Para nós parece estranho que o povo hebreu logo após ser tirado da escravidão do Egito quase que imediatamente erigiu um bezerro de ouro para adoração. Entretanto, a realidade daquele povo não está distante de nossa própria realidade. Os sentimentos, os interesses e os maus costumes dele são comuns em nossos dias também. Talvez não nos apercebamos disso porque não há um bezerro, literalmente, dando forma a nossa conduta também estranha.
Passemos então a considerar os passos que antecederam a criação do bezerro bem como também os fatos durante a existência do mesmo:
Agora o povo já se encontrava livre do Egito e tinha pela frente a caminhada até a terra prometida. Os hebreus passariam definitivamente a existir como nação. Tudo deveria estar bem mas...
O plano de Deus não era simplesmente político geográfico. O plano não era a formação de uma nação - povo e terra -, mas, sim, a formação de uma nação com o caráter de Deus. Um povo diferente de todos os outros povos. E para isto começar a acontecer Ele, O Senhor , chama Moisés à parte para lhe passar instruções. Pois bem, o que vem a seguir é muito parecido com o que acontece o tempo todo na caminhada de preparação também do povo que herdará a terra e a eternidade. O povo não sabe ficar quieto. O povo não sabe esperar. O povo não sabe acordar a cada dia e vivenciar sua existência com todas as complexidades embutidas.
No Egito, como escravos, não havia tempo nem oportunidades -se havia, eram raras- para a revelação de caprichos e maldades, mesquinharias e invejas. E tantas outras perniciosidades que povoam o interior de cada um. As chibatas e o trabalho escravo passavam somente a imagem de que todos eram vítimas inocentes.
Agora não. Dia a dia o povo teria de estar às voltas com temperamentos diferentes. Aprender a partilhar, perdoar, entender e compreender a si mesmo e os outros. Mais ainda e sobre tudo: Teria de aprender a confiar em Deus. E isto só, deveria bastar.
Entretanto, a disposição dos hebreus não foi essa. Diante da demora de Moisés eles sentiram a necessidade de algo que os motivasse. Bem parecido quando nós, hoje, em nossa caminhada, já não temos mais ânimo para o culto, para a vida relacional com os outros, para a formação de nosso caráter, para aprender aquilo que já ouvimos há muito e que não conseguimos inteiramente colocar em prática. Então, precisamos de novidades para nos estimular e sem perceber, vamos erigindo nosso Bezerro de Ouro moderno.
No Egito, os hebreus tinham sido influenciados pelas várias formas de culto a vários deuses, e a imagem do bezerro era algo comum a eles, era uma das referências que eles tinham e agora erigiam um "boi novo", ou seja, um deus novo. Hoje, como estamos no mundo, também vamos formando bezerros modernos que podem ter várias formas, ou simplesmente ideias. Exemplos: As tantas novas visões, as unções, as frases de efeito, as palavras de moda, os líderes carismáticos, as potências eclesiásticas, as megas igrejas, as inúmeras campanhas, tudo para motivar o povo que não sabe esperar, ouvir, aprender e viver a cada dia.
E se algo extra o Senhor quiser mandar, Ele, o Senhor, mandará. Como a Shekinah - a glória que vinha sobre o tabernáculo. E é simples assim! O Senhor manda, não precisamos fabricar nada. Não precisamos impor nada. A nós, dia a dia, o Senhor nos ensina a caminhar aqui enquanto nos preparamos para chegarmos do outro lado.
Na próxima parte, abordarei como construímos o "bezerro". O que entregamos para ele.
Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime
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