terça-feira, 22 de março de 2011
AGIR OU NÃO AGIR, EIS A QUESTÃO - POR PAULO CILAS
Inevitavelmente todos nós nos deparamos com o dilema: Agir ou não agir. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer” é uma idéia disseminada no dia a dia. Normalmente ouvimos expressões como: tem que ter atitude, ter agressividade, ambição. Alguém resignado é tido como acomodado e derrotado. Também ouvimos no meio religioso: você tem que conquistar, tem que tomar posse, plantar, entre outras coisas. E aí? Às vezes o problema fica maior ainda porque já não ficamos só na dúvida entre uma coisa e outra, e, sim, já nem sabemos se estamos fazendo algo, e, se estamos, esse algo é feito de maneira atabalhoada ou sensata? Ainda por cima temos o risco de estarmos acomodados dentro de uma rotina julgando ser ela algo dinâmico. Entretanto está claro na bíblia que existe tempo para as duas coisas e as duas coisas são legítimas. Totalmente legítimas quando feitas no tempo oportuno.
Moises quando estava diante do mar com o exercito de faraó às costas ora a Deus. A resposta de Deus é: “Por que clamas a mim, diga ao povo que marche” (Ex.14:15). Pronto, ali está posta uma situação que exige ação. Ousaria afirmar que a oração ali não valeria de nada, ali não era para orar, era para marchar, “agir”. Entender isto é vital, porque ficar esperando, mesmo que em oração, pode ser a derrota.
Por outro lado, agir fora de hora pode parecer coragem e fé, mas, se revelará mesmo uma grande imprudência. Em l Sm. 13 Saul viu o exercito inimigo se aproximando e Samuel não chegava para oferecer o sacrifício. Saul então entendeu que, para o moral do povo, ele mesmo deveria fazer o sacrifício preparando os soldados para a peleja. Veja, o sacrifício era para Deus, era o culto a Deus. Seria fácil dizer que Saul tomou a atitude correta, entretanto com a chegada de Samuel o que se vê é que ele fez tudo errado. Foi repreendido severamente e a partir dali seu reinado foi findando. Mesmo Jesus, O Autor e Consumador de nossa “fé”, nos orienta a sentar e calcular antes de construir ou combater Lc. 14:28-31. Sendo assim, nem tudo que nos é aconselhado ou determinado fazer, ainda que seja sob pretensa “ótica divina” deve ser feito. Há o momento da espera. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus.” Ou ainda: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sua sombra” poderá dizer muitas coisas sobre o cuidado de Deus e manter-se em Sua dependência
Descansar e esperar em Deus não são coisas fáceis. Requer certeza absoluta que Ele é galardoador dos que O buscam. Mais difícil ainda porque o tempo vai passando e parece que nada acontece. O Senhor parece estar sempre atrasado quatro dias, não é mesmo? Ficar esperando! Além de requerer convicção nossa também exige paciência diante das vozes que insistem em nos chamar de acomodados, derrotados, covardes, etc.
Enfim, eis o dilema e eis, também, a “arte”. Sim! Porque quem descobre na vida o tempo certo de fazer, de se movimentar, e o tempo certo de esperar, verdadeiramente realiza uma bela obra.
Busquemos sabedoria para entender um momento e outro. Que a imprevidência não nos acometa e a letargia não nos domine.
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