quarta-feira, 12 de setembro de 2012
LIVRO "CAMINHO DE JESUS E OS ATALHOS DA IGREJA - EUGENE PETERSON
SALMO 130:“ESPERO NO SENHOR COM TODO O MEU SER, E NA SUA PALAVRA PONHO A MINHA ESPERANÇA.”
Para as pessoas que estão no caminho, a espera é uma imposição penosa. Estar no caminho significa que estamos nos dirigindo a um destino. Para um viajante ávido e resoluto, a espera pode ser recebida somente como uma interrupção, uma demora, correr, passear, guiar um carro, conduzir um cão, cavalgar, enfim, o que quer que seja que façamos no caminho é o que fazemos no caminho. Senão, por que estaríamos no caminho?
Mas há momentos em que somos incapacitados de fazer nosso caminho no caminho. Uma perna quebrada, um acidente que nos deixa amarrotados numa vala, um atalho promissor que nos deixa irremediavelmente atolados num charco. É aí que esperamos. Não temos escolha. Não faz diferença quantos transeuntes animados nos dão acenos de encorajamento, torcendo para que cheguemos até o céu com palavras de ânimo e incentivo, vociferando conselhos, citando passagens da Escritura (“estejam preparados...”; “...toma a tua cruz e segue-me”; “ corre com perseverança...”). Mas não conseguimos. Estamos na extremidade da corda. Estamos com a água já cobrindo a cabeça. Oramos. Oramos porque não há nada que possamos fazer por nós mesmos, e não há nada que ninguém mais possa fazer por nós. Oramos “das profundezas”.
“Das profundezas” abre o coração. “Profundezas” é um termo do vocabulário da geografia – vale, ravina, águas profundas, fosso, vala – que em geral é usado como metáfora: insondável, profundidade de corrupção, angústia, apostasia. Certamente há um referencia implícita ao pecado em todas essas profundezas. O pecado não é uma mancha superficial na alma ou no corpo; ele penetra até as profundezas. O pecado não responde a tratamentos cosméticos; ele exige uma operação na fundação de nossa vida.
Mas é o seguinte: o pecado não nos desqualifica de estarmos no caminho. O pecado não nos expulsa de nosso lugar no caminho. Podemos estar parados, incapacitados, perdidos, deprimidos, zangados, confusos, aturdidos, mas ainda estamos no caminho: “Se tu, Soberano Senhor, registrasses os pecados, quem escaparia? Mas contigo está o perdão para que sejas temido” (v. 3-4). Outra maneira de expressar isso é “Se você, Deus, mantivesse um registro dos erros cometidos, que possibilidades nos restariam? Mas o que se percebe é que você tem o hábito de perdoar, e é por isso que você é adorado” (tradução portuguesa não oficial de A mensagem). Estando no caminho de Davi, somos tratados no caminho de Jesus; portanto, como diz Paulo, “agora já não há condenação” (Rm .1).
Em suma, há muito mais coisas acontecendo no caminho do que simplesmente chegar a um destino. E há muito mais coisas acontecendo no caminho do que simplesmente aquilo que nós estamos fazendo. Há o que Deus está fazendo. Por essa razão, esperamos no Senhor. Paramos, seja por escolha, seja por circunstância, para podermos estar alertas, atentos e receptivos ao que Deus está agindo em nós e por meio de nós, nos outros e por meio dos outros, no caminho. Esperamos até que nossa alma e nosso corpo estejam no mesmo compasso. Esperar pelo Senhor é a maior parte do que fazemos no caminho, porque a maior parte do que acontece no caminho é o que Deus está fazendo, o que Deus está dizendo. Boa parte do tempo, incapacitados ou debilitados pelo pecado, não conseguimos fazer o que precisa ser feito, então esperamos em Deus para que ele o faça em nós. Muitas vezes, não sabemos o que fazer, então esperamos até compreender o que Deus ordena que façamos. A espera não é somente “esperar por aí” de forma indolente. Esperamos “pela manhã”, o que significa dizer que aguardamos com esperança. Esperamos enquanto sendo “regatados, curados, restaurados, perdoados”. Esperamos em Deus para fazer o que não somos capazes de fazer por nós mesmos “nas profundezas”. Quando foi ele que fez, estamos mais uma vez no caminho.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
CHEGA DE JOGUINHOS RELIGIOSOS - BÍBLIA "A MENSAGEM" DE EUGENE PETERSON
ISAÍAS 1
1- Visão de Isaías, filho de Amoz, teve a respeito de Judá na época dos reis de judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias.
2-4- Céus e terra, vocês são o júri.
Ouçam a causa que o Eterno está apresentando:
“Tive filhos e os criei bem,
mas eles se voltaram contra mim.
O boi sabe quem é seu dono,
o jumento conhece a mão que o alimenta,
mas Israel não.
Meu povo perdeu completamente o rumo.
Que vergonha! Vivem fugindo do Eterno, enganados, cambaleando sob o peso da culpa.
Bando de crápulas, gangue de baderneiros!
Meu povo virou a cara para mim, o Eterno – deram as costas para o Santo de Israel: eles se foram
e nem mesmo olharam para trás.
5-9- “Porque insisto em me importar com vocês,
se vocês teimam em seguir os próprios caminhos?
Vocês continuam batendo a cabeça contra o muro.
Tudo em vocês é autodestruição.
Da ponta dos pés até o alto da cabeça nada está bem:
Machucaduras, escoriações, feridas abertas,
não cuidadas, não lavadas, não tratadas.
Sua terra está devastada,
suas cidades foram queimadas.
Seu país foi destruído pelos estrangeiros diante dos seus olhos, reduzido a entulho pelos bábaros.
Sião está devastada,
como uma cabana abandonada prestes a cair,
como um barraco pichado e esquecido,
como um navio afundando, abandonado pelos ratos.
Se o Senhor dos Exércitos de Anjos não tivesse deixado alguns sobreviventes, estaríamos tão desolados como Sodoma, condenados como Gomorra.
10- “Ouçam minha Mensagem,
vocês, líderes treinados em Sodoma.
Recebam a revelação de Deus,
vocês, povo formado em Gomorra,
11-12- “Por que esse frenesi de sacrifícios?”
o Eterno está perguntando.
“Não acham que já recebi minha porção de sacrifícios queimados, de carneiros gordos e bezerros rechonchudos?
Não acham que já estou cheio
de sangue de bois, de carneiros e de bodes?
Quando vocês se apresentam a mim,
quem deu a ideia de agir desse jeito,
correndo pra cá e pra lá, fazendo isto e aquilo,
essa agitação inútil no lugar do culto?”
13-17- “Chega de joguinhos religiosos!"
Não suporto mais essa encenação:
Conferências mensais, agenda sabática, estou encontros especiais, reuniões e mais reuniões – não aguento ouvir falar em reunião!
Vocês me cansaram!
Estou cansado de religião, de tanta religião, enquanto vocês continuam pecando.
Quando fizerem a próxima oração coletiva, eu vou olhar para o outro lado.
Não importa se oram alto, por muito tempo ou com frequência; eu não vou dar ouvidos.
Sabem por quê? Porque vocês têm trucidado pessoas,
e suas mãos estão cheias de sangue.
Vão para casa e se lavem!
Limpem essa sujeira toda.
Esfreguem a vida até que saiam suas maldades,
para que eu não seja mais obrigado a olhar para elas.
Digam ‘não’ para o mal,
aprendam a fazer o bem.
Trabalhem pela justiça.
Ajudem os oprimidos e marginalizados.
Façam alguma coisa pelos sem-teto.
Levantem a voz em favor dos indefesos”.
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