão aparecer. A religião esquerdista é uma mistureba do misticismo da Nova Era que não está muito distante do evangelho da prosperidade e dos brotos de auto-ajuda misturados com o absolutismo que está próximo do puritano.
A ideia de que o que se pensa e que suas experiências de vida refletem o que sua energia lhes traz, leva à ideia de que as pessoas sofrem porque trouxeram as más vibrações para si mesmas. Atingido pelo câncer? Não é genética ou ambiente. É a energia adiada que atrai a energia do câncer. Enquanto algumas pessoas podem sofrer por causa de más decisões, nem todas as pessoas sofrem. O que acontece com elas?
Paradoxalmente, esta crença está misturada com uma visão de que grande parte da sociedade está desamparada devido ao seu acidente de nascimento ou racismo estrutural ou sexismo ou o patriarcado. Toda uma série de fatores conspiram, para manter algumas pessoas na mó de baixo. É assim que as coisas são. É uma estranha combinação de um eu onipotente como deus que é impotente em relação às todo-poderosas estruturas sócio-econômicas. Uma religião com um deus, uma ideologia conflituosa, uma miríade de regras e imperativos morais, e um apocalipse.
Sem Deus e a estrutura de uma religião centrada em Deus, uma pessoa cria seus próprios princípios religiosos. Os princípios estão de acordo com a própria autoridade de um indivíduo.
Um grupo de pessoas que pensam da mesma maneira são chamadas de “iluminadas”; juntas, elas têm poder. Juntos eles tomam o poder. Eles são a máfia. A raiva deles é rápida. O seu julgamento é absoluto. Qualquer pessoa fora do templo dos iluminados é cancelado. Um acólito da Nova Religião diz isso muitas vezes: “Todos acreditam nisto.”
Talvez se chegue a um consenso de que o aquecimento global é causado pelo homem, por exemplo. Aqueles que resistem a esta doutrina, ou mesmo partes da doutrina, são considerados hereges. Eles são evitados. Se são verdadeiros cientistas do clima, são marcados e ostracizados. Alguns têm suas carreiras queimadas na fogueira. Os novos religiosos vivem e morrem como uma máfia impiedosa.
A interseccionalidade e o racismo e o sexismo inerentes ao patriarcado servem de pilar de crença. A esquerda que há anos acusa qualquer um que discorde deles como racistas, estão se destruindo uns aos outros com acusações de racismo e sexismo. Por quê? Porque alguns discordam dos novos ideólogos socialistas. Claramente, a discordância não é sobre o mérito das idéias. É obviamente porque a esquerda mais antiga é racista, sexista, tiranos patriarcais que insistem em silenciar as mulheres de cor.
O aborto é o principal sacramento dos novos religiosos. Curiosamente, alguém tem que morrer, para que alguém possa viver. Um sacrifício de sangue é feito para satisfazer o deus. A vida de um bebê é drenada. Dividida. A natureza, cristais, árvores, o oceano, são dignos de adoração. Intuição, sentimentos e verdade subjetiva (“a minha verdade”) são elevados acima da ciência, da verdade objetiva e do bom senso.
Quando alguém questiona algum dos disparates, é considerado um fanático de mente fechada. Conversa encerrada. Se alguém violar algum dos princípios, esqueça. A máfia destrói o indivíduo infeliz. Os novos religiosos são impiedosos. As regras mudam diariamente. Estar na frente das novas regras caóticas é quase impossível.
Há um terreno seguro. Todas as formas de comportamento sexual e uso de drogas são boas e devem ser encorajadas, a menos que se seja heterossexual. Os homens heterossexuais são violadores de fato. Caso contrário, todas as apostas estão canceladas. Isso se chama libertação. Ninguém pode julgar outro pela sua orientação. Afinal de contas, ele nasceu assim. Poliamor? Está bem. Pãezinhos alimentados por drogas que se transformam em orgias? Por que não? Sexo dopado na rua para comprar heroína? Quem sou eu para julgar?
Tudo isso está em contraste com o cristianismo. Cristãos são retrógrados que têm regras arcaicas e estúpidas, certo? A história central do cristianismo é a redenção do pecado através do sacrifício salvífico de Jesus Cristo. “Miseráveis como eu” aceitam a graça de Cristo e se arrependem. Eles mudam. Tornam-se uma nova criação, algo melhor, algo menos egoísta, algo mais amoroso.
Com o poder do Espírito Santo, os crentes se transformam, talvez lentamente, certamente imperfeitamente, falhando em todo o caminho e lutando, mas com segurança, eles se transformam. Ao contrário da Nova Religião, cujas regras mudam em tempo real, as leis do Cristianismo são simples e sobreviveram a milhares de anos. As leis são simples, mas imutáveis. Não assassinem. Não roube. Não cobice. Não dê falso testemunho (não acuse uma pessoa inocente.) Honre seus pais. Ponha Deus em primeiro lugar. Não adore ídolos.
Lembre-se do dia de sábado. Não tome o nome de Deus em vão. Não cometa adultério ou faça sexo fora do casamento. Ame a Deus e ame o seu próximo. O perdão é necessário. O reconhecimento da própria fraqueza alimenta a compaixão pelos outros. A compaixão estimula os cristãos a servir ao próximo. Eles são mandatados a fazê-lo.
O que um Novo Religioso é motivado a fazer?
Um dos problemas que os motins suscitam é que para livrar as ruas desses crimes, a esquerda teria que julgar o pilhante e o amotinador, como uma coisa ruim. Isso significa que eles teriam que dizer que esta violência desnecessária, pilhar, matar donos de lojas, incendiar carros, e defecar nas ruas é ruim. Só querer que isso pare, significaria julgar que é uma coisa ruim que não deveria acontecer. Há um problema de vontade política porque há um problema filosófico e religioso. Os Novos Religiosos se encurralam. O uso de violência é correto (desde que se destrua o capitalismo). Pilhar e espancar donos de lojas está bem. Tudo é permitido os pobres não se podem ajudar a si mesmos. O mundo está estruturado de forma injusta. 
Mas essas mesmas pessoas não querem essas pessoas perto delas. Elas se preocupam com os valores patrimoniais e com a segurança e higiene pessoal para si mesmas. Também se preocupam com palhinhas e sacolas plásticas. Essas coisas são más e prejudicam as criaturas do oceano. Pessoas que são degradadas e violentas e são menos preocupantes. É um problema do Estado. Mas realmente não é um problema. Essas pessoas estão escolhendo o estilo de vida que funciona melhor para elas. Quem sou eu para julgar?
Como pode haver redenção e mudança se não há pecado? Como pode haver graça, se não há julgamento? É uma impressionante falta de compaixão que permite que esta violência floresça. Neste redemoinho tóxico, milhares de pessoas estão perdidas e esquecidas. Elas estão sozinhas. Elas desistem. Eles sabem que ninguém se preocupa com elas. Tanto os pilhantes como a elite de nariz empinado, desistiram. Longe da utopia que o Novo Esquerdismo promoteu, esta ideologia resultou em niilismo sem esperança.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

A Fé imuniza sim! JB Carvalho em gospel prime


Desculpe-me, mas tenho que ser no mínimo responsável em refutar a mensagem de alguém que exerce influência sobre um número importante de pessoas na nação. Tinha escrito um texto, mas o achei visceral demais, e com todo respeito ao autor do artigo publicado na revista Veja quero apresentar um contraponto.
O texto de Ed René Kivitz da semana passada com o título “A Fé não Imuniza“, é equivocado. No artigo temos a expressão de um pensamento dualista que beira o gnosticismo. Deus não fez dois mundos, portanto não existe um mundo da fé e outro da ciência, sagrado e secular, céu e terra, matéria e espírito, etc.
O helenismo criou um tipo de mentalidade de pensar entre colchetes. Nicodemos fora helenizado e aprendeu a pensar cartesianamente, com formas, fórmulas e fôrmas, assim não conseguia se mover com o vento, porque dependia de evidência material para se guiar como parâmetro. Jesus disse: “Se vos falo de coisas terrenas e não entendem, não entenderiam se vos falasse das celestiais”.
Os gregos antigos e educados adoravam a razão, o saber. Eles celebravam o falar bem, a retórica, os gestos bem articulados, os argumentos bem expostos. Os judeus, contudo criam. Eles tinham 6 festas e um jejum nacional por onde a vida deles transcorria. Acreditar que Deus os favorecia nas colheitas, não era uma crendice sem sentido. Eles criam que “nada tinham que do céu não fosse dado”.
Que a semente, a terra, a chuva, o sol, a força para trabalhar, a saúde, o vento, a intuição e as ideias têm origem no autor e mantenedor da vida. Lembrem-se: Ele é o Pai das luzes.
Não, senhores e senhoras, não existe um gap entre ciência e fé. Pasteur, Newton, Descartes, Copérnico, Pascoal e tantos outros acreditavam que “rezas e quebrantos” lhes davam sabedoria para descobrir soluções que o mundo precisava. Não há abismos perigosos senão na dicotomia e gnosticismo de discursos e retóricas que só têm como finalidade os aplausos dos homens.
Não existe irracionalidade na fé. Existe sim um elemento transcendente, metafísico e quântico. Não negamos a voz da ciência quando oramos e juntos todos jejuamos pela nação.
Negamos a fé quando roubamos a crença das pessoas simples com discursos rebuscados de piedade aparente, mas que negam O PODER DE DEUS. E a tão falada submissão à autoridade da ciência é senão entregar-se sem questionar aqueles “ungidos e eleitos” que detêm o monopólio da virtude e do conhecimento científico.
Não, amigos, não existe uma corrente científica exclusiva sobre como resolver esta crise. Há muitos que divergem sobre o que é ciência de fato, e muitos que não sabem o que significa a fé de verdade. Pisar nessa seara exige bastante temor.
Tocar no sagrado como uma coisa vil traz consigo muitas perdas. Isso é algo radioativo. Faz-se necessário uma mínima teologia da fé. As Escrituras estão cheias de textos sobre esse assunto.
Deixe-me compartilhar alguns. Paulo, o apóstolo, disse que não vivemos por vista, mas por fé. Outro apóstolo, João, diz que a nossa vitória que vence o mundo é a nossa fé.
Jesus disse a um homem sem forças e cansado de ver seu filho morrendo aos poucos: “tudo é possível ao que crê”. Ora, o justo viverá pela fé e nós combatemos o bom combate da fé, e não há impossíveis para Deus em Suas promessas, e se tivermos fé como um grão de mostarda podemos dizer aos montes que se ergam e se lancem ao mar.
Existem vários estudos que mostram a crença como um instrumento poderoso para ativar ou enfraquecer o sistema imunológico.
Paulo, discorrendo sobre a armadura de Deus, diz para levantarmos SOBRETUDO o escudo da Fé.
A fé é, portanto, proteção, sustento e fortalecimento. Sim, a fé imuniza!


sexta-feira, 13 de março de 2020

Reconstrução de vida pessoal - Paulo Cilas

 
 Todos estamos sujeitos a perdas em todos os níveis de nossa vida. Dou três exemplos bíblicos distintos que nos apontam para um recomeço, uma reconstrução:

Resignação diante da perda -  A resignação é uma benção - para qualquer circunstância - quando vivida conscientemente e não como fuga. Em 2 Sm.12:14 -31 vemos Davi recebendo a noticia que seu filhinho morrera. Contrariando  a expectativa de que ele ficaria pior do que já estava simplesmente se levantou, foi adorar ao Senhor e alimentou-se. Sim, ele aceitou "a não resposta de Deus". 

Persistência para o trabalho mediante as adversidades - Em Gn.26:13 - 33 encontramos Isaque indo da prosperidade  à perda  e isso por causa da inveja alheia. Depois vemos  suas  ações para recomeçar encontrando aproveitadores e oportunistas que o impediam insistentemente. Ele perseverou e foi vitorioso. Há sempre gente disposta a entulhar os teus poços.

Reconstrução emocional e familiar.  A história de Rute é um bafejar de inspiração Rt. 1:16. Viúva ainda nova, sem filhos e sem ter como se sustentar optou seguir seguir não somente sua sogra, também viúva, mas principalmente "ao Deus" de sua sogra. A sua decisão redundou em recomeços alegres. Há muitos que recomeçam suas vidas de alguma maneira, mas nem todos o fazem a partir do temor ao Senhor que leva não a uma reconstrução pontual somente mas se estende abençoada por gerações.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Senhor de tudo - Paulo Cilas (reedição)




 No livro " Acima de tudo" Brennan Manning narra as muitas vezes em que Jesus "foi reduzido" às necessidades, maldades, anseios e caprichos humanos. Assim, foram criados:
    - O Jesus César - É a igreja embevecida com o poder, que posa ao lado de autoridades e acha que assim há maior relevância. Se vê influente por transitar nos bastidores do poder.

     - O Jesus Thomás de Torquemada - Inquisidor que matou e perseguiu milhares em nome de uma disciplina cristã. Quantos há que que em nome da fé desprezam o dom do amor.

      - O Jesus hippie - Revolucionário e anárquico. Quantas baboseiras também hoje em nome de uma liberdade vazia de conteúdo.

      - O Jesus yuppie- O cristianismo  de grife como testemunho da prosperidade do céu. Bens materiais e liturgias bem ajustadas, ora frias, ora extravagantes, representando "a glória de Deus".

  Eu acrescento ainda "O Jesus Sílvio Santos". Ele pegunta quem quer dinheiro? Abre as portas da esperança e oferece o baú da felicidade, porque o baú Dá felicidade.

   E assim desavisadamente ou não, vamos constituindo e moldando um cristo casamenteiro ou que salva casamentos. Um super nanny que educa nossos  filhos enquanto somos relapsos.

   A igreja desse cristo é apenas um  lugar legal para a família  ignorando que no passado e no presente, e ao redor de todo o mundo, crentes são perseguidos e mortos por se reunirem em nome de Jesus. Então, muitos, se vivessem nessa realidade, deixariam de ser e de ir à "igreja" por ela não ser mais um lugar "legal e seguro".

  Há ainda aqueles que transformam Jesus no personal stylist. Ele determina  ou inspira até bota de couro de píton.

  Contudo, ainda que tentem artificialmente moldar Jesus às mesquinharias humanas Ele, O Senhor, está acima de tudo e de todos.

  
 "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,
A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.

O qual, sendo o
 resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho?

E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz:E todos os anjos de Deus o adorem.

E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo.

Mas do Filho diz: Ó Deus, 
o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.

Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.

E: Tu Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos.

Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão,
E como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão.

E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés?

Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?" 
Hebreus 1:1-14

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

COMPAIXÃO - Pb. Valdo Brito


Durante anos da minha vida (que não são poucos) tenho lido, relido, ouvido falar e pregar sobre o nascimento de Moises. No entanto na última semana de novembro chamou-me a atenção e parei para meditar numa única palavra que é Compaixão (Ex 2.5,6,20). Diz que a filha de Faraó ouvindo o choro de uma criança boiando numa cesta no Rio Nilo. A princesa viu tratar-se de uma criança e teve compaixão. Resgatou Moises e o adotou como filho.
Embora a compaixão seja uma palavra fora de moda ou até evitada, poucas coisas são mais belas que a compaixão que não significa apenas condoer-se, sentir ou lamentar a má sorte alheia. Tem o sentido de importar-se, associar-se à emoção, a emoção dos outros numa verdadeira empatia.
A compaixão nunca foi mercadoria abundante na prateleira das emoções. Em nossa época não se tem cultivado as sementes da compaixão. Os impulsos de bondade se assemelham a brotos mirrados que raramente frutificam em atos amorosos.
Jesus se comovia profundamente ao ver a necessidade humana. Os sinais de Cristo não faziam parte de uma campanha publicitária para torna-lo conhecido, eram o reflexo dos seus sentimentos e expressão viva da compaixão.
Eram suas atitudes mais do que suas palavras, que mostravam o quanto Ele se importava com as pessoas. Afinal, compadecer-se não é somente sentir algo, é fazer algo, de que forma pode alguém se intitular cristão sem que esteja disposto a reconhecer a realidade do próximo, envolver-se com ele, partilhar de suas dores e oferecer-lhe auxilio.
A princesa do Egito se deu conta de que tinha em mãos uma grande oportunidade que era a chance de fazer o bem, tendo compaixão de quem sofria e mesmo sem contar, naquela época, com o auxílio de Jesus ou com a doutrina cristã da caridade, colocou os recursos de que dispunha a serviço de uma coisa nobre.
Há muitos precisando de pão e um número infinitamente maior perto de você que precisa de um abraço, carinho e atenção.
Agora, é momento de chorarmos pelo abraço que não demos, pelos joelhos que não dobramos, pelo pouco que choramos, pela falta de compaixão! Teremos restaurada em nós a compaixão, mesmo por aqueles que rejeitaram o resgate, a ajuda.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Não há lugar - Paulo Cilas



Sempre tive a ideia que Jose e Maria, pronta a dar a luz a Jesus, eram rejeitados nos lugares em que chegavam. Ninguém queria hospedá-los. E ponto. Simples assim: Jesus nasce numa manjedoura porque foi rejeitado pelos donos das estalagens, os hotéis de hoje. Não me lembro quando, mas sei que um dia tudo se clareou. Não havia rejeição, o que não havia era lugar. São coisas bem distintas, mas igualmente perturbadoras. Ainda hoje, a maioria não rejeita a Jesus, mas também não dá lugar a Ele. E o pior é que se enganam, pois não sendo “culpados” de rejeição, se acomodam sem se importar de não ter a presença do Cristo.
Jesus é chamado de “O Verbo” e sabemos que verbo é a palavra em ação, logo receber a Jesus é receber a ação de Deus. É uma palavra viva que nos levanta quando caídos, nos perdoa quando em pecado, nos consola quando aflitos, nos dá esperança quando todas as expectativas se vão. E principalmente nos projeta para a vida quando sem Ele o que nos espera é só a morte. Não receber a Jesus é ficar sem todas essas ações do Verbo Vivo.
Lamentavelmente é que até mesmo a igreja tem deixado Jesus do lado de fora de seus "muros e suas paredes", como é o caso da Igreja de Laodicéia. Nem fria nem quente, que se acha rica e abastada, autossuficiente em si mesma. Mas não consegue enxergar a sua própria miséria. 
Principalmente nos dias de hoje enxergamos muitas igrejas que pensam (ou não pensam)que  se tornaram maior que seu Senhor, e em nome de novos ritos, revelações e projetos desprezam a simplicidade do Senhor da Igreja.
De uns anos para cá muitos aboliram a comemoração do natal, em nome de uma "espiritualidade radical", abandonando a alegria em torno de uma mesa, como Jesus faria. Ou de um presente a uma criança carente. Sem contar a oportunidade de falar a muitos que nasceu o Redentor. Apegam-se a datas (sabemos que Jesus não nasceu nessa data, 25 dezembro), mas para nós não importa. O que importa é que Ele nasceu, o Verbo se fez carne e purifica aquilo que tínhamos por impuro . 
Se o "mundo" está ocupado demais para dar lugar a  Ele, que Ele tenha lugar nas igrejas. Jesus está  à porta dessas Igrejas, batendo, esperando que alguém a abra e Ele possa cear com elas. E o mundo ganhará mais uma chance de conhecê-lo e também recebê-lo.

O hino de autoria de E. Grace Updegraff diz :
                             “ Não há lugar pra Cristo em Tua vida ou lar?
                              Terás então que ouvir dizer: No céu não tens lugar”.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Queria ser só pastor... - Paulo Cilas

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Sim,queria ser só pastor. Sendo só pastor teria, e tenho, a consciência do zelo pela sã doutrina. Que pregar o evangelho não é um projeto pessoal mas uma missão maravilhosa de resgate de vidas para a eternidade. É caminhar junto aos demais nas sendas  amargas, duras e tristonhas da vida. Mas também nos alegrar em caminhar na presença do Criador desfrutando de Sua criação.
Como pastor tenho perfeitamente claro que honra não se exige. Se dá e se recebe. Tudo em amabilidade humilde.
Como pastor sei que não agradarei sempre a todos, pelo contrário, desagradarei até quando falar verdades inequívocas. Alguns se afastaram, se afastam e se afastarão...
Como pastor sei que não devo arregimentar "multidão com promessas ditas espirituais". Mas devo tentar sempre alcançar o maior número possível de gente com 'O Verbo Vivo", que concentra em Si mesmo todas "as verdades",  e que liberta  verdadeiramente essa gente.
Como pastor sei que devo confiar que O Senhor me sustentará, e não ficar pensando muito que meu sustento vem da fé dos outros, afim de não ter de "fazer de tudo" para que membros não saiam e que outros tantos entrem. Sei que não devo fazer comércio das pessoas 2 Pedro 2: 1-3 
Como pastor sei que não sou o detentor de toda inteligência, sabedoria e santidade. Sei que não sou superior a ninguém e nem melhor.
Mas... eu não sou só pastor. Antes, sou gente! Ora fraco, ora forte. Ora confiante, ora temeroso. Sabendo a verdade, e mesmo que sem negá-la, ser receioso.
Sou gente! Por isso firo e sou ferido. Por isso amo e tenho raiva. Sou forte e , logo adiante, fraco.
Consigo ser extraordinário e ordinário quase que no mesmo momento.
Ora brado nos montes, ora me enfurno nas cavernas.
"Sei que em mim, isto é, na minha carne, não reside bem algum... Mas dou graças a Deus por Jesus Cristo". Rm. 7:18, 25
Sou um  pastor desnecessário ( alusão ao livro de Eugene Peterson) para os dias de hoje. Não faço marketing pessoal nem da igreja. Não tento suprir o "mercado religioso" com garantias de vidas perfeitas.  Mas como sou gente, às vezes sinto uma "invejinha" dos pastores bem sucedidos e famosos.
Tenho deficiências até demais para um pastor. Mas, de alguma maneira, O Autor da Vida, O Eterno viu uma flor a brotar do galho seco. De vez em quando desconfio, ainda que com temor preventivo rsrs, da visão Dele.
Sou pastor há um pouco mais de 33 anos. Numa mesma igreja, 30 anos. Ainda tenho dúvidas, fraquezas, incapacidades e medos.
Mas tenho certeza de duas coisas: Primeira, do amor de Deus em Cristo Jesus!
                                                       Segunda, sou gente!
  

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...