segunda-feira, 5 de março de 2012

FAÇAMOS NOSSO NOME CÉLEBRE - PAULO CILAS




O que passo a discorrer é assunto recorrente no que escrevo e falo. Por vezes me sinto irritantemente repetitivo, contudo, como não voltar àquele tema que é o princípio de toda ruína humana e angelical. A soberba e todos os seus sinônimos: vaidade, orgulho, etc. Tenho como certo que todo pecado nosso traz conseqüências tristes e mais ou menos danosas. Mas, a soberba desde a sua origem no coração do “anjo de luz” tem conseqüência para a eternidade. E, por ser tão calamitosa deveria ser evitada com todas as nossas forças. Deveríamos estar em guarda, em alerta máximo.

Sutil, ou escancaradamente, fato é que ela sempre se aloja em nosso meio. Ela simplesmente ignora “a bacia e a toalha de Jesus”.

Em mim e em minha volta é fácil ver e lembrar suas manifestações: Acabara de voltar para a Igreja – depois de quase três anos fora – uma pequena comunidade reunida numa sala alugada que chamaríamos erroneamente de humilde. Pois bem, povo alegre, renovado e pentecostal. Vigílias na praia, na chuva, na fazenda e até numa casinha de sapê. Manhãs de oração até que... Foi encontrado pecado em nós. Uma frase se fez ouvir: “Nossa Igreja é a Igreja que o Senhor tem levantado nesses dias!”. Pronto, no meu coração juvenil aquilo soava como licença para passar em frente aos templos de outras comunidades e desqualificá-las chamando-as de cemitério, geladeiras e adjetivos igualmente depreciativos.
E no meio de nossa denominação, então? Por termos uma juventude atuante éramos motivos de comentários – o pessoal de Vitória “tai”, que benção!
Em pouco tempo nossos cultos, em nome de uma espiritualidade e santidade que passam a existir e agir mais pela força do homem do que pela sua entrega a Deus tornaram-se longos e desconexos. Ficamos loucos sob o pretexto de que Deus vai falar, vai agir, vai revelar. Logo, logo entramos na “Lógica do Formigueiro” (ver artigo postado aqui). Nossos barulhos não faziam diferença no mundo exterior. Depois,inevitavelmente, vieram rupturas e gente ferida. Facções com novas verdades do evangelho. Líderes em nome de Jesus sempre começam novas “igrejas” com aqueles que o seguiram e outros chamados para uma “nova visão”. Vi, no Rio, o surgimento das “ditas comunidades”. Sim, por que alguém disse que “igreja” ou “denominação” é coisa do homem ou do diabo, ou dos dois juntos, e que, a libertação plena estava agora nas comunidades. Jovens, principalmente, corriam para as várias que se multiplicavam com grande fervor. “Este é o povo que o Senhor tem levantado”! E lá vamos nós de novo.
É incrível como nos esquecemos que somos doentes e que temos como única virtude o aceitar isso e receber o médico e seu tratamento. E , assim, passamos rapidamente a uma postura orgulhosa como se fôssemos superiores a quem quer que seja.

Assistimos na TV e lemos nos jornais um problema de desvio de dinheiro envolvendo uma grande denominação. Perguntado sobre o que achava, respondi o que para mim é bem óbvio: A pequena igreja inicial de Jesus, com doze membros, tinha um discípulo com problemas severos com dinheiro. E o líder era Jesus, hein! Sinceramente, para mim, isso não me surpreende. Agora, acrescentei , é uma ótima oportunidade para que essa denominação – que não gosta de ser chamada assim, pois dominação é coisa de homem, ou do diabo – perceber que não é melhor, maior, mais exclusiva, mais “obra” que outros grupos. É tão somente constituída por homens tão miseráveis como o apóstolo Paulo que assim auto se denominava.
Ouvi dizer que um pastor, que está tendo um crescimento espantoso através de um determinado método, e que adquirira um terreno muito grande para um novo templo, teria dito: “Quem passar pela rodovia onde o novo templo será erguido, não terá a atenção chamada só pelo templo católico há muito já edificado ali”. Não duvido da fé desse pastor – se é que ele disse isso mesmo. Mas, o enredo é o mesmo. Quem duvidaria do querubim ungido? O sinete da perfeição?
Ao ler os livros de história, em muitos momentos a igreja está envolvida. E sempre, não de vez em quando, que buscou grandeza, se complicou. Homens foram engrandecidos por outros homens e só. Cruzados, navegadores queriam conquistar Jerusalém para Jesus voltar. E eles propiciariam isso. Outros, seguindo visões, fundaram cidades também preparando lugar para o Senhor. Todos, absolutamente, todos diziam fazer a obra do Senhor. Todos, absolutamente todos, diziam fazer tudo para honra e glória do Senhor. Mas, desses, nenhum se diminuía como João Batista.
Na construção da torre de Babel o homem, em franca desobediência,só queria enaltecer seu nome.
Já na “igreja” acrescentamos: "É para a Glória do Senhor"... Mas, que nosso nome seja célebre.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

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