quarta-feira, 27 de abril de 2011

VERDADE OU UNIDADE - POR WILSON PORTE JR


"Não há mais uma luta pela Verdade, mas um discurso pagão em favor da unidade"

Se você tivesse de optar entre a Verdade e a unidade no seio da Igreja de Deus, por qual você optaria? Você ama mais a Verdade ou a Unidade? É óbvio que ambas são importantes e que, quando vivenciadas na mesma igreja local, que isso é o ideal. Todavia, em um tempo quando a Igreja de Deus se encontra dividida por muitas ‘vozes’, ‘visões’, e ‘novas revelações’, torna-se necessário que nos questionemos: manter-nos unidos, mesmo sabendo que há mentira sendo pregada entre o nosso povo, ou manter-nos na Verdade, mesmo que essa custe o rompimento entre nós e pessoas que amamos?

Inacreditavelmente, a maioria tem optado pela unidade. A Verdade tem deixado de ocupar o lugar mais importante na Igreja de Deus. Não há mais uma luta pela Verdade, mas um discurso pagão em favor da unidade e do politicamente correto. Por quê? Porque deixamos de pregar o que é e quem é A Verdade!

Não podemos nos esquecer de que Jesus Cristo é a Verdade (Jo 14.6). Não há outra! Ele é, e tudo o mais, para ser verdadeiro também, deve estar nEle ou proceder dEle. Nesta batalha pela Verdade, nós só temos dois lados: ou você está com ela ou não. Ainda que uma espada tenha que ser colocada entre você e pessoas que você sinceramente ama, que você nunca deixe a Verdade!

Se você questionasse os membros de sua igreja quanto ao que é mais importante, o que eles responderiam: A Verdade ou a Unidade na igreja?

John MacArthur, em seu livro A Guerra pela verdade, descreve como esta está, agora mesmo, sob ataque. “Muita coisa está em jogo”, como diz Albert Mohler, sobre o livro de MacArthur. A mentira e a tolerância têm vindo de forma veloz sobre o povo de Deus, e este tem dado as boas-vindas para aquelas. O povo de Deus está em perigo! Muitos escolhidos têm sido enganados. E o que faremos? Deixaremos de falar a Verdade em amor? Deixaremos de pregá-la? Deixaremos de mencionar o nome daqueles que têm-na pervertido? Não! Devemos fazer como o Apóstolo Paulo em 2Tm 4.10,14; 1Tm 1.19-20; 2Tm 2.16-18 e Gl 2.9-11, dando nome aos responsáveis pelo veneno que tem, falsamente, alimentado muitos que amam sinceramente a Verdade. MacArthur, em um debate no programa Larry King Live, da rede americana CNN, diz que vivemos atualmente uma guerra, e não uma briguinha, mas uma grande guerra “pela integridade, pela autoridade, pela veracidade, pela inerrância e pela inspiração da Bíblia”, diz MacArthur (veja o vídeo aqui).

A grande falácia de nosso tempo é que ‘não há verdade’, ‘tudo é relativo’ (como se essa afirmação já não fosse um absoluto) – cada um tem a sua própria verdade, e ninguém deve ficar julgando o outro. De fato, Jesus Cristo nos exortou a não julgarmos as motivações do coração de ninguém, pois somente Deus as conhece perfeitamente. Mas, em nenhum momento a Bíblia nos exorta a não julgarmos as palavras e atos públicos desse alguém, principalmente se essa pessoa estiver falando em nome de Deus.

Não se trata de odiar ninguém, pois “se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso” (1Jo 4.20). Trata-se de amarmos a Verdade, sincera e profundamente. Trata-se de amarmos a Deus sobre todas as coisas (ideologias, achismos, tradicionalismos, usos e costumes, líderes, etc.).

Que Deus tenha misericórdia de Sua igreja em nossa nação. Que Deus nos envie um genuíno avivamento espiritual, a fim de que possamos amar mais a Verdade, orar mais à Verdade, ler e pregar mais a Verdade: à Jesus Cristo, a própria Verdade que nos salva de toda mentira, veneno e engodo dos falsos mestres.

domingo, 24 de abril de 2011

LEVITAS? - POR GIANCARLO MARX, NO GENIZAH

Como alguns ja sabem, eu sou músico, e atuo com música na igreja há alguns anos. Pra terem uma idéia, aos 7 anos mais ou menos (quando comecei a "violar o tocão") no meio do culto pedia pro meu pai abrir espaço pra eu sentar no palco e tocar uma das duas canções que eu conhecia: "Meu Barco é Pequeno", ou então "Quando Estou com o Povo de Deus", verdadeiros clássicos do cancioneiro cristão (rs).

Vinte e dois anos se passaram desde o garotinho com duas músicas no repertório, nesse tempo eu vi e ouvi muita coisa. Desde a superproduzida galera do Salt, passando pelos "corinhos" singelos e desafinados da Romilda. O som adolescente do Rebanhão, o rock rebelde do Brother Simion. Até chegarem os importados Maranata! e Hosana! (pra quem não conhece, eram dois selos americanos rivais, o avós do Hillsong e do LifeHouse).

Talvez uma das mudanças mais destrutivas que vi nesse período tenha sido a transformação do serviço de música em "Ministério Levítico". Há até o absurdo de um projeto para um programa estilo "Ídolos" que se chamaria "Levitas". Felizmente o projeto não saiu do papel (ainda).

Primeiramente o que é um levita? Trata-se de uma famíla, uma das 12 tribos de Israel, que era destinada a TODO serviço no tabernáculo, e mais tarde no templo. Eles eram músicos. Mas também eram porteiros, faxinheiros, sacerdotes.

Acender o menorá, trocar os pães da preposição, a água da bacia, isso era função do levita. Também eram carregadores. Somente eles eram autorizados a carregar a arca da aliança e as partes do tabernáculo, que eles mesmos montavam e desmontavam sempre que a nuvem ou a coluna de fogo estacionassem em algum ponto do deserto.

Então a música era apenas uma dentre tantas funções dos levitas. Curiosamente o livro de "Levítico" não tem nenhuma canção.

Nesse ponto alguns chegam a pensar: "Então todo mundo que trabalha na igreja deveria ser chamado de levita"... Ao que caberia a resposta: "Se essa igreja não fosse cristã, pode até ser".

Isso porque Jesus, o fundador da SUA igreja, não era levita. Ele era da tribo de Judá, certo? Logo aqueles que foram gerados nele não são gerados pela linhagem de Levi. Isso dá um nó na cabeça.

No capítulo 7 do livro de Hebreus há uma excelente explanação sobre o tema. Sobre Jesus, Paulo afirma que ele é "sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedeque".

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?"

Então Jesus e nenhum de seus seguidores são feitos levitas. (nem mesmo os músicos... rs)

O que nos leva a outro ponto ainda mais delicado. Vejo muita gente falando em "Ministério de Música" ou o pior ainda "Ministério de Louvor e Adoração". Oras, se é de fato um ministério de Louvor e Adoração, podemos definir o que é Louvor e Adoração?

Tecnicamente falando, ja ouvi o Gerson Ortega definir (em linhas gerais) Louvor como exaltação, e adoração como Gratidão. Gostei demais. Mas parece que ele esqueceu de botar a música na parada. Sim, pois os "ministérios de louvor e adoração" que conheço são todos de músicos.

Num outro artigo meu publicado aqui cheguei a definir adoração em espírito e em verdade. Se você der uma olhadinha la vai perceber que essas coisas não são do tipo que podemos confiar que outros façam pela gente. Louvar e adorar não são "ministérios", mas sim atitude daqueles que conhecem o amor de Deus.

Também não gosto de chamar as músicas cristãs de "louvores". Afinal, a canção pode se tornar louvor de acordo com o coração de quem canta. Ou pode se tornar vergonha para Deus, se for entoada em glória própria. Logo uma música também não é louvor, tanto quanto um prato não é comida e um copo não é bebida. A música é apenas um dos possíveis recipientes do louvor, que pode ser expresso das mais diversas formas. Até mesmo lavando os pés do mestre com suas lágrimas e os enxugando com seus cabelos. Quem diria que uma higienização tão peculiar poderia ser uma manifestação de louvor?

Se para você (assim como para mim) parece que ao chamarmos os músicos cristãos apenas de "músicos", e as músicas cristãs apenas de "músicas" estaremos rebaixando-as de categoria, então aparentemente estamos no caminho certo.


"Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado." Lucas 14:11

terça-feira, 19 de abril de 2011

MENTIRA - POR PAULO CILAS




A caminho da reunião semanal com alguns funcionários de uma empresa eu não tinha, até então, uma meditação para aquele dia. Então, me ocorreu que era primeiro de abril, dia da mentira. Devo admitir que mesmo já tendo ouvido o porquê de assim ser chamado esse dia não conseguia me lembrar de jeito nenhum. Mas, fui levado lá no início, lá na primeira mentira que é contada até hoje. Isso mesmo! Não é somente a consequência da mentira que perdura, mas, própria mentira inicial é contada ainda hoje nas mais diversas formas.
“Certamente não morrerão, e, ainda, serão como Deus conhecendo o bem e o mal”. E a mentira colou. E continua colando .
Mesmo sabendo que morre o homem age como se tal não fosse acontecer. Briga-se por poder, por riqueza que se quer acumular. Guerras são feitas e inimizades estabelecidas. Alguém já disse que uma mentira contada mil vezes torna-se verdade e parece que o inconsciente coletivo ratifica isso. A vaidade da vida faz calar a sensatez que insiste em dizer que á vida aqui é como a neblina pela manhã que se dissipa em poucas horas. E tal vaidade não se apodera apenas do “meio mundano,”, mas, também, do eclesiástico.
Ser igual a Deus! Satanás conseguiu discípulos de sua queda. Ele caiu querendo subir e o homem até agora não consegue lidar com o bem e o mal. Tem conhecimento deles, entretanto, nenhum domínio, controle sobre eles. É possível que o apóstolo Paulo tenha definido da melhor maneira: “O bem que quero fazer não faço, o mal que não quero esse faço”. Não compreendo meu próprio modo de agir “Rm 7.
O homem não tinha maturidade para conviver com tal conhecimento e continua não tendo. Daí a necessidade de sermos totalmente dependentes de Deus. De termos o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, humildade. Precisamos reconhecer que não somos melhores que ninguém ainda que estejamos salvos. Pois, a salvação é totalmente obra do Senhor Jesus que nos amou e se entregou por nós. Todo o resto é mentira.
Por causa da mentira contada e da sua aceitação pelo homem digo: A humanidade tem vivido como se não morresse –achando que está no controle- e tem morrido como se não pudesse mais viver!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

FESTA PARA JESUS - POR PAULO CILAS



Mateus 21: 7-11

Hosana!!! Vamos louvar aquele que vai suprir nossas necessidades e confirmar nossas muitas expectativas.
As multidões que iam adiante a qual libertador exaltavam?
Ao sucessor de Davi que, semelhantemente ao mesmo, vai guerrear e vencer os malditos romanos.Que vai nos restaurar o orgulho nacional.
Mas, quem é esse?
É o Profeta de Nazaré! E há quanto tempo estamos sem profecia? Mas, dá para confiar em alguém que vem desse lugar?
Depois dessa recepção calorosa o que Ele vai fazer agora? Por certo vai aproveitar o apoio e com o poder que tem demonstrado irá contra Pilatos, Herodes e sua corja. Vai conquistar toda a terra, tomar posse.
Ei!! O que Ele está fazendo?
Está mexendo na estrutura do culto religioso no templo. Vs 12-13
Está dizendo que quem não der fruto vai secar. Vs 9
Está dizendo que não adianta dizer que é filho e querer fazer a vontade do Pai, mas, não fazer. Vs 30
Está dizendo que não só os romanos são maus, mas o próprio povo, a quem Ele foi enviado, é até pior. Vs 33-39
Está dizendo que na Festa do Cordeiro, quem não estiver com vestes próprias será expulso. Vs 12-13
Está falando de amor ao próximo e não de guerra ao próximo. Vs 37-39
Ele está criticando os líderes religiosos hipócritas. Cap.23
Ele não veio nos salvar dos outros. Veio nos salvar dos nossos pecados - de nós mesmos- e para isso foi à cruz. A festa verdadeira começa lá. A maioria queria outra festa que lhe satisfizesse. Entretanto outros, inclusive nós, podemos nos gloriar na cruz de Cristo. Ele levou nossa culpa , nos tirou da morte eterna, livrou a nossa alma da maldição do pecado. Vamos festejar!!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O FIM DOS SERMÕES - POR ELIANAI CABRAL JUNIOR



Há um limite para a convivência das expectativas da multidão e a linguagem lúdica de um sonhador. Pode se manter muita gente por perto, bastante tempo, contando histórias. Respondendo com novas e escorregadias perguntas, distraindo com meias palavras, usando as mesmas figuras para indicar outras imagens. O Reino de Deus, invisível. Fermento para o bolo. Um grão de mostarda. A luz no candeeiro. O sal. Um casamento surpreendente. Outra coisa com as mesmas palavras. Parábolas que postergam os julgamentos, que iludem a ilusão (Kierkegaard).

Mas há um ponto de fervura em toda esperança adiada. Um prazo estreito para o encantamento popular, quando a violência adormecida de todos acorda. Parece que é o que está acontecendo. Ninguém pede mais sinais. Nenhuma nova pergunta é feita e sequer mais uma história é tolerada. Antes, cercado por demandas, agora, rodeado por suspeitas.

Se o apetite por poder não é saciado, aquele que a todos distraiu, de quem nunca se deixou de esperar a mais vulgar e velada satisfação, deve ser consumido nas aspirações desapontadas da turba. Se Jesus não é o Cristo que se reivindica, Barrabás.

Um ídolo não tem o direito de não ser.

Não dá para não trair alguém que tinha tudo para ser o que todos esperavam. Não dá para não repudiar aquele com quem se decepcionou nas mais doces fantasias. Não dá para não condenar aquele que não consentiu com mais uma ilusão.

Um ídolo não tem o direito de se mover.

Todo líder é constituído em um jogo erótico. E toda intriga é uma pornografia. Ninguém toca no assunto, mas todos esperam secretamente que ele seja o que ninguém consegue ser. Este é o segredo que excita os ajuntamentos. Mas, se alguém acende a luz e frustra o fetiche coletivo, retomam-se as sombras, agora para destruir. Odeia-se quem não se deixou amar com máscara. Este é o segredo que perpetua as taras para os próximos ajuntamentos.

Por isso o insinuante beijo de Judas virá. Estalará como um tapa, cheio de um estranho sadismo. A primeira e mais ardida bofetada que o Filho do homem terá recebido.

As palavras de Jesus estão gastas. O prazo se esgotou. Tudo o que diz, desde então nada fala. As multidões atraídas por ele, agora o repelem. Resta o lugar de poucos, o espaço dos amigos. Quem sabe? Jesus se faz anfitrião e põe a mesa. Oferece pão, ainda que ninguém aparente chegar à saciedade. Enche as taças, que insistem em parecer vazias. Cheios estão os corações, mas de diabos. Sente-se sozinho também em casa.

O limite das palavras é um convite para os gestos de amor.

As palavras, amordaçadas, descobrem que o amor se expressa a despeito delas. Silenciosamente, Jesus encena o último sermão antes da cruz. Despe-se da capa para ocupar o lugar discretíssimo do servo. O mestre lava os pés dos discípulos. As mãos de um Deus calado conversam com os pés trôpegos da humanidade.

Nunca se olhou tanto para baixo como no dia em que Deus ficou de cócoras. Quem quisesse olhar para o céu a procura de Deus teria que vê-lo refletido nas águas turvas da bacia sobre o chão. E os pés sujos e vacilantes da humanidade, finalmente, imersos no céu gracioso de Deus.

Por um instante, vendo-o prostrado, alguém entre os discípulos, muito constrangido, se lembrou do que ouviu do próprio Jesus. Que um diabo, em um deserto, tentou fazê-lo se prostrar por poder e fama e ele recusou. Assustado, chegou a pensar: não se prostrou diante da fama para ser ouvido, mas se curvou diante de pessoas para amar… E teve medo do futuro. Do que teria que fazer com todos os seus planos.

Elienai Cabral Junior

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...