quinta-feira, 18 de abril de 2013

EU FIZ UM MENINO SORRIR - PAULO CILAS





Estava no ônibus quando vi aquele menino. “Pobre”- a sua vestimenta assim revelava - sozinho olhava pela janela como que admirando tudo lá fora. Pequeno - não mais que 10 anos de idade- talvez não fosse a primeira vez que andava sozinho de ônibus, mas, com certeza a maneira com que olhava e reparava tudo lá fora, era como se fosse. Chinelinho velho e surrado, pés sujos revelavam com certeza realidades distintas: A dele e a das pessoas, das lojas e dos objetos que observava.                                                                                                                     
Sentado no meu canto não conseguia parar de fitar demoradamente aquele menino e aí me lembrei de um livro onde o autor falava sobre passar mensagens “positivas” para outras pessoas e citava um exemplo: Que de um vagão do trem parado na estação observava uma menina e falava palavras abençoadoras pra ela e, quase que imediatamente, da plataforma a menina lhe sorriu.                                                                                                                                     
Voltando ao meu ônibus, chegou meu ponto. Desci, parei e parado fiquei. Olhava direta e insistentemente aquele menino e de súbito vivi a experiência do livro. Ele olhou para mim e eu abri um largo sorriso para ele e, imediatamente, ele correspondeu com sorriso generoso. Eu não sei quanto a ele, mas, quanto a mim me fez um bem muito grande.
O Apóstolo Paulo diz para Timóteo ser exemplo na Palavra, no trato e no amor.
Precisamos tomar tais palavras para nós, pois, pequenos gestos cordiais, singelos sorrisos amáveis, generosidade pontual, um olhar afetuoso -que também sorrir sem precisar dos lábios- enfim, todas estas coisas são sinônimas de tudo que temos recebido ou julgamos ter recebido de Deus. Podemos nos relacionar de maneira produtiva na igreja, usando nossas programações e eventos, contudo, nada substituirá o afeto, que inspirado no coração tocado pelas mãos de Deus, encurta distâncias, unta as feridas com bálsamos lenitivos além de oferecer abrigo e misericórdia.
Não sei se vou conseguir mudar as vidas de pessoas, sua sorte, seu destino. Se quer sei o que aconteceu com aquele menino que me deparei há quase 20 anos. Eu só sei que naquele breve momento de uma tarde em que meu pensamento estava voltado para resolver “as coisas da vida”, eu fiz um menino sorrir.

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