sexta-feira, 29 de abril de 2016

Uma abordagem bíblica para revitalização de igreja

Os números são assustadores. Especialistas estimam que aproximadamente 1000 igrejas locais fechem suas portas todos os anos. O que é ainda mais devastador sobre essa estatística é que este número reflete somente as igrejas da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos – minha denominação. Imaginem como esse número cresce se somarmos o número de igrejas locais de outras denominações estabelecidas que também estão fechando, o que alguns estimam ser entre 3500 a 4000 igrejas por ano só nos Estados Unidos. Não é necessário dizer que temos uma epidemia em nossas mãos. Embora Deus continue, por um lado, edificando sua igreja através da plantação de igrejas, estas igrejas não têm sido plantadas e permanecido na mesma proporção daquelas que têm fechado suas portas permanentemente a cada ano.
É bom e correto se sentir sobrecarregado com o peso da realidade da extinção de igrejas locais que antes eram como faróis do evangelho em suas comunidades. Pastores estão desistindo. Prédios belos e históricos de igrejas estão sendo leiloados para quem pagar mais. Sem dúvida, o peso que muitos que amam a noiva de Cristo têm sentido é um peso que nós também precisamos sentir. O peso deste fardo tem resultado em um movimento sem precedentes para fazer algo a respeito dessas igrejas que estão morrendo. Surgindo em várias denominações, tal movimento tem sido rotulado de “Revitalização de igreja” e/ou “Replantação de igreja”.
Tendo, em meu próprio ministério pastoral, engajado-me no trabalho de revitalização antes do início desse movimento e tendo observado o movimento durante todo esse tempo, eu tenho percebido comummente duas abordagens que não ajudam muito sendo seguidas: o Pragmatismo e o Purismo.
O Pragmatismo
Os adeptos do pragmatismo buscam reviver e fazer crescer a igreja que está morrendo através de artifícios espertos e programas atraentes que funcionam para trazer resultados específicos desejados. Esses resultados normalmente estão baseados em números, dirigidos por fortes esforços evangelísticos que se apoiam grandemente nas habilidades e dons de homens. Apesar de reconhecimento verbal da Bíblia e do Espírito de Deus e destes terem espaço na mistura, o desejo por resultados visíveis e numéricos tomam primazia e a guia do trabalho, o poder de revitalização está em último caso na sabedoria de homens. Consequentemente, os resultados e a atratividade se tornam mais importante do que a fidelidade em um propósito específico que Deus possa ter para sua igreja que não produza os mesmos resultados numéricos.
Para os que seguem o pragmatismo, o resultado numérico desejado se torna o fim que justifica abraçar quaisquer meios necessários para atingi-lo.
O Purismo
O purista se aproxima da tarefa de revitalizar uma igreja estritamente aderindo a princípios bíblicos, baseados na centralidade da Palavra de Deus. Isso frequentemente se manifesta em um firme compromisso com formas bíblicas de culto. Enquanto esta abordagem tem muitos aspectos que lhe tornam recomendável, ao mesmo tempo há um perigo sutil escondido nesta abordagem que pode ser uma armadilha, e está nos motivos centrais do pastor que conduz a revitalização. Se não for cuidadoso, as convicções do pastor podem de forma quase imperceptível mudar de uma convicção sobre a centralidade da Palavra de Deus para uma convicção de não ser pragmático. Consequentemente, o purista celebra ser não-atrativo e anti-criativo, e orgulhosamente rejeita qualquer coisa que possa parecer ser entretenimento ou consumista e mundana. O purista se vê como estando firmemente apoiado nas promessas do poder da palavra de Deus para soprar fôlego revitalizador na congregação.
Mas na realidade, o purista está meramente apoiando-se em legalismo rígido, intencionalmente fazendo a igreja ser não atraente para discernir quem de fato está comprometido com Deus, sua Palavra, seu povo e sua igreja.
A abordagem bíblica
Existe uma abordagem equilibrada e bíblica para o trabalho de revitalização que é tanto mais eficiente quanto também mais fiel ao propósito de Deus para a igreja local. Esse método se baseia totalmente na verdade que o Espírito de Deus trabalhando através da sua Palavra é o único meio de trazer verdadeira vida espiritual para a igreja local. E, ao mesmo tempo, valoriza a verdade que é bom e certo que a noiva de Cristo pareça bonita e atraente para o povo de Deus e mesmo intrigante para aqueles que são hostis quanto a Cristo no mundo.
Esta abordagem engloba tanto a profunda convicção de que o poder de Deus por seu Espírito e sua Palavra é que realizam a obra, quanto o fato de que Deus usa criatividade, paixão, dons singulares e o zelo dos líderes e do povo para soprar vida e edificar sua igreja.
Esta abordagem bíblica defende que a igreja local deveria ser atraente, mas por razões bíblicas específicas: pregação bíblica apaixonada, comunhão amorosa e sacrificial, aplicação prática do evangelho, cuidado zeloso das almas, evangelismo intencional e autêntica semelhança com Cristo, para mencionar algumas. O objetivo desse método é ver nova vida e fôlego na igreja local, mas não à custa da busca fiel do propósito de Deus para a igreja local. A saúde da igreja, de acordo com os desígnios Deus na Bíblia, torna-se o alvo final, não os números. O poder de Deus é visto em como ele edifica sua igreja da forma que ele quer edificar sua igreja, ao invés de ser definido por algum padrão mundano de sucesso.
É esta abordagem mais bíblica que eu desejo defender. Isso define a visão de como treinamos homens  no Centro Mathena para Revitalização de Igreja, assim como em nossa própria igreja local. Aqueles que são chamados para essa tarefa iniciam uma obra nobre que glorifica a Deus. Existe um poder singular e especial, um testemunho em não ser só uma igreja local cheia de vida, mas uma antiga igreja histórica que estava perdida, respirando por aparelhos, e que aprouve a Deus soprar vida nela novamente. Que melhor testemunho há de que Deus é Deus que ressuscita os mortos do que ver isso acontecendo com igrejas mortas por todo o mundo? Mas não se engane. Deus é quem deve realizar isso. Somente o poder de Deus é suficiente para realizar isso. Logo, é necessário que seja feito da maneira como Deus planejou que sua igreja fosse edificada, com vida espiritual verdadeira e duradoura trazida de volta a estas igrejas em dificuldades.





Como um homem não perde sua alma no trabalho do ministério pastoral? - Brian Croft



Eu gostaria de poder dizer que a maior parte do meu tempo cuidando de pastores é gasto ensinando-os o que fazer e para onde levar a igreja, mas não é. É triste, mas a maioria do meu tempo é gasto tentando manter os pastores em suas igrejas por mais de dois anos, tentando ajudar pastores a lidar com pessoas difíceis, com críticas e com expectativas irreais que levam ao desapontamento, até ao desespero. A maior parte do meu esforço é para tentar impedir que as famílias dos pastores sejam abaladas pelo caos da vida da igreja. Existe uma dura realidade neste mundo caído que faz com que muitas tarefas pastorais sejam incrivelmente difíceis, dolorosas e desesperadoras. Esta é uma razão pela qual Charles Spurgeon instruía seus alunos que se preparavam para o ministério a fazerem outra coisa se pudessem ser felizes fazendo-as. Pastores precisam saber como sobreviver, mas antes de eu explicar como pastores se preparam para sobreviver no trabalho ministerial, permita-me mostrar uma abordagem não útil e não bíblica para sobreviver no ministério pastoral.
Alguns buscam sobreviver tentando encontrar a igreja que parece ser a mais fácil e mais saudável para pastorear. Alguns até usam este “caminho mais fácil” como razão para plantar uma igreja, pensando: “se eu conseguir organizar a igreja da maneira como eu gosto desde o começo, eu não vou enfrentar as lutas do pastorado normal”. Esse não é um entendimento realista do ministério pastoral por vários motivos. Primeiro, é muito improvável que um jovem recém-saído do seminário conseguirá esta igreja saudável, mesmo que ela esteja disponível. Segundo, a maioria dos pastores descobre que aquela “igreja mais fácil” ainda está cheia de pecadores quebrados e nenhum cargo no ministério pastoral é fácil. Um pastorado em uma igreja mais fácil não é uma estratégia boa, nem bíblica para sobreviver no ministério pastoral. A chave para sobreviver no ministério pastoral é o cuidado diligente que o pastor deve ter por sua própria alma.
Muito dos desencorajamentos que são enfrentados no ministério de um pastor estão relacionados a ele, não a sua igreja.
Deus chama pastores não para serem super-homens, mas para serem fiéis. À medida que pastores buscam serem fiéis todos os dias em seus ministérios, a vontade soberana de Deus está sendo cumprida. Por que isso não é o suficiente? Porque um pastor traz com ele e para sua igreja seus próprios desajustes, suas lutas pessoais e feridas abertas em sua alma onde a graça de Deus ainda não operou. Pastores lutam para encontrar sua verdadeira e completa identidade em Cristo, e quando pastores falham em encontrar segurança em Cristo, eles tentam demonstrar segurança de maneiras falsas, sendo:
  • Inseguro
  • Defensivo
  • Controlador
  • Performático
  • Legalista
  • Temeroso de homens
  • Manipulador
  • Passivo
  • Estoico
  • Não-gracioso

Estas maneiras falsas de viver expõem o fato de que o pastor está buscando preenchimento que somente Cristo pode dar, mas buscando-o no reconhecimento de outros, no sucesso de seu ministério ou expectativas auto-impostas. Uma poderosa e libertadora verdade do evangelho para pastores que servem em igrejas difíceis é que muito do desencorajamento não vem da situação de nossa igreja, mas de expectativas esmagadoras que colocamos sobre nós, de pessoas que tememos e pensamos que somos responsáveis por mudar, e de ansiedade sobre como outros “pastores mais bem-sucedidos” podem avaliar nossos ministérios. Tudo isso tem a ver com o pastor e sua própria alma — não com a igreja. Este turbilhão que existe em certo grau na alma de todo pastor é ativado quando as lutas no ministério começam. Estar ciente da necessidade deste trabalho na alma de todo pastor é a solução para a sobrevivência no cenário de uma igreja mais difícil.
O evangelho nos diz que nossa identidade está em Cristo. O Supremo Pastor nos lembra que nossa tarefa é pastorear seu povo até que ele volte para nos buscar (1 Pedro 5:4). Quando nós, pastores, percebemos que nosso valor e nossa identidade se encontram em Jesus, somos libertos e estamos seguros para ser quem somos, para viver de forma autêntica, para aceitar nossas fraquezas, para nos conectar emocionalmente, para ser graciosos, para amar aqueles que nos rejeitam, para pregar àqueles que odeiam nossa pregação e para liderar com força piedosa aqueles que têm dificuldade de ser liderados, sabendo que o Supremo Pastor está conosco. Pastores têm a aprovação, o favor e a presença de Jesus. O que mais precisamos para sobreviver? Esta é a chave para sobreviver em qualquer igreja, mas especialmente em uma difícil. O cuidado diligente de um pastor com sua própria alma e a consciência da necessidade deste trabalho interno será a chave não somente para sobreviver, mas para crescer sob a mão soberana do Supremo Pastor, independente da igreja onde ele serve.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Quem dera se eu fosse rico - Tim Challies








Com certeza você já teve o devaneio de ser podre de rico antes, certo? Talvez já ouviu falar sobre a mais recente tecnologia bilionária que transformou um app em ouro ao vendê-lo para o Facebook ou para o Google. Ou talvez de loterias com seus prêmios acumulados em centenas de milhões ou o cara que fez um pequeno investimento na companhia certa na hora certa. Você ouviu falar sobre quem-dera-se-eu-fosse-rico
isso e pensou: “Quem dera se eu fosse rico. Eu sei o que faria com esse dinheiro”.
Se você teve esse devaneio, sem dúvidas você ponderou o que um cristão generoso poderia fazer com centenas de milhões de dólares. Pense nos empreendimentos que ele poderia apoiar, nas igrejas que poderia construir, nos missionários que poderia sustentar. Dê asas à sua imaginação por alguns minutos e você poderia elaborar um plano para gastar cada dólar e cada centavo para o bem do Reino. E você o faria, certo?
Com toda probabilidade, você nunca será rico. Nunca terá centenas de milhões de dólares para alocar em um ministério ou outro. Nunca será alguém dividindo os seus bilhões antes de morrer. Mas você não precisa de um milhão ou um bilhão para saber o que faria com tanto dinheiro. Você pode simplesmente olhar para os seus atuais padrões e projetos daqui. Se você não está sendo dispendiosamente generoso com o pouco que tem agora, o que faz você pensar que ter mais faria toda a diferença assim, de uma hora para outra? Generosidade não diz respeito a quanto você tem, mas o que você faz com o pouco que tem. Não ao que você faria com mais, mas o que você realmente faz com o que possui.
Como você está usando a riqueza que Deus já lhe deu? Você é cuidadoso? Criativo? Generoso? Dá o suficiente para que faça a diferença para você e sua família (a tal ponto que você tenha menos do que teria de outra forma) e para as vidas ou ministérios de outros (a tal ponto que tenham mais do que teriam de outra forma)? Se você não está sendo generoso hoje com uma riqueza modesta, não há razão para pensar que seria generoso amanhã com uma riqueza abundante.
Impressiona-me que na parábola de Jesus dos talentos (Mateus 25) as questões e expectativas sejam as mesmas para todos os três servos, quer lhes tenha sido dado cinco talentos ou um. A característica da mordomia fiel era proporcional ao que lhes havia sido confiado por seu senhor. O que havia recebido cinco devolveu dez, o que dois, quatro; não havia nenhuma comparação ou competição entre eles, pois cada um havia sido igualmente fiel com os seus diferentes dotes. É bem provável que Deus nunca chame você para ser aquele servo dos cinco talentos, a quem havia sido dada riqueza exorbitante. Mas se ele vos dá um ou dois, a expectativa é a mesma – que você o administrará com alegria e generosidade para executar a obra de Deus na terra.
Você já tem dinheiro suficiente – o bastante para fazer o que Deus quer que você faça, o bastante para provar a sua lealdade a ele e sua deslealdade ao dinheiro. Você já tem o suficiente para fazer a diferença em vidas e ministérios; para ser como o generoso ou como o mesquinho que você seria com bilhões. Em vez de gastar seus dias sonhando com o que seria se tivesse mais, gaste-os trabalhando duro para ganhar a vida e dar com alegre generosidade (ver Ef 4.28; 1Ts 4.11). Quando chegar o dia em que Deus pedir uma prestação de contas por tudo o que ele lhe confiou, suspeito que você ficará contente por ele não ter lhe confiado ainda mais. Suspeito que concordará com sua sabedoria em lhe dar apenas dois talentos ou um.



Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...