sexta-feira, 25 de julho de 2014

DUAS COISAS SOBRE ISRAEL - PAULO CILAS


                            


          Frente aos últimos acontecimentos na faixa de Gaza sinto a necessidade de falar um pouco sobre Israel aos olhos do mundo. Claro que não posso ter a pretensão de ser definitivo  e também achar que tenho todos os argumentos, mas contudo vou pontuar  pelo menos duas coisas:

1 - Israel biblicamente falando . Dentro do plano de Deus Israel foi relevante porque dele saíram as leis e os profetas que mantiveram a revelação em evidência. Sendo que as  "leis de Moisés" até hoje influenciam praticamente o mundo todo. 
Entretanto, do próprio Senhor vêm palavras duras contra Israel: Povo de dura cerviz, que busca outros deuses, rebelde. E a principal palavra, descrita por João: “Veio para os que eram seus( Israel), mas os seus não o receberam”, ou seja, Israel rejeitou a Jesus. Simplesmente a Jesus. E as consequências de todo esse descaso passam pelo cativeiro a partir do império assírio vindo a seguir o Babilônico, o Medo-persa, Greco-macedônico e o Romano. Isso do tempo antigo até Cristo. Já depois de Cristo esse povo sofreu o terrível cerco no ano 70 dC  sendo espalhado pelo mundo todo e vindo a sofrer no holocausto( segunda guerra) a mais infame das perseguições. "Caia sobre nós e sobre nossos filhos o sangue dele, Jesus!" Parafraseando Chicó - personagem de Ariano Suassuna: "Ôh palavrinha mais sem jeito".
         Desta maneira é até risível que crentes busquem nos rituais judaicos (dos quais a própria bíblia diz que eram apenas sombras do que haveria de vir - Jesus -  e totalmente falíveis Hb.8,9,10) pretensas espiritualidades que lamentavelmente têm tomado lugar em muitas de nossas igrejas. Quem não já viu símbolos judaicos, bandeiras e afins em nossos templos? E os rituais que já não fazem mais sentido em Cristo. E ainda há os que fazem de viagens a Israel algo místico como se lá houvesse mais de Deus do que em outro lugar. 
De fato, conhecer Israel deve ser desejável e emocionante, mas somente pelo teor histórico, geográfico e arqueológico.
2º -  Por outro lado devemos estar atentos à distorção da historia, principalmente patrocinada e mantida por partidos de extrema esquerda, como alguma corrente hoje no Brasil, com viés ateísta do mundo todo. Tais correntes demonizam o estado de Israel e colocam os palestinos como vítimas ( sabemos que sempre há vítimas inocentes em qualquer guerra e em todos os lados). Usam ainda o argumento que o “império americano” está por trás também de tamanha” injustiça”.  Só que a realidade da história é bem outra. Com exceções, a maioria dos vizinhos de Israel não quer a existência dele. Mesmo o retorno do Estado de Israel se dando de maneira legítima - aquela região, depois de Cristo, sempre foi alvo de disputas  ao longo dos séculos por parte de romanos, otomanos, britânicos - através da ONU, para muitos, Israel não tem direito algum. Há ainda que se afirmar que o território onde os judeus se assentaram era inóspito e se tornou um verdadeiro oásis exclusivamente pelo  esforço judeu . Há ainda o fato de que muitas áreas foram compradas legalmente por judeus. 
Percebo claramente que muitos jornalistas e governos ignoram que grupos como Hamas e Hezbollah têm ódio mortal a Israel. Tanto que em suas escolas as crianças são doutrinadas desde pequenas a terem e manterem tal ódio mortal. E mais, elas são usadas, juntamente demais civis, como escudos humanos . Assim Israel é atacado covarde e sistematicamente desde seu retorno como nação.  E se revida, como acontece agora, ai sim, faz covardia. Pelo menos algumas pessoas têm notado isso. Como um que que publicou que: "Enquanto Israel defende seu povo com suas armas, o Hamas defende suas armas com o seu povo".
  Algumas pretensas propostas de paz do lado de palestinos e simpatizantes na verdade são simplesmente estratégia para dizimar totalmente a civilização judaica. Como, por exemplo, a proposta, já de décadas, para que Israel permita em seu território  uma população palestina árabe em número muito superior à do próprio Israel. Ou seja, a influência "pacificamente" seria total do povo que odeia a nação judaica.
  Em tempo devo dizer que não concordo com todas as ações de Israel. Mas também preciso afirmar que mesmo eles tendo sido infiéis, Deus permanece fiel. E é por isso que esse povo sobreviveu a tudo e a todos, incluindo a ele mesmo em sua cegueira.
   Agora, é inevitável também pensar no cumprimento de toda profecia bíblica que tem Israel como centro dos dias finais aqui na terra.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A ARMADILHA DE TEMER O FRACASSO - BRENNAN MANNING

"Você sabe, apesar do fato de que o cristianismo fala da cruz, da redenção, e do pecado, relutamos em admitir as falhas de nossa vida. Por quê? Em parte,acredito, que é o mecanismo de defesa da natureza humana contra suas próprias insuficiências. Mas é ainda mais por causa da imagem bem-sucedida que nossa cultura exige de nós. Há alguns problemas reais em projetar a imagem perfeita.
Em primeiro lugar, simplesmente não é verdadeira - nem sempre estamos felizes, otimistas, no comando.
Em segundo, projetar a imagem irretocável nos impede de alcançar as pessoas que  sentem que não as compreenderíamos.
E, em terceiro lugar, ainda que pudéssemos levar uma vida sem conflitos, sofrimentos ou erros, seria uma existência superficial. O cristão com profundidade é a pessoa que fracassou e aprendeu a viver com seu fracasso".

terça-feira, 8 de julho de 2014

EGO - PAULO CILAS

Sou crítico dos estrelismos na igreja. Gente arrogando para si mesmas glória e honra. Pastores que cobram obediência e acabam por subjugar a todos.
Desde sempre aprendi que honra não se exige, não se reivindica, apenas se recebe e, isto, quando alguém quiser fazê-lo. Não era assim com jesus?
Entretanto, mesmo tendo essa convicção, acabo por me condenar naquilo que aprovo pois, muitas vezes contrariado em questões que me vejo correto em meus argumentos, reajo com força desnecessária. E quando a questão  é doutrinária ou eclesiástica então? Revisto-me da armadura da responsabilidade e de guardião da verdade e assim camuflo meu gênio e meu ego. Então, ouço O Senhor falar através de Brennan Manning:  "Ao dizer bem aventurados os pobres de espírito, Jesus inverte todas as ideias anteriores a respeito da grandeza humana ... praticar a pobreza de espírito nos chama a não ficarmos ofendidos nem super sensíveis à crítica. A maioria das feridas de nossa vida, o massagear interminável do último machucado feito ao nosso ego ferido, sentimentos de raiva, rancor, ressentimento e amargura vêm de nossa recusa em abraçar nossa pobreza humilhante, vêm de nossa obsessão com nossos direitos, de nossa necessidade de estima diante dos olhos dos outros. Se sigo o conselho de Jesus e tomo o último lugar, não ficarei chocado quando outros também me mandarem pera lá".
Sei que continuo com o dever de não me omitir, principalmente nas questões caras à sã doutrina e ao bom andamento da Igreja de Jesus contudo, não devo agir diferente do como Ele, O Cabeça da Igreja, agiu.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

DO LIVRO "UM ANO COM EUGENE PETERSON"

 É perverso dizer a uma pessoa que Deus é um tirano raivoso esbravejando dos céus, pronto para apanhar todo transgressor e joga-lo no lago de fogo. É perverso dizer a uma pessoa que Deus é um vovô senil, embalando uma cadeira de balanço celestial com somente uma pequena parcela de atenção destinada ao que esta se passando no mundo. É perverso dizer a uma pessoa que Deus é um gerente compulsivo em relação à eficiência e extremamente mal-humorado de um cosmos administrado com mão de ferro, obcecado em obter a mais alta produtividade possível da história e com absolutamente nenhum interesses por pessoas, a não ser por aquilo que elas podem oferecer,
     Se crermos que Deus é um tirano raivoso; se pudermos, iremos evitá-lo defensivamente. Se crermos que Deus é um vovô senil, iremos viver descuidadamente e de forma trivial, sem nenhum senso de propósito transcendente. Se crermos que Deus é um especialista em eficiência, iremos viver com raiva por sermos reduzidos a uma função e não sermos nunca apreciados como pessoas.
     É perverso contar a uma pessoa uma mentira sobre Deus porque, se viermos a crer nas coisas erradas sobre Deus, pensaremos coisas erradas sobre nós mesmos e viveremos miseravelmente ou muito mal. Contar a uma pessoa uma mentira sobre \deus distorce a realidade, perverte a vida e prejudica os processos da existência
 Enquanto estávamos em reunião, espiões se infiltraram entre nós fingindo serem                    cristãos, a fim de descobrir o quanto os verdadeiros cristãos são livres. Sua motivação velada era de reduzir-nos a seu tipo de servidão.
Gálatas 2.4

terça-feira, 1 de julho de 2014

A graça das coisas

Este post foi publicado em reflexões em  por .

alegria
Publicado por Piero Barbacovi
Elienai Cabral Jr. uma vez falou: Se você não for salvo pela graça, será por ela escandalizado.
Jesus sentava-se à mesa com qualquer um que queria estar presente, inclusive os que eram banidos das decentes casas. Compartilhando da refeição, eles recebiam consideração em vez da esperada condenação. Um perdão misericordioso em vez de um apressado veredicto de culpa. Graça admirável em vez de desgraça universal. Eis aqui uma demonstração muito prática da lei da graça – uma nova chance na vida.
Jesus afirma, com efeito, que o Reino de seu pai não é uma subdivisão para os justos nem para os que sentem possuir o segredo de Estado da salvação. O Reino não é um condomínio fechado elegante com regras esnobes a respeito de quem pode viver ali dentro. Não; ele é para um elenco mais numeroso de pessoas, mais rústico e menos exigente, que compreendem que são pecadores porque já experimentaram o efeito nauseante da lua moral. Homens e mulheres que são verdadeiramente preenchidos com a luz são aqueles que fitaram profundamente as trevas da sua existência imperfeita.
O problema é que a maioria aceita a graça na teoria, mas a nega na prática. Dobrando-se aos poderes deste mundo, a mente deformou o evangelho da graça em cativeiro religioso e distorceu a imagem de Deus à forma de velho chatonildo, sempre de cara emburrada. O amor foi reprimido e a liberdade, acorrentada.
Nossa espiritualidade começou a começar no eu, não em Deus. Nossa fissura por impressionar a Deus, nossa luta pelos méritos de estrelas douradas, nossa afobação por tentar consertar a nós ao mesmo tempo em que escondemos nossa mesquinharia e chafurdamos na culpa são repugnantes para Deus e uma negação aberta do evangelho da graça.
Toda geração cristã tenta minimizar o cegante brilhantismo do significado do evangelho, porque ele fica parecendo bom demais para ser verdade. Pensamos que salvação pertence aos decentes e piedosos, àqueles que permanecem a uma distância segura dos becos da existência, cacarejando seus julgamentos sobre aqueles que a vida maculou.
A Boa Nova significa que podemos parar de mentir a nós mesmos. O doce som da graça admirável nos salva da necessidade do auto-engano. Pois a Graça proclama a assombrosa verdade de que tudo é presente. Tudo de bom é nosso não de direito, mas meramente pela liberalidade de um Deus gracioso. Embora haja muito que podemos ter feito para merecer – nosso diploma e nosso salário, nossa casa e nosso jardim, uma garrafa de boa cerveja e uma noite de sono caprichada – tudo é possível apenas porque nos foi dado tanto: a própria vida, olhos para ver e mãos para tocar, mente para formar ideias e coração para bater com amor.
Não há coisa alguma que algum de nós possa fazer para herdar o reino. Devemos simplesmente recebê-lo e aproveitá-lo como criancinhas. E criancinhas não fizeram coisa alguma. As crianças são nosso modelo porque não têm a menor pretensão ao céu. Se estão mais próximas de Deus é porque são incompetentes, não porque são inocentes.
A igreja deve estar constantemente consciente de que sua fé é fraca, seu conhecimento incompleto, sua profissão de fé hesitante, de que não há um único pecado ou falha do qual ela não seja de um modo ou outro culpada. E embora seja verdade que a igreja deva sempre se dissociar do pecado, ela não pode jamais ostentar qualquer desculpa para manter qualquer pecador à distância.
Porque meu encontro com Cristo não me transformou num anjo. Porque a justificação pela graça significa que meu relacionamento com Deus foi consertado, não que me tornei o equivalente a um paciente sedado em cima de uma mesa.

Entre o lixo e o Sagrado - Zé Luis no Genizah




- Olha este blog!
- Certeza que eles são crentes? - comentou ela, após uma quase prolongada olhada nos vídeos e textos.
- Claro que são...
- Eu não gostei... eles estão criticando os ungidos do Senhor...

E assim começou minha primeira visita a este blog. Eu mostrei a outro crente e ele me respondeu assim. Confesso que não me senti confortável diante dos questionamentos aqui postados. Estava condicionado a respeitar pessoas quando apresentavam credenciais de cunho religioso, independente de sua postura moral e ética.

Embora tenha crescido – literalmente – dentro de um templo de Umbanda, e ciente que não existe essa “vida religiosa ininterrupta”, seja o mal ou o bem(diga-se de passagem, o espiritismo não se vê como praticante do mal, muito pelo contrário), vi na vivência cristã uma possibilidade.

Quando encontrei o Mestre há quase duas décadas, vi no cristianismo a única forma de existência, onde não dependeria de templos ou cerimoniais para ser um discípulo ou adorador legítimo.

Gradativamente, aconteceu algo no meu paraíso: os templos suntuosos passaram a ser sinal de êxito espiritual (prioridade então), artimanhas neurolinguísticas de auto-ajuda e hipnose – que conheço tão bem – começaram a arrebatar multidões, e o resultado financeiramente compensador destas campanhas as tornaram cada vez mais populares, ou se preferir, “de deus”.

Tentei conversar com alguns líderes, alertá-los sobre a semelhança, informando que aquilo não era o Evangelho que me converteu: aquilo era o lixo no qual havia me livrado: era isolado, olhado com desdém, e posteriormente, como uma voz a ser calada e ridicularizada.

Seria incorreto dizer que estava só nesta batalha, mas gradativamente, os ventos mudavam até eu estar cercado de líderes ungidos, inquestionáveis, intocáveis em seus argumentos, por mais esdrúxulos que fossem (e ainda são).

Passeando pela net, encontrei outros loucos reunidos num lugar só, cercado de loucos por todos os lados. Gente que compartilhava a tristeza nas gargalhadas de ver o ridículo das situações em que estavam inseridos, sem poder perguntar: “Que raio isso significa? Deus está nesse negócio?”

“Não toqueis nos meus úngidos...” foi revelado: ESTÁ FORA DO CONTEXTO nas argumentações de certos pilantras que dão “carteirada” com suas credenciais eclesiásticas.

Confesso; me senti em casa. Genizah é o local onde a letra sagrada é escondida entre o lixo do templo em dias de destruição. Bom: a minha parte, na maioria das vezes, é produzir lixo (talvez você já tenha se divertido com ele). Sou bom nisso, o transcrevo de vários lugares onde vivo.



Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...