sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

CRESCIMENTO DA IGREJA E O GENUÍNO DESPERTAMENTO 4/5- POR RUBENS RAMIRO MUZIO

A ESTERILIDADE DE MUITOS EVENGÉLICOS . Em países do hemisfério norte, igrejas são transformadas em boates, museus, clubes e até mesmo renovadas em mesquitas. A igreja Missionary Alliance em Toronto, onde A.W. Tozer fora pastor tornou-se um templo da Hari Krishna. Eu próprio, quando pastoreava numa sociedade pós-cristã e pós-moderna no Canadá, presenciei de perto a decadência e morte de algumas igrejas, como pacientes em estado terminal, incapazes de recobrarem-se e de recuperarem-se. Finalmente, elas se fecharam. Isso pode muito bem acontecer no Brasil daqui alguns anos. Nem sempre a história de países como Escócia, Inglaterra, Alemanha, Irlanda e Canadá foi de fracassos e derrotas. Por exemplo, mais de 90% da população canadense se dizia comprometida com o Reino de Deus, participante de igreja, há 100 anos.
Atualmente, menos de 3% dos habitantes de Toronto freqüentam ativamente uma igreja evangélica e a maioria absoluta das denominações e igrejas locais continuam declinando. A história é semelhante em vários países da Europa. Não é a toa que muitos estudiosos afirmam que o eixo do cristianismo mudou-se para o hemisfério sul. A maioria dos cristãos evangélicos encontram-se na Ásia, África e América Latina.Enquanto a igreja brasileira exibe certas qualidades do avivamento como a criatividade, entusiasmo evangelístico, visível alegria, vigor espiritual, muitos cristãos não produzem frutos em palavras e atos. Sempre me impressionou a severidade com que Jesus tratou a figueira estéril. Ele amaldiçoou-a dizendo: "Nunca mais produza fruto em ti". Em João 14, o evangelista descreve a cena na qual Deus olha para a vida dos crentes com os olhos do fazendeiro que verifica a plantação em busca de frutos. As árvores frutíferas são melhoradas e aperfeiçoadas para que frutifiquem mais ainda. As árvores infrutuosas são cortadas e queimadas. Ary Velloso, meu amigo e companheiro na Sepal, costuma suspeitar quando algum não-crente lhe afirma ter um amigo ou colega evangélico. Para não incorrer no erro de assumir que a pessoa tem dado testemunho de Cristo, ele então pergunta: "seu amigo é crente mesmo ou picareta"? Este mesmo questionamento, evidenciado tantas vezes nos meios de comunicação, é resultado de igrejas que vivem um cristianismo aparentemente estéril, crentes que não produzem frutos dignos de arrependimento. Paulo chama de fruto do Espírito as virtudes do caráter descritas em Gálatas 5.22 e 23. No Salmo 1, da mesma forma que em João 14, o ser humano é comparado a uma árvore: com muitos galhos, provindos da mesma raiz. Se a seiva da raiz distribuída por entre os galhos é boa (amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, domínio próprio, fé, etc.), então o fruto será de boa qualidade. Mas se a seiva da árvore é ruim (prostituição, impurezas, lascívia, iras, discórdias, ódio, ansiedade, medos, ressentimentos, etc.), seus frutos serão mortais. Embora o fruto pareça ser igual em toda árvore e as árvores pareçam ser todas iguais - semelhantes em forma, cor, tamanho e cheiro - a diferença é percebida quando o fruto é experimentado. Isso acontece freqüentemente entre cristãos genuínos e meros religiosos. São parecidos, mas muito diferentes na essência.Esta esterilidade e falta de seiva espiritual pode estar ausente tanto das igrejas históricas como pentecostais, neo-pentecostais ou carismáticas, liberais ou conservadoras. Os pacotes e rótulos, cores e tamanhos, ministérios e programas variam de denominação para denominação. Mas a essência é a mesma: muitas folhas e poucos frutos, muitas nuvens e quase nenhuma chuva, muito evangeliquês e nenhuma santidade, muito falar e pouco fazer. Apesar do crescimento de folhas e desabrochar de flores, a esterilidade e infrutuosidade permanecem.Em o Novo Testamento fica claro que os cristãos seriam conhecidos pelos frutos das boas obras, pela vivência de um evangelho integral, pela diaconia e ação social, pelas obras de solidariedade, etc. A árvore é conhecida pelo fruto que produz (2 Pd 2.17; Lc 6:44). Jesus nunca afirmou que homens e mulheres seriam conhecidos pelas suas folhas e flores: conhecimento teórico das histórias e doutrinas bíblicas, experiências e visões espirituais, retórica e excesso de palavras, elogios, abraços, extroversão e sorrisos, ou lágrimas, entusiasmo e emoções fortes. "Pelos frutos os conhecereis", disse Jesus em Mateus 7.20-23. Nem todos aqueles que invocarem a Deus dizendo: "Senhor, Senhor", serão salvos. Nem todos aqueles que participaram das igrejas, expulsaram demônios, pregaram o evangelho, ensinaram a Bíblia, fizeram milagres, serão salvos. "Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade".Jesus sabe muito bem distinguir as árvores frutíferas daquelas que estão apenas repletas de folhas e improdutivas, mesmo que exuberantes e verdejantes. Várias vezes, as Escrituras criticam aqueles religiosos que fazem um show off de sua religiosidade. Eles são como uma nuvem que parece estar encharcada de água, mas logo se dissipa com o vento forte sem produzir a chuva necessária para a terra árida (Pv 25. 24 e Jd 4 e 12).

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...