terça-feira, 30 de setembro de 2014

‘O pastor Silas Malafaia terá influência no governo Marina?’- Sérgio Pavarini




bezerramarina


Em meio ao tiroteio político nas redes sociais, militantes dos partidos alvejam sem piedade (e, muitas vezes, sem noção) outros candidatos. A situação se agrava quando jornalistas  acrescentam em suas receitas ingredientes como a desinformação e o preconceito, desandando a massa. Infelizmente, com trocadilho.
A pergunta que duas colegas fizeram nesta semana a um assessor de Marina Silva ilustra a série de equívocos no tratamento dispensado ao rebanho durante a campanha eleitoral. Segundo o chavão insanamente repetido, “os evangélicos podem decidir as eleições”. #zzzz
Apesar de o texto (excelente) do Ricardo Alexandre na CartaCapital ter mais de 103 mil likes, muitos jornalistas parecem não ter apre(e)ndido as lições e continuam tratando os crentes como um bloco ignaro monolítico. Embora seja meio constrangedor, é hora de fazer novamente uma confissão pública: somos desunidos e, pior, marcados por (in)diferenças.
Apressados na hora da pesquisa, alguns veem no Google que Malafaia é da Assembleia de Deus, a maior igreja pentecostal brasileira. Quase isso.  Malafaia é figura controvertida e contestada dentro da própria denominação. Basta pesquisar vídeos no Youtube para vê-lo surtado (como sempre) porque seus produtos eram boicotados na rede de lojas da denominação.
Com a morte do sogro em 2010, Malafaia assumiu a igreja Assembleia de Deus da Penha (RJ) emarotamente trocou o nome para “Vitória em Cristo”, o mesmo de seu programa de TV. Em números, a Convenção das Assembleias de Deus tem mais de 12 milhões de membros. Malafaia, 25 mil. O nome é o mesmo, porém o sobrenome e o grupo são beeem diferentes. Fácil entender os decibéis de seus tuitaços.
Dizer que Marina e Silas são assembleianos (e, por maldade eleitoreira inferência, muito parecidos) equivale a afirmar que Marisa Monte e Valesca Popozuda são cantoras. Campanhas pré- eleições sempre confirmam o provérbio iídiche que “uma meia-verdade é uma mentira inteira”.
Para reforçar um pouco mais a questão das divisões, quem conseguiria promover um prosaico aperto de mão entre Edir Macedo e o cunhado R.R. Soares? Vídeos da Universal mostram ~demônios~ dizendo que gostam da Mundial, igreja liderada por Valdemiro Santiago, outro desafeto máster de Macedo. Interpretações bíblicas nos separam e brigas denominacionais criam inimizades que só devem ser resolvidas na vida eterna. Qualquer que seja o destino das partes envolvidas.
charge: Internet
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Uma ilustração recorrente diz que “A igreja é como a arca de Noé, cheia de animais esquisitos” (de perto ninguém é normal, né, Caetano). Essa “fauna” reúne gente como Anivaldo Padilha, perseguido por sua luta pela democracia durante o regime militar, atletas como Kaká, David Luiz e Victor Belfort e celebridades como Heloísa Perissé, Claudia Leitte e Marlene Mattos.  Para confirmar a diversidade, não podemos nos esquecer de gente como Gretchen, Monique Evans e Kid Bengala (Kid Varão?) que (para desespero de alguns) em diferentes momentos testemunharam sobre sua relação com igrejas evangélicas. É ou Noé?
Em exames de sangue, uma amostra é suficiente para fazer a análise. O mesmo não acontece com o rebanho. Por favor, não tipifiquem os pastores usando os 5 que aparecem na lista da Forbes. Não tentem rotular os políticos cristãos tendo como parâmetro o histrionismo jeca de Marco Feliciano (até hoje chamado de “Marcos” por jornalistas distraídos).
Como acredito que política e religião se discutem (apenas o meu desmatado Palmeiras é assunto proibido), selecionei alguns trechos de uma matéria mega interessante publicada na Impacto. A revista circula há 15 anos e a última edição tem o duo às vezes desafinado “política e evangélicos” como tema.
Por aquele tipo de acaso que no dialeto brega-cristão é chamado de “jesuscidência”, quem assina a matéria também é o Ricardo Alexandre. Ele entrevistou meu amigo Carlos Alberto Bezerra Jr (deputado estadual pelo PSDB-SP) e Marina Silva, colunista do Pavablog, entre outros predicadosde responsa. A entrevista aconteceu antes do acidente que vitimou Eduardo Campos.
O site da revista traz um trecho maior e, claro, os detalhes para adquirir (ou assinar) a publicação. #recomendo
ed79A liberdade, por exemplo, é um valor cristão. As sociedades que foram “salgadas” pelo evangelho normalmente experimentam mais liberdade. O respeito aos que pensam e vivem de forma diferente da nossa é uma realidade muito presente no Evangelho e isso de forma até revolucionária. O cristão que envereda pelo caminho da política precisa ter isso em mente. (Marina Silva)

Minha fé vale mais do que qualquer posição política, mas o que vejo nas bancadas religiosas não me parece reflexo dos princípios bíblicos. A contribuição evangélica na política precisa exceder o campo moral e a defesa de privilégios para impérios eclesiásticos. (Carlos Alberto Bezerra Jr)
 
Meu entendimento sobre a política como um serviço de natureza republicana e meus princípios pessoais, orientados pela fé que professo, me ensinam que devo procurar, nas ações políticas, o benefício de todas as pessoas, independentemente de suas diferenças políticas, socioculturais e religiosas. (Marina)
 
Sonho com o dia em que os cristãos do país farão “marchas para Jesus” pelas mulheres vítimas de violência, pela erradicação da miséria, da exploração sexual de crianças e do trabalho escravo. (Bezerra)
 
Ao longo de minha vida pública, tenho tido o cuidado de não fazer de púlpitos palanques e nem falar em palanques como se fossem púlpitos, por mais que essa mistura possa parecer pragmaticamente vantajosa em termos eleitorais. (Marina)
 
Onde sobra discurso, falta ação – não foi à toa que Jesus chamou de “guias cegos” aqueles que coavam mosquitos e engoliam camelos. Precisamos nos importar com temas morais. Mas é preciso ir além. Às vezes, parece que a única maneira de fazer com que certas bancadas evangélicas se importem com a corrupção, por exemplo, é tornando-a atentado ao pudor. (Bezerra)
 
Política é serviço. A visão republicana da política é servir ao bem comum. E a Bíblia orienta para que façamos isso com integridade, pois o sal evita a degradação, e com justiça, que é respeitar e defender direitos de todos. É defender o que traz luz para as trevas da injustiça. Às vezes, “ser sal e luz” significa nos posicionar em defesa dos interesses dos pobres, dos que não têm voz como os índios ou os negros, os que perambulam pelas ruas sem moradia. Às vezes, significa defender a integridade dos biomas, os “jardins” citados em Gênesis 2.15. Às vezes, é lutar por uma ideia mais do que por coisas práticas. (Marina)

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pregar o Evangelho - Paulo Cilas

 

 Embora não pareça nunca foi tão difícil pregar o Evangelho. A começar pela falta de disponibilidade e disposição, desembaraço e acesso as pessoas , essas sempre ocupadas ou entretidas com tantas coisas que lhes chamam a atenção. Sabemos que muitos de nós não têm facilidade para lidar com isso. Entretanto, essas coisas não são ainda as mais difíceis. Há outras que ocupam este patamar de dificuldade. 
- Primeira dificuldade é o coração do homem. A inclinação do homem para o pecado em suas mais variadas formas acabam por fechar, tapar-lhe os ouvidos e a endurecer o seu coração. 
- Outra dificuldade é fugir da tentação de pregar “um evangelho” que atenda as necessidades particulares das pessoas. Isso está bem pontuado nesta era. Passamos  a oferecer soluções de tudo e para tudo. E, como sabemos,  não é esse o propósito primordial da pregação do Evangelho, e,  sim, a salvação do homem, a Vida Eterna. Assim sendo, muitas  promessas não serão cumpridas  gerando frustração, derrota e distanciamento daqueles que aprenderam "a buscar em primeiro lugar as demais coisas e, depois, O Reino de Deus". Isto é, se forem atendidas sempre em suas ditas necessidades.  
- Mas, talvez a maior das dificuldades seja a nossa própria: acreditar naquilo que o ap. Paulo já determinava: "Não me envergonho do Evangelho de Cristo pois é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê". Sim, a verdade é que só pregar o Evangelho- vencidas as dificuldades acima citadas -  já não nos é suficiente. No afã de termos argumento  para tudo  acabamos por descrer na mensagem simples. É claro que Jesus falou sobre consolação, alivio para os aflitos e cansados. É também claro em toda Bíblia que devemos dar assistência aos que necessitam. É claro também que devemos estar prontos para explicar a razão de nossa fé, mas tudo isso é consequência natural de uma mensagem que regenera, justifica e conduz o homem à eternidade. Enfim, tudo está restrito e condicionado à pregação e aceitação desse Evangelho. 
Vivemos num mundo em que as palavras pomposas têm tomado lugar, alcançado aura de verdade absoluta e mística. Isso  em todas os segmentos: científico, comercial, religioso, etc. Mas  Jesus determinou que as suas palavras não iriam passar jamais. Ou seja, elas não precisam ser otimizadas, proativas e reativas e, sobre tudo, mercantilizadas e usadas  como marketing de projetos pessoais ou personalistas.
Este é o Evangelho: Boas novas de salvação! E as Boas Novas, graças a Deus,  são as mesmas desde que Jesus subiu à cruz e declarou que tudo estava consumado.
"Aquele que crê será salvo e aquele que não crê já está condenado".

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Ovo da serpente - Rafael Dantas


Crescimento do ateísmo no Brasil tem raízes dentro da própria Igreja cristã.

    Ovo da serpente
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O esfriamento da fé cristã começa a se tornar uma realidade visível no maior país católico do mundo, e onde a Igreja Evangélica tem experimentado crescimento exponencial. Os brasileiros ateus, agnósticos e sem religião já somam quase 15 milhões, segundo dados do último recenseamento, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – números que já se equiparam ao de habitantes do Rio de Janeiro, o terceiro estado mais populoso do país. Numa nação de religiosidade evidente, no qual o Catolicismo ainda é hegemônico e quase todas as pessoas repetem, mesmo sem sentir, bordões como "graças a Deus" ou "se Deus quiser", percentual tão elevado – e crescente – chega a assustar, ainda mais diante do crescimento econômico que, embora arrefecido em 2012, foi a regra brasileira ao longo da última década. Isso porque, conforme se observa no Primeiro Mundo, quanto mais rica uma sociedade, maior é sua tendência ao secularismo.
Veja-se, por exemplo, países ricos como a Suécia e a Dinamarca, que já têm, respectivamente, 64% e 48% de suas populações ateias. Se nenhum movimento interromper o esfriamento da fé, nas próximas quatro décadas, nações como Canadá, Austrália, Áustria, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca terão a maioria de sua população longe de Deus, segundo dados da American Physical Society, organização especializada em estudos científicos e que aferiu a rejeição à figura de Deus entre aqueles povos. Outro estudo, este do Fórum Pew – que estuda as ligações entre religião e vida pública –, aferiu que os indivíduos sem filiação religiosa já constituem o terceiro maior grupo do mundo na esfera religiosa (ou antirreligiosa, no caso), com 1,1 bilhão de pessoas, atrás apenas do Cristianismo e do Islamismo. Mesmo que,estatisticamente, os ateus, agnósticos e pessoas sem religião não representem ameaça imediata à religiosidade do Brasil de todos os credos – eles são apenas 8% da população nacional –, é preciso reconhecer que os chamados seculares pertencem a segmentos influentes da sociedade. Eles têm acesso à mídia e à academia, além de pertencer aos setores mais favorecidos economicamente, os chamados formadores de opinião.
Mas isso não é tudo. O ateísmo é alimentado, sobretudo, pela modernidade e pelo descrédito em relação às instituições religiosas. Embora Deus jamais vá morrer, ao contrário do que preconizou Nietzsche no século 19, poucas vezes, ao longo da história humana, ele foi tão questionado e combatido – sobretudo, por causa do comportamento daqueles que se pretendem seus representantes na Terra. Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que, para 64% dos brasileiros, existe corrupção nas igrejas evangélicas. Em relação à Igreja Católica, o índice é um pouco menor – 53% –, mas, ainda assim, elevado. A inusitada renúncia do papa Bento XVI, cujo pontificado foi severamente questionado por escândalos morais e financeiros envolvendo a alta cúpula da Igreja de Roma, aumentou ainda mais essa percepção. "Não há uma única razão para esse movimento de afastamento de Deus", aponta o professor Maruilson Souza, PhD em Educação Teológica e major do Exército de Salvação, igreja da qual é supervisor para o Nordeste. "Vivemos um tempo de muitas mudanças. Os valores são questionados e um desses é a crença em Deus. Atualmente, há uma tendência de se desvalorizar tudo aquilo em que tradicionalmente se acreditava."
A bem da verdade, no Brasil, não se pode falar sequer em um movimento ateísta, já que, diferentemente do que acontece na Europa, os ateus brasileiros não fazem tanto barulho. No Reino Unido e na Espanha, até outdoors e cartazes impressos em ônibus com dizeres como "Deus não existe" são vistos pelas ruas, e a cultura secular impregna os mais variados setores. Ícones do ateísmo moderno, como o biólogo e escritor britânico Richard Dawkins, transformam seus livros, como Deus, um delírio, em best-sellers de projeção mundial. Por outro lado, políticas secularistas em países como a França, onde existem leis impedindo a exibição de símbolos religiosos em espaços públicos, jogam a questão para o centro dos debates. O que existe por aqui são alguns grupos, como a Atea – Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos – e iniciativas isoladas. "Tem havido uma mudança de mentalidade: até um tempo atrás, ateísmo era tido como algo complicado, coisa que só filósofos ficavam discutindo. Com livros mais populares, ficou mais fácil para as pessoas saberem o que é o ateísmo", diz o funcionário público Alexandre Pereira, criador e mantenedor do site Ateus do Brasil. Além de artigos e reflexões do próprio autor, ali o internauta tem espaço para expor seus pontos de vista e saber mais sobre o ateísmo no Brasil e no mundo. "O que acontece é que a religião está longe de ser aquele guia de moral que prega ser. As pessoas são boas ou más independentemente de religião", aponta. "A vida é melhor quando não existe aquele medo de ir para o inferno se você fizer algo ruim ou coisa assim."

"DESCRÉDITO"
O professor Luiz Macedo, 26 anos, ateu declarado, afirma que já sofreu inclusive manifestações preconceituosas: "Uma vez, recusaram-se a me atender num estabelecimento comercial porque eu sou ateu. O gerente da loja, que me conhecia, era evangélico". No seu dia a dia, contudo, ele afirma não se incomodar com as tentativas de evangelização, mas reclama dos excessos e do fato de que esses mesmos crentes que querem ganhar seu coração para Jesus não se dispõem a escutá-lo quando fala de suas convicções. "Gosto de desmistificar a fé, a religiosidade popular, do mesmo jeito que as pessoas que professam uma crença falam dela. Mas poucos estão disponíveis para ouvir", declara.
Uma característica que tem marcado o crescimento dos sem religião no Brasil é que a decisão de deixar a ideia de Deus de lado acontece cada vez mais cedo. A idade média das pessoas que se enquadram na categoria é a mesma de Macedo, 26 anos – justamente, o período normalmente vivido na universidade, onde os enfrentamentos à fé e a relativização de valores se acentuam. É na juventude que se concentra o maior índice de abandono da fé. Estudo do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicos (Ibase) aponta que, no Brasil, 14% dos jovens declararam não ter religião, contra 7% dos adultos. "Isso é resultado da crítica que esses jovens fazem ao chegar à idade adulta, quando não veem na prática o mesmo que ouviram nas pregações e estudos bíblicos", destaca o pastor Abraão Júnior, de origem batista. "Os jovens não querem se identificar com um movimento, qualquer que seja, que não lhes passe crédito. E esse descrédito tem a ver com a instituição religiosa e com os pais. Assim, os vínculos com a fé são facilmente quebrados ao se ingressar na universidade".
O auxiliar administrativo José Ramos, de 27 anos, fez esse percurso. Criado sob princípios cristãos, ele hoje repudia a fé. "Tive várias decepções na igreja e depois passei por um processo intelectual. Venho de uma família de forte tradição religiosa, mas hoje, a religião, para mim, é uma grande cegueira". Embora garanta defender a liberdade religiosa, ele agora sente a necessidade de levar outras pessoas a abandonarem a fé. Com a mesma satisfação com que muitos crentes comemoram o crescimento da Igreja Evangélica no país, Ramos, que mora em Vitória (ES), também vibra com o maior número de pessoas que confessam não crer em Deus. "Defendo que os ateus tenham direito a expressar seu pensamento. O mundo ainda será ateu."
Estudos da Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) apontam que, de fato, é no ambiente acadêmico, onde há maior exposição dos alunos a ideias e teorias que questionam a existência de Deus – não apenas a imagem judaico-cristã cristalizada no imaginário popular, mas a própria ortodoxia de quem segue a Bíblia –, que o ateísmo ganha força. Além disso, muito da resistência desse meio para com os cristãos consiste no fato do secularismo atual apresentar o Deus do Cristianismo apenas como uma opção entre outros tantos caminhos de experiências religiosas ou místicas, apresentadas como igualmente válidas. E, nesse cenário de pluralismo e relativismo, a exclusividade solicitada pela fé cristã acaba sendo confundida com intolerância.
O caminho para alcançar o coração dos universitários que estão longe de Deus, na opinião do secretário geral da ABUB, Reinaldo Percinoto, passa pelo estabelecimento de relacionamentos, que dificilmente são conquistados através do formato tradicional de atuação das igrejas. "Em primeiro lugar, precisamos ouvir as pessoas que se acham fora da comunidade cristã. E, também, trabalharmos criativamente para buscar pontos de contato que ajudem aqueles que estão ao nosso redor a construírem pontes entre a sua situação real e a mensagem do Evangelho. Claro que esses espaços são o estágio inicial, o ponto de partida, para ajudar as pessoas a se aproximarem do Reino de Deus, não o porto final", diz. Percinoto cita que esses espaços de oportunidade podem estar na própria cultura, através da música, do cinema e da literatura, por exemplo.

TRADIÇÃO ILEGÍTIMA
"Quando as pessoas descobrem que algumas verdades da Igreja, de fato, não são bem como aprenderam, há uma decepção que acaba afogando a fé", sintetiza o funcionário público Henrique Carneiro, 32 anos, membro da Primeira Igreja Batista em Dois Unidos, no Recife (PE). Aluno do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco, ele acredita que ainda existe certo atrito entre os cristãos e os ateus, mas que há uma acomodação por ambas as partes. "Defendo que devamos respeitar a visão das pessoas sem religião, pois só assim poderemos conseguir influenciá-los de alguma maneira. É necessária uma aproximação, sem que haja uma imposição de verdades. Mas quem se dispõe a pregar aos intelectuais tem que conhecer não apenas de religião, mas de mundo", observa. "O movimento evangélico, no Brasil, cresceu muito, mas desaprendeu a pensar. Por isso, não consegue dialogar com as novas demandas, como o avanço do secularismo", concorda o professor Maruilson.
Para o pastor e professor de teologia Rubens Muzio, a superficialidade do Cristianismo praticado no país pode ser apontado como uma das principais alavancas do avanço do secularismo. "A tradição cristã do Brasil não tem raízes legítimas: ela começou com a colonização do país e com uma relação espúria entre Estado e Igreja", aponta. "Ser cristão, em última análise, era adotar a cultura portuguesa. Do ponto de vista de muitos ateus e agnósticos, essa atitude religiosa dominadora continua sendo uma afronta às outras visões de mundo da atualidade". Na opinião do teólogo, a maioria dos brasileiros não vivencia essa tradição no dia a dia – ao contrário: nos dias de hoje, continua Muzio, existe um pluralismo religioso intenso e violento. "Assim, quaisquer tentativas de se afirmar que há um único caminho para a eternidade serão vistas como desrespeito absoluto a toda autonomia e liberdade característica da vivência pós-moderna."
Já o pastor André Mello, da Igreja Presbiteriana da Trindade, em Florianópolis (SC), identifica que o crescimento dos ateus e agnósticos é um "fruto amargo" da fermentação de uma parte do movimento neopentecostal. "O modelo da teologia de negócios, da igreja-empresa ou da megaigreja gera, irremediavelmente, um rebanho de pessoas machucadas, apunhaladas e esfoladas em sua fé", sustenta. Estas pessoas, continua o religioso, fazem um movimento difícil, que é o abandono da religiosidade tradicional. "Esse movimento é acompanhado de grandes custos emocionais. Daí, quando se decepcionam, simplesmente não querem mais saber de igreja". Desta forma, um dos principais motores do crescimento do ateísmo e do agnosticismo em terras brasileiras está justamente dentro das comunidades cristãs.
Mello está preocupado com a escalada das coisas no Brasil. "A crise de diálogo e de comunicação das igrejas com esta geração é a mesma crise da classe política com a sociedade. As igrejas copiam o que há de melhor e pior na sociedade. No entanto, elas deveriam ser, apenas, diferentes". Para ele, o que já aconteceu lá fora pode repetir-se aqui. "De repente, alguém descobre que a frase 'Deus seja louvado' deve ser retirada das cédulas do real", diz ele, lembrando uma inciativa do Ministério Público que visa a secularizar o dinheiro brasileiro. "Outras pessoas desejam que os crucifixos sejam retirados das repartições públicas e instituições bancárias. Alguns até questionam o uso de recursos públicos na restauração e recuperação de templos católicos antigos". O problema, ele diz, está mais nos erros dos grupos religiosos, que abrem espaço para a fermentação de sentimentos que levam a um sentimento antirreligioso. "O problema dessas pessoas não é com a religião organizada; o que as move é o ressentimento emocional contra o abuso religioso. Se os próprios pastores e igrejas não reagirem contra os excessos, outros reagirão."
O pior cenário, diz o ministro presbiteriano, seria uma soma da crise do Catolicismo romano europeu com a crise do evangelicalismo norte-americano. "Daí, teríamos um Brasil pós-religioso", comenta. "Sinceramente, não creio que é este o nosso caso. É mais fácil, no Brasil, o indivíduo optar por um novo caminho religioso do que por um ateísmo militante.     "Mestre em missiologia e professor do Seminário de Educação Cristã (SEC), Diego Almeida lembra que o crescente grupo dos sem religião – sejam eles ateus, agnósticos, seculares ou decepcionados com a fé – não pode deixar de ser alvo dos esforços da Igreja. "Todo o mundo, hoje, é alvo de missões. Nosso país parece estar seguindo uma triste trilha já percorrida por europeus e norte-americanos, cujos povos têm se tornado cada vez mais secularizados". O missiólogo aponta que, mesmo de forma silenciosa, há um movimento em busca dessas pessoas decepcionadas com a religião ou não convencidas pelo Evangelho que lhes é pregado. "A Igreja não pode ficar parada frente ao crescimento desses grupos, que compreendem desde os que têm negado Deus aos que se afastam do convívio espiritual, que deveria ser saudável e terapêutico", alerta. (Colaborou nesta matéria: Carlos Fernandes)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Falsos Apóstolos já Atacavam Igrejas no Novo Testamento - Augustus Nicodemus



Examinemos agora o caso daqueles a quem o apóstolo Paulo chama de “superapóstolos” e “falsos apóstolos”, na sua segunda carta aos coríntios (2Co 11.5; 11.13 e 12.11). Trata-se de obreiros que apareceram na igreja de Corinto, ostentando o título de apóstolos, apresentando credenciais que supostamente provavam esta reivindicação, querendo diminuir Paulo como apóstolo e assumir a liderança da igreja.
Paulo os chama de “super apóstolos,”  (2Co 11.5; 12.11), provavelmente como uma ironia. [1] Os tais se apresentavam com reivindicações extravagantes e se colocando acima de Paulo e talvez dos doze. Paulo os considera “falsos apóstolos” (2Co 11.13), não somente porque a mensagem deles representava um desvio do ensino apostólico original, mas também porque eram imitadores, tentando se passar por apóstolos de Cristo. [2]
Robertson e Plummer afirmam que “não poderia ter havido falsos apóstolos (2Co 11.13), a menos que o número de Apóstolos [sic] fosse indefinido”. [3] O que eles querem dizer é que se reconhecia a existência de apóstolos além de Paulo e dos doze, e que não havia limite para o número de apóstolos naquela época. De acordo com esta interpretação, os “falsos apóstolos” eram falsos não porque estavam usurpando um título que era somente dos doze ou de Paulo, pois havia muitos outros apóstolos além deles. Eles eram falsos somente porque pregavam um falso evangelho. Assim, de acordo com esta linha de interpretação, a existência de falsos apóstolos no período apostólico é uma prova de que havia muitos apóstolos em atividade naquela época e que consequentemente não existe nenhuma razão pela qual se deva negar a existência deles em nossos dias.
Todavia, uma análise mais atenta aos textos de 2Coríntios que se referem aos falsos apóstolos, parece sugerir que Paulo os considera “falsos” não somente por serem falsos mestres, mas também por serem usurpadores do título. Eles se apresentavam como apóstolos similares aos doze e a Paulo, e não como enviados de alguma igreja para cumprir uma missão. Eles queriam poder, autoridade, reconhecimento e, especialmente, ganhar dinheiro. Suas credenciais envolviam sonhos, visões, revelações, milagres, ascendência judaica e outras coisas destinadas a impressionar os crédulos coríntios. É verdade que haviam outros apóstolos além de Paulo e dos doze, conforme já mostramos anteriormente, mas estes que apareceram em Corinto não eram do nível de Silas, Timóteo, Barnabé ou Epafrodito – não, eles eram “superapóstolos”, como os doze e acima de Paulo. Eles eram falsos porque o grupo de “apóstolos de Jesus Cristo” ao qual eles queriam pertencer – os doze e Paulo – era limitado. [4]
Examinemos mais de perto as evidências. Quase que certamente esses obreiros eram judeus, supostamente convertidos ao Cristianismo, pregadores itinerantes, que se vangloriavam de sua ascendência judaica e de serem ministros de Jesus Cristo. [5] Eles haviam entrado na igreja de Corinto e estavam fazendo graves acusações contra Paulo, o que levou o apóstolo a ter de escrever esta carta depois de haver visitado a cidade para tratar do assunto.
Paulo diz que eles “mercadejavam a Palavra de Deus”, uma alusão às exigências financeiras que estavam fazendo (2Co 2.17). Eles se apresentavam com “cartas de recomendação,” provavelmente da igreja de Jerusalém, com o intuito de imporem a sua autoridade sobre a igreja (2Co 3.1-3). [6] Ao apresentar-se como “ministro de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito” (2Co 3.6) e ao fazer o contraste entre o Evangelho e o Judaísmo (2Co 3.6-18), Paulo deixa transparecer que eles pregavam as glórias da antiga aliança baseada na lei de Moisés como superior ao Evangelho de Paulo. [7] Ao fazer isto, eles astutamente “adulteravam” a Palavra de Deus (2Co 4.2) e pregavam a si mesmos e não a Cristo (2Co 4.5). Paulo os critica por se “gloriarem na aparência”, o que pode ser uma referência ao fato de que se gloriavam de ser judeus legítimos, talvez de Jerusalém, ao contrário de Paulo que era da Dispersão (2Co 5.12). Eles haviam sugerido que Paulo havia enlouquecido (2Co 5.13). Criticavam-no por proceder como o mundo (2Co 10.2) e de ser covarde, pois escrevia cartas fortes e graves quando estava distante, mas quando estava presente, sua apresentação pessoal era “fraca” e sua palavra “desprezível” (2Co 10.9-10; cf. 11.6). Eles insinuavam que Paulo queria aproveitar-se financeiramente deles, ao inventar uma coleta para os pobres de Jerusalém (2Co 8.14-18). [8] Eles apresentavam-se como verdadeiros israelitas (2Co 11.22) e “ministros de Cristo” (2Co 11.23), talvez operadores de milagres (2Co 12.12), que tinham visões e revelações do Senhor (2Co 12.1). Apresentavam-se como no mesmo nível de Paulo, ou mesmo como superiores a ele, por terem maiores e melhores credenciais (2Co 11.12). A igreja de Corinto, ou um grupo dentro dela, estava aceitando a presença e o discurso deles, com suas críticas a Paulo, que certamente tinham o objetivo de minar a sua liderança e autoridade e, finalmente, assenhorear-se da comunidade (2Co 11.1-4).
A resposta de Paulo a tudo isto vem de várias maneiras. Primeira, ele responde às reivindicações destes “apóstolos” apresentando, constrangido, as suas próprias credenciais apostólicas, aceitando, num primeiro momento, que estas credenciais definem um apóstolo de Cristo: ele também é judeu (2Co 11.22), faz sinais e prodígios (2Co 12.12), tem visões e revelações do Senhor (2Co 12.1-4).
Mas, paralelamente, Paulo apresenta as credenciais de um verdadeiro apóstolo que estes “apóstolos” não tinham, e que o faziam um verdadeiro “ministro de Cristo,” em contraste com eles, que eram ministros de Satanás: eles traziam cartas de recomendação, mas a recomendação de Paulo eram os próprios coríntios, convertidos pela sua pregação (2Co 3.1-4). Eles se vangloriavam de seus predicados e credenciais, mas Paulo se gloriava de seus sofrimentos (2Co 6.4-10), de um espinho na carne (2Co 12.7-10) e de ter tido de fugir uma vez de uma cidade descido num cesto, pelo muro, para não ser morto pelos judeus (2Co 11.32-33).
Terceiro, Paulo os denuncia como “falsos apóstolos,” “obreiros fraudulentos,” que na verdade eram ministro de Satanás travestidos de ministros de Cristo, seguindo a estratégia do diabo de se passar por Deus (2Co 11.13-15). Ele apela aos coríntios para não se porem em “jugo desigual com os incrédulos,” no que parece ser uma referência a estes falsos apóstolos (2Co 6.14-18).
Fica evidente, então, de nossa análise, que estes obreiros fraudulentos haviam arrogado a si mesmos o título de apóstolos de Jesus Cristo, numa tentativa de se imporem autoritativamente sobre as igrejas, numa espécie de imitação dos doze, com o fim de dominarem sobre elas. Eles eram apóstolos falsos, não somente porque o grupo de apóstolos ao qual eles reivindicavam pertencer estava já fechado, mas também porque não possuíam as credenciais essenciais de um verdadeiro apóstolo. Além disso, estavam adulterando a Palavra de Deus no intento de auferir ganhos financeiros das igrejas.
Nossa conclusão está de acordo com o fato de que apareceram muitos, quando os doze e Paulo ainda viviam, reivindicando um status similar. Encontramos um exemplo disto no livro de Apocalipse, na carta à igreja de Éfeso: “Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos” (Ap 2.2). À semelhança do que havia acontecido em Corinto, homens maus apareceram na igreja de Éfeso dizendo-se apóstolos. Ao contrário do que havia acontecido na igreja de Corinto, os crentes de Éfeso puseram estes apóstolos à prova – certamente examinando as suas reivindicações, suas credenciais e sua mensagem – e concluíram que eles eram impostores, no que foram aprovados pelo Senhor. Aqui cabem as palavras de Spence-Jones: “Chamar um homem de sucessor dos apóstolos, o qual não tem o caráter apostólico – nobreza, lealdade a Cristo e total autoabnegação – é uma farsa malévola”. [9]
O status de apóstolo era cobiçado desde cedo na história da igreja cristã, não como um indicativo de alguém que estava envolvido na obra missionária, mas pelo poder, autoridade e respeito que este status comandava. E é exatamente neste sentido que ele vem sendo apropriado e usado por muitos hoje que se apresentam como apóstolos de Jesus Cristo.
Notas:
1. Cf. “tais apóstolos”, ARA; “superapóstolos”, NVI; “superapóstolos” NTLH. A ARC, todavia, traduziu como sendo uma referência não irônica,“aos mais excelentes apóstolos”, o que altera substancialmente a interpretação da passagem, sugerindo que estes apóstolos “mais excelentes” eram os doze com quem Paulo estava se comparando.
2. Alguns estudiosos sugerem que Paulo estava se referindo ironicamente aos doze apóstolos de Jesus Cristo, sediados em Jerusalém. Contudo, diante dos relatos do livro de Atos e de Gálatas capítulo dois, da concordância e harmonia entre Paulo e os doze, esta sugestão não se sustenta. Veja os argumentos contra a ideia de que os “superapóstolos” eram os doze em Kirk, “Apostleship since Rengstorf,” 253.
3.  Robertson, Corinthians, 279.
4.  “Apóstolos de Jesus Cristo” é uma designação quase que exclusiva dos doze e Paulo no Novo Testamento, cf. a argumentação na seção “Apóstolos de Jesus Cristo”.
5.  Cf. Carson, New Bible Commentary, na Introdução.
6.  Isto não quer dizer que os apóstolos de Jerusalém estariam de acordo com a atividade sectária e mercenária deles, em Corinto.
7. Para uma posição contrária, veja Clark, “Apostleship,” 359-360 e Carson, New Bible Commentary, Introdução. Mesmo admitindo que os oponentes de Paulo eram judeus cristãos, Carson não acredita que eram judaizantes, como aqueles que infestaram as igrejas da Galácia. Contudo, o contraste entre as duas alianças no capítulo 3 só faria sentido no contexto de uma mensagem judaizante dos oponentes de Paulo.
8. Esta é, provavelmente, a razão pela qual Paulo toma várias precauções para evitar acusações de apropriação indébita das ofertas que ele haveria de levar a Jerusalém, cf. 2Co 8—9.
9. Spence-Jones, Galatians, 140.

O que é Resiliência - Pr. Wasny

TEXTO: Romanos 12: 12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.


- Resiliência é uma palavra que vem do latim resilio, que significa "voltar ao normal". O conceito foi criado em 1807, pelo cientista inglês Thomas Young, que fazia estudos sobre a elasticidade dos materiais. O termo resiliência surgiu da Física e refere-se à capacidade que certos materiais têm de acumular energia quando submetidos a um esforço e, cessado o esforço, retornar ao seu estado natural sem sofrer deformações permanentes.
 Exemplo: O que acontece com uma vara no salto em altura: quando o atleta toma impulso para saltar, a vara se curva, acumula energia, projeta o atleta sobre o obstáculo e depois retorna ao seu estado normal.
 - Neste sentido, para os especialistas em comportamento humano, este termo se aplica ou se molda às pessoas que possuem um alto grau de capacidade para retornar ou dar a volta por cima às situações anteriores (ou originais), quando são vítimas de grandes investidas ou adversidades. Ser resiliente é ter a capacidade de recomeçar ou começar tudo de novo, depois de sofrer algum dano na vida, seja ele material, físico, ou espiritual. É também a força para recomeçar do Zero e fazer do limão da vida uma bela limonada.
 ILUSTRAÇÃO: existem vários exemplos de pessoas resilientes na historia, poderíamos citar Mandela, o iatista Lars Grael e tantos outros que deram a volta por cima. Dom Helder Câmara afirmava que "há pessoas como a cana. Mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura". Resiliência é uma graça de que todos nós precisamos e que está à nossa disposição.
 - Não há como negar esta verdade, pois a provação ou a tentação é, incondicionalmente, fator inerente ao Cristianismo, porque todos estão sujeitos às intempéries da vida. Quem nunca foi nocauteado, ou passou por um sério problema, como, por exemplo: uma doença repentina, a perda do emprego, a falência de um negócio, a morte de alguém muito próximo, um golpe na vida espiritual, o trauma de um sequestro ou de um acidente, o rompimento do casamento que durava anos, de uma amizade muito forte, ou, ainda, a reprovação no vestibular ou em algum teste?
 - Verdade é que a vida nos proporciona muitas surpresas, e nem todas agradáveis. Portanto, ser resiliente constitui-se num desafio constante para qualquer pessoa, seja ela cristã ou não-cristã.
 Voltando ao texto: O apóstolo Paulo, aos Romanos, nos ajudam a sermos pessoas resilientes, pessoas que tem Jesus Cristo como o maior exemplo de perseverança, firmeza e fé. Romanos 12: 12: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”.
 - Alegria na esperança (Não é ilusão, mas é vislubrar, pela fé, o nascimento de um novo dia) A esperança é o ingrediente número um que possibilita à pessoa nocauteada por algum acontecimento traiçoeiro respirar a condição de voltar ao seu estado normal de vida: ¨Alegrai-vos na esperança¨.
 Alegrar-se na esperança é ter a certeza de que a luta e o fracasso não são o fim, mas o começo de uma nova etapa.
 Uma pessoa RESILIENTE, pela força dos olhos da esperança, afirma, PELA FÉ, que dias melhores virão e que o sinal verde vai aparecer no fim do túnel. Com Jesus, não há dúvidas de que somos mais do que vencedores (resilientes), porque o justo, ainda morrendo, tem esperança, Pv 14: 32 e Rm 8: 37.
 - Paciência na tribulação: Paciência é um dos segredos para vencer qualquer obstáculo. No entanto, a síndrome da pressa, que é o mal do século, tem roubado do ser humano esta bênção. Quando o apóstolo diz que precisamos ser pacientes na tribulação, pode-se dizer que a capacidade de alguém dar a volta por cima a uma situação constrangedora vai exigir da pessoa uma personalidade firme e paciente.
 - O apóstolo Tiago, ao exortar sobre a paciência, usa a figura do lavrador para ilustrar a importância desta virtude: ¨Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e últimas chuvas¨, 5: 7. Apesar de tudo que ocorreu em sua vida e família, Jó conseguiu voltar ao primeiro estado ou à normalidade do dia-a-dia, porque foi paciente na tribulação: ¨Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu...¨, Tg. 5: 11.
 - O Salmo 40 nos diz: Esperei com paciência pelo Senhor, e Ele inclinou para mim e me socorreu, quando clamei por socorro.
 -. Perseverança na Oração: Perseverar é não desistir. Perseverar é uma grande virtude! De acordo com o dicionário português perseverança é: insistir numa carreira, num trabalho, numa empresa; ser estável; permanecer. Jesus disse a Jairo: Não desista, continue crendo...
 - Paulo fala em perseverança na oração, relacionar-se com Deus no dia-a-dia. Não há como sobreviver no mundo espiritual sem a prática do princípio da oração. Na parábola do juiz iníquo, descrita em Lucas 18: 1-11, Jesus deixou bem claro que é preciso orar sempre (perseverar) sem nunca esmorecer, v. 1. Uma pessoa movida pela fé e oração é impulsionada a tomar iniciativas, adquirindo, assim, uma postura de coragem e motivação frente à luta. Ana, só conseguiu dar a volta por cima e chegar ao estado normal de mãe (pois era estéril e Deus lhe deu um filho), porque persistiu na comunhão e serviço a Deus: “...perseverando ela em orar perante o Senhor”, 1Sm 1: 11.
 CONCLUSÃO: Se você já passou ou esta passando por algum estresse, algum problema, angustia, decepção ou até mesmo uma período de luto; saiba que você é forte, creia na palavra de Deus, “Tão somente seja forte, pois tu faras este povo entrar na terra que prometi”. Seja forte, persevere na oração, no serviço a Deus, pois aquele que promete é fiel e não vai falhar com você, o salmista diz: Tu és o meu socorro bem presente na hora da angustia. Quantas pessoas desistiram no meio do caminho, quantas perderam a paciência, outras abandoaram a fé e já não segue mais a Cristo. O escritor aos hebreus nos ensina: Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos. Hebreus 10:39.
 Deus em Cristo Jesus vos abençoe!





sábado, 13 de setembro de 2014

MINHA GENTE - ARIOVALDO RAMOS



Jesus pergunta aos seus alunos, o que o povo pensa dele, como o ser humano por excelência, o Filho do Homem.

Os alunos responderam que o povo (1) o comparava com João, o batista; com Elias; com Jeremias; ou com algum dos profetas.

Profetas, estes três, representantes, respectivamente, do juízo, da ira e do castigo de Deus.

Jesus, então, sem fazer comentário sobre a opinião popular, pergunta aos seus alunos, o que eles diziam dele.

Pedro responde: O Senhor é o Messias, o Filho do Deus Vivo!

A magnífica resposta de Pedro: O Senhor é o Ungido, que os profetas anunciaram que viria para nos libertar, e o Senhor é o Filho do Deus do Universo! O Senhor é o Libertador, e o Senhor é o Deus, também! O Senhor é o Rei Ungido do Salmo 2, e o Senhor faz parte de Deus, em Deus há mais de uma pessoa, e o Senhor é uma delas! O Senhor é Deus que veio em carne e osso para nos libertar!

E Jesus diz a Pedro: Pedro você é um homem feliz!

Você sabe isso porque o meu Pai, que é e está, infinitamente, além de qualquer criatura, contou para você, nenhum ser humano contou ou o poderia contar para você, e não tem nada a ver com nenhuma capacidade humana que você possa ter.

Eu vou reunir um povo em torno dessa verdade. A gente, para quem, a exemplo do que fez a você, o Pai contará quem eu sou.

Essa gente será salva por mim e me adorará: se arrependerá de ser diferente de mim, na sua natureza, no seu relacionamento com o Pai, no relacionamento consigo mesmo, no seu relacionamento com o próximo e com toda a criação; e permitirá que o Espírito Santo a transforme (a pessoa e a comunidade) em gente como eu; essa gente entregará a si e a tudo que pensava ter (uma vez que tudo é do meu Pai) a mim; e viverá por mim e para mim.

Essa minha gente não morrerá para sempre, porque eu a ressuscitarei no último dia, e essa minha gente, no dia a dia, atacará e derrotará todas as manifestações da morte: nas relações da sociedade; na política; na economia; na religião. Essa minha gente demonstrará e ensinará o significado da palavra justiça, como fruto do direito.

Minha gente viverá junta, será a minha presença na história, como um corpo, através do qual me manifestarei; será uma comunidade planetária e solidária (formada por muitas comunidades locais), demonstrando o que é viver sob o reinado de meu Pai. Deixando claro que o Homem à imagem e semelhança do DEUS é a unidade humana.

E tudo isso, Pedro, começará com uma mensagem que você pregará, e que será reproduzida por muitos em todos os cantos e nações do planeta, abrindo o Reino do Céu para a humanidade, falando de mim, A PALAVRA, para que a fé venha aos seres humanos que, por graça do Pai, derem ouvidos. E então virá o fim, ou melhor, o recomeço em estado glorificado e imune à queda.





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

ESSA NÃO - RAQUEL ELANA

Ana Paula Valadão profetiza vitória de Marina Silva e vitória da Igreja sobre o Brasil… Essa não…




Ana Paula Valadão profetiza vitória de Marina Silva e vitória da Igreja sobre o Brasil… Essa não…
Sim, ela fez de novo! Num vídeo que está rolando pela internet e que foi muito bem aproveitado pelo comitê eleitoral de Marina Silva, Ana Paula Valadão num momento de intercessão diz que chegou a vez da Igreja alcançar os lugares mais temidos da nação, referindo-se ao Planalto.

Entre gritos, fundo musical e o clímax da bateria, ela diz:

Envie teu povo para toda parte desta sociedade e nós ousadamente declaramos que iremos sim para aquela área mais temida das trevas para que a nossa invasão venha mudar a história. Nós estamos indo Satanás para a política brasileira e as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja do Senhor. Sai, vai pra fora Igreja, vai para os lugares mais escuros enviar a tua luz, é chegada a tua hora, é chegada a hora da igreja

Vendo pelo lado bom, desta vez Ana Paula Valadão tem grandes chances de acertar na profecia, caso Marina vença. Por outro lado, meu Deus, de onde vem esta ideia talibã de que ter um presidente evangélico é vitória, conquista e expulsão de Satanás do Brasil?

Se Marina ganhar, a agenda dela não deverá ser uma agenda evangélica escolhida por pastores nomeados de toda a nação (o que deve ter de pastor seco de vontade por isso aí…vixe…). Longe disso, ela deve governar para o povo e NÂO para a Igreja Evangélica Brasileira. Se ela ganhar, a corrupção e a malignidade continuarão a existir na nação. Nada vai mudar. Apenas uma mulher de caráter estará lá tentando fazer a diferença e trazendo um pouco de esperança a nação.

Se Marina ganhar, não poderá fazer nada sozinha, pois não é Messias e nem Salvadora da pátria. Em 4 anos de mandato não transformará o Brasil num paraíso livre de todos os seus problemas.

Deus tenha misericórdia desses fenômenos emocionais histéricos e dessa fixação pelo poder que nós evangélicos brasileiros temos. Outra coisa é esta mania de dizer que “agora sim chegou o tempo da igreja”. Não sei quanto a vocês, mas para mim e para outros milhares de milhões que labutam pelo mundo, este “tempo” já tá até passando.

Políticos evangélicos no Brasil não são novidade e nem implantaram o Reino de Deus durante seus mandatos. Como consta, a maioria enfrenta processos contra corrupção. Meu conselho é que Ana Paula parasse com esses mantras repetidos, essas necessidades emocionais de reafirmação de conquista e caísse na realidade de que para mudar o Brasil, é preciso confrontar o pecado no sistema através de ações. É preciso demonstrar compaixão a cada dia, e tratar com justiça o nosso próximo. Um vídeo deste só confunde e para alguém sensível e pensante, só fará mal. Especialmente se não for “evangélico”.

Tem coisa que só vai mudar com a vinda do Senhor, na terra e nos corações humanos. A história mostra claramente que religião e política só terminaram em ditaduras, cruzadas sanguinárias  e tragédias.  Por isso Jesus veio implantar seu Reino no coração dos homens. Entretanto, acredito em Marina e em cristãos que sejam bons políticos. Mas sem inverter o valor do Evangelho.

Enquanto isso, nem Marina e nem ninguém vai acabar com a corrupção do coração humano ou dos sistemas deste mundo. Isto será sempre uma tarefa impossível. Mas nunca deixaremos de lutar.


Por 

Raquel Elana, formada em Teologia, Pós Graduação em Jornalismo Político/ (Jornalista – MTb 15.280/MG) e Ministérios Criativos pelo IBIOL de Londres, é autora de 3 livros, entre eles: Anjos no Deserto - uma coletânea de testemunhos dos seus quase 10 anos de trabalho no Oriente Médio. Desde o ano passado está envolvida com o trabalho de atendimento aos refugiados da guerra civil da Síria. Veja este vídeo de divulgação para conhecer mais sobre nossas famílias e como desenvolvemos o serviço.




Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...