quarta-feira, 8 de janeiro de 2020
COMPAIXÃO - Pb. Valdo Brito
Durante anos da minha vida (que não são poucos) tenho lido, relido, ouvido falar e pregar sobre o nascimento de Moises. No entanto na última semana de novembro chamou-me a atenção e parei para meditar numa única palavra que é Compaixão (Ex 2.5,6,20). Diz que a filha de Faraó ouvindo o choro de uma criança boiando numa cesta no Rio Nilo. A princesa viu tratar-se de uma criança e teve compaixão. Resgatou Moises e o adotou como filho.
Embora a compaixão seja uma palavra fora de moda ou até evitada, poucas coisas são mais belas que a compaixão que não significa apenas condoer-se, sentir ou lamentar a má sorte alheia. Tem o sentido de importar-se, associar-se à emoção, a emoção dos outros numa verdadeira empatia.
A compaixão nunca foi mercadoria abundante na prateleira das emoções. Em nossa época não se tem cultivado as sementes da compaixão. Os impulsos de bondade se assemelham a brotos mirrados que raramente frutificam em atos amorosos.
Jesus se comovia profundamente ao ver a necessidade humana. Os sinais de Cristo não faziam parte de uma campanha publicitária para torna-lo conhecido, eram o reflexo dos seus sentimentos e expressão viva da compaixão.
Eram suas atitudes mais do que suas palavras, que mostravam o quanto Ele se importava com as pessoas. Afinal, compadecer-se não é somente sentir algo, é fazer algo, de que forma pode alguém se intitular cristão sem que esteja disposto a reconhecer a realidade do próximo, envolver-se com ele, partilhar de suas dores e oferecer-lhe auxilio.
A princesa do Egito se deu conta de que tinha em mãos uma grande oportunidade que era a chance de fazer o bem, tendo compaixão de quem sofria e mesmo sem contar, naquela época, com o auxílio de Jesus ou com a doutrina cristã da caridade, colocou os recursos de que dispunha a serviço de uma coisa nobre.
Há muitos precisando de pão e um número infinitamente maior perto de você que precisa de um abraço, carinho e atenção.
Agora, é momento de chorarmos pelo abraço que não demos, pelos joelhos que não dobramos, pelo pouco que choramos, pela falta de compaixão! Teremos restaurada em nós a compaixão, mesmo por aqueles que rejeitaram o resgate, a ajuda.
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