terça-feira, 16 de outubro de 2012

TRINTA E DEZENOVE ANOS - PAULO CILAS

Dessa maneira anuncio minha nova idade. Uma tentativa de ludibriar os quarenta e nove anos que se aproximam. No Salmo 90, Moisés pede que Deus nos ensine a contar os nossos dias para alcançar um coração sábio. "Consideremos alguns elementos chaves nessa oração: Primeiro, somente Deus conhece quantos dias restam da nossa vida. A certeza da morte é inegável. Igualmente certo é o fato de que ninguém sabe em que dia ela virá. Deus, nosso Professor Supremo, conhecedor de todas as coisas, marca a carga horária na escola da vida. Ele é quem assina o diploma ou reprova os alunos". Mas, como se dá isso? Será que somente contando meus dias, sabendo dividir um ano em meses e meses em dias mostra que sou um sábio? Há algo mais. Algo que é muito maior do que somente contar o tempo passar. Contar os dias é saber o que fizemos com aqueles passados. O quanto fomos curados daqueles que nos feriram. O quanto aprendemos com aqueles que nos fizeram cair. O que aprendemos com as boas palavras ouvidas, as belas canções sentidas e com os bons exemplos dados por alguém. É isso! Contar os dias é saber exatamente onde estamos hoje, o que somos e o que seremos quando o amanhã chegar. Muitos têm somente existido amesquinhados pelas banalidades, egoísmos, traumas, invejas, frustrações. Viver é mais do que isso. Claro que os momentos duros são inegáveis, porém, há algo além do lamento, da dor, da tristeza e da perda. Viver é tirar sensibilidade da lágrima, serenidade da tristeza e firmeza ante os ventos contrários. Casimiro de Abreu declamou: “Que saudades da aurora da minha vida”! Aos “trinta e dezenove anos” não quero desperdiçar e nem deixar de lembrar os dias que vivi, desde os mais exultantes aos mais tenebrosos. Não quero abrir mão deles, e nem fugir. Quero aplicar ao hoje, ensinar com eles a mim mesmo e a quem eu puder lições de vida e da vida. Porque, dizem por aí, que o inteligente aprende com seus próprios erros, mas, o sábio aprende com os erros dos outros. Então, se eu contar os dias ruins, eles contribuirão para que alguém se torne sábio. E me lembrarei sempre dos dias bons! Assim como os dias maus, eles me formataram. E, até hoje me fazem sorrir ou liberar uma sonora gargalhada. Os meus dias me fazem ser quem sou.
Assim eu prossigo. Assim, prosseguimos todos. Uma senhora aos 80 anos disse: “se alguém passa um ano todo deitado inevitavelmente envelhecerá um ano, mas, não necessariamente crescerá mais um ano. Podemos, então, somente envelhecer com o passar dos dias, ou, crescer, contando- os e aprendendo com eles.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

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