sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

CRESCIMENTO DA IGREJA EO GENUÍNO DESPERTAMENTO 3/5 - RUBENS RAMIRO MUZIO



O ENFOQUE NO EMOCIONALISMO E NA EXPERIÊNCIA MÍSTICA .Tendo morado em Toronto por alguns anos, tive a oportunidade de visitar a Airport Church, uma igreja da denominação Vineyard, tão aclamada pela divulgação das conferências, unções diversas e experiências chamadas Toronto’s blessing. Muitos brasileiros foram visitá-la em busca de uma bênção especial. Será que o entusiasmo brasileiro é sinal do verdadeiro cristianismo? Será que a fé evangélica deve estar fundamentada em fenômenos, sinais e milagres? A igreja deveria centralizar suas expressões de fé nas experiências espirituais, fortes emoções, entusiasmo e sensações de calor e arrepio pelo corpo? Tudo que reluz é ouro? Fenômenos e experiências espirituais são comuns e muito variados nos períodos de avivamento e despertamento espiritual. Eles podem ser fenômenos físicos - cair prostrado, desmaiar sob a convicção do pecado, pessoas que parecem estar em transe ou inconsciente; ou fenômenos emocionais e mentais – grande alegria ou tristeza, palavras de conhecimento e profecias, capacidade de oratória, etc. Martyn Lloyd Jones (1993, 138-149), no seu livro Avivamento, destaca quatro princípios acerca dos fenômenos: 1) Deus usa os fenômenos para chamar a atenção para si mesmo e para sua obra, levando pessoas à conversão; 2) O Espírito Santo afeta e influencia a pessoa integral, podendo produzir ou não grandes emoções. Eles (os fenômenos) são um sinal que um estímulo muito poderoso está em operação. O emocionalismo, diferente das emoções espirituais, é produzido, forçado ou manipulado; 3) Eles não são essenciais ou vitais ao avivamento. Embora geralmente estejam presentes em períodos de avivamento, podemos ter um avivamento sem eles; 4) Não devemos buscar fenômenos e experiências estranhas. J. H. Moore, o homem que iniciou o avivamento na Irlanda do Norte no século XIX não gostava deles. Jonathan Edwards defendeu-os na sua maioria como vindos da parte de Deus. John Wesley e George Whitefield não gostavam muito deles e ficavam incertos sobre sua origem. O que devemos buscar é a manifestação da glória de Deus, do seu poder, da sua força. Sentimentos, freqüentemente fortes e incontroláveis, acontecem quando um homem ou uma mulher se torna um cristão verdadeiro: grande derramamento da graça e compreensão do maravilhoso amor de Deus, sentimento de ódio e pranto diante do pecado e imperfeições, o recebimento do perdão de Deus que leva à alegria e paz indizíveis, etc. Não queremos negar a importância das emoções e sentimentos, descartando-os como imaturidade, chamando-as de emocionalismo barato. Entusiasmo não é sinônimo de santidade da mesma forma que emoções fortes não garantem a presença de um cristianismo autêntico. Muitos crentes esperam pelas experiências secretas, buscando a influência das visões em seus pensamentos e idéias; eles são atraídos àquilo que Deus deseja fazer emocionalmente em suas vidas. Como a alegria que está na emoção por si só é passageira, eles precisam constantemente impulsionar o high com novas experiências (drogas?), descobertas e técnicas espirituais para voltar a sentirem-se felizes.O cristianismo não somente afeta as emoções, mas a mente das pessoas. Jonathan Edwards, pastor e filósofo, incentivador do Primeiro Despertamento Espiritual nos estados do nordeste americano, falava sobre o princípio do calor e luz. Muitos cristãos estão cheios de luz - idéias, conhecimento intelectual, doutrinas, conceitos teológicos, mas têm pouco calor. Se a fé não move as disposições para os desejos da vida e não afeta emoções é prova de que o cristianismo não é verdadeiro. A ênfase emocional produz o efeito oposto: muito calor – entusiasmo, sentimentos - e pouca luz. O fato de alguém estar emocionado com as questões da igreja não prova que ele viva um cristianismo verdadeiro. Esta ênfase no aspecto emocional da fé produz mais calor do que luz. Calor e luz precisam caminhar como parceiros no coração do cristão.As fortes emoções facilmente produzem palavras bonitas, um evangeliquês dito com facilidade. Os evangélicos aprenderam mais rapidamente a falar como crentes, do que a viver como santos. Em todo o país, igrejas demonstram um exagerado entusiasmo e vibrante emocionalismo, uma espiritualidade que demonstra extraordinário calor, inspiração e extravagantes demonstrações de paixão. Richard Lovelace (1979, p. 42) questiona a respeito dos sentimentos que consideramos espirituais por não estarem enraizados no amor próprio? Muitos celebram um falso sentimento de comunhão com Deus baseados principalmente nas emoções, arrepios e experiências humanas; frutos de uma imaginação fértil, apenas acham que Deus as ama. Por essa e outras, muitos daqueles que demonstraram calor inicial foram batizados na igreja, mas, vazios da luz de Deus, voltaram à velha vida ou simplesmente vivem uma vida vazia e fria! Neste sentido, as emoções podem mover pessoas para longe ao invés de trazê-los para perto de Deus.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

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